Texto: Luiz Gonzaga Godoi Trigo, 2015
As tendências da década de 1980
A partir da década de 1980, a qualidade através
do mundo pode ser dividida em três vertentes predominantes, cada uma com
características mais específicas.
O Japão preocupava-se a formação
do ser humano, a formação de equipes, a organização do local de trabalho, a
criação de um ambiente de mútua fidelidade entre a empresa e o profissional
caracterizado pela estabilidade no emprego e pela resistência à sindicalização.
Já tendo absorvido os ensinamentos nos consultores norte-americanos, o Japão
emergia no mercado internacional disputando elevados padrões de qualidade com
as empresas norte-americanas e europeias.
Os Estados Unidos, líder do
ocidente nos campos econômico e militar, desenvolveu sofisticados padrões para
as indústrias bélica e nuclear que exigiam precisão e segurança em todas as
frentes. Isso influenciou as outras indústrias do país. Estudos revelaram que
eventuais problemas que afetavam a segurança e a eficiência faziam parte de um
sistema integrado. Consistência e confiabilidade tornaram-se as bases do que se
denominava Garantia de Qualidade e deveriam permear todo o sistema produtivo.
Posteriormente os Estados Unidos enfrentariam o desgaste do fordismo, como se
analisará adiante, o que provocou mudanças em seu sistema de qualidade.
A Europa enfatizou as relações
fornecedores-clientes, primando pela certificação dos fornecedores. Essa
orientação foi decorrente de uma série de regulamentações e especificações que
dominaram a economia européia ao longo do processo de formação de um mercado
comum europeu, hoje denominado União Européia. Para se inserir na teia de
produtos e serviços do continente, as empresas precisaram padronizar sistemas
de medidas, administrativos, fiscais, legais, financeiros, energéticos, de
telecomunicações etc. As normas ISO-9000 tiveram participação importante nessa
etapa.
Reflexão:
Confiabilidade, segurança no trabalho, segurança, equipes unidas e líderes
competentes eram as propostas da época. A década de 1990 e o início do século
XXI viram alta corrupção em algumas multinacionais, crises na bolsa de valores
provocada por especulações antiéticas, denúncias de maus tratos por parte dos
empregados, desemprego estrutural em vários países e setores, concentração
brutal de renda nos países em desenvolvimento e o crescimento do cinismo e da
competitividade predatória no meio profissional em geral. Foram as
mudanças tecnológicas, econômicas e administrativas que formaram esse sistema
globalizado com suas contradições e paradoxos. O que aconteceu com a qualidade?
Melhorou e piorou ao mesmo tempo, dependendo da área geográfica, do setor e das
condições culturais locais. O futuro traria novos desafios e problemas.
Os japoneses
O Japão tornou-se, a partir das
décadas de 1970/1980, uma referência mundial em qualidade, fato que surpreendeu
a muitos. Na Ásia, sua influência foi tão forte que exportou tecnologia e
sistemas de produção industrial que transformaram vários países em outros
líderes de tecnologia e qualidade. Os antigos “tigres asiáticos” (Coréia do
Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura) foram exemplos de como o Japão foi estímulo
e exemplo para algumas economias vizinhas. Esses países se beneficiaram, entre
as décadas de 1960 e 1990, de uma onda de desenvolvimento concomitante à
expansão econômica japonesa. Os
principais motivos foram:
- Investimento de capital estrangeiro, principalmente japonês e norte-americano, que viam nesses países uma localização geopolítica estratégica para fazer frente à expansão do socialismo na Ásia/Pacífico, em plena Guerra Fria;
- Exploração de força de trabalho mais barata graças às férias reduzidas, jornada de trabalho elevada e previdência muito restrita. Esses fatores compensavam a escassez de matérias primas;
- Apesar dessa exploração da mão-de-obra trabalhadora, existia uma distribuição de renda mais equilibrada do que em outros países capitalistas em desenvolvimento;
- Esses estados possuíam território com pequena extensão geográfica e eram altamente centralizados e ditatoriais, permitindo assim políticas direcionadas de desenvolvimento programado;
- Economias voltadas quase exclusivamente para o mercado externo (exportações);
- Existência de uma ética confucionista. Essa ética oriental baseia-se em um modelo sócio-econômico que propõe o equilíbrio social e a consciência de grupo, a hierarquia, a disciplina e o nacionalismo. As grandes empresas eram vistas como grandes famílias proporcionando a ordem e a produtividade elevadas.
Fonte: baseado em Peralva, O. (1990).
O problema desses países era a
forte dependência do mercado externo. Com as crises econômicas a partir do
final do século XX a Ásia sofreu mudanças consideráveis e os “tigres” viram
alguns anos de dificuldades. A China e a Índia tornaram-se líderes regionais,
crescendo a taxas elevadas e tornando-se atores econômicos mais importantes que
o Japão, especialmente a China.
Apesar dos problemas e das
mudanças surgiram os chamados novos tigres asiáticos, uma denominação
incorreta, pois as condições de seu desenvolvimento no século XXI são
diferentes das condições da década de 1970. Os novos “tigres” são Filipinas,
Indonésia, Tailândia e Malásia. Por
que tigres?
Por causa de sua agressividade e agilidade econômica. Por ser um belo animal
asiático. Porque a mídia adora rótulos e apelidos instigantes.
Na região da Ásia-Pacífico os
padrões de qualidade não são homogêneos. Apesar de seu desenvolvimento, a China
de defronta com problemas cíclicos de defeitos em produtos industriais,
poluição ambiental e acidentes em obras de engenharia. Hong Kong (um território
com status político especial, ligado
à China desde o ano 2000), Cingapura e Coreia do Sul continuam a ser referência
de elevada qualidade, mas observam os outros países desenvolverem-se
rapidamente.
A origem de todo esse processo
foi o Japão, que aproveitou os ensinamentos dos consultores norte-americanos e
reconheceu sua milenar cultura direcionada à educação, disciplina e vontade.
Algo semelhante ao que acontece na China. Em todos esses países asiáticos, não
foi só a tecnologia e a gestão científica que detonaram o desenvolvimento. A
cultura foi fundamental para abrigar essas novidades ocidentais, adaptá-las ao seu
contexto cultural e possibilitar novos métodos e concepções de qualidade.
Os principais consultores e
especialistas em qualidade no Japão foram:
Kaoru Ishikawa
(1915-1989)
Contribuiu de várias maneiras
para o aprimoramento da qualidade. Desenvolveu o chamado quadro das sete
ferramentas básicas da qualidade:
Análise de Pareto
Quais são os grandes problemas?
Quais são os grandes problemas?
Diagrama de causas e efeitos
Quais as causas dos problemas?
Quais as causas dos problemas?
Estratificação
Como os dados e informações são tratados?
Como os dados e informações são tratados?
Folhas de verificação (Check sheets)
Qual a freqüência das ocorrências?
Qual a freqüência das ocorrências?
Histogramas
Quais as semelhanças gerais entre elas?
Quais as semelhanças gerais entre elas?
Scatter chart
Quais as relações entre os fatores?
Mapas de controle do processo
Quais variações devem ser controladas e como?
Ele postulava que, em uma
organização, essas ferramentas deveriam ser amplamente conhecidas e praticadas.
O Diagrama de Ishikawa (Diagrama
de causas e efeitos) era uma dessas principais ferramentas. Para ele é
fundamental analisar as causas reais que estão por trás de um problema ou
efeito. Além de separar as causas dos efeitos ou das conseqüências, o diagrama
permite hierarquizar essas causas em níveis de importância e dificuldade,
definindo melhor os problemas e identificando suas causas principais, aquelas
que realmente são importantes e devem ser sanadas.
Genichi Taguchi
(1924)
Taguchi defendia que é melhor
produzir produtos robustos ou resistentes às variações ao longo do processo de
manufatura, do que tentar controlar as inúmeras variações ao longo desse
processo. Sua preocupação maior era com a excelência (ou otimização) rotineira
dos produtos e processos do que com a simples inspeção de qualidade. Qualidade
seria conseqüência de uma fabricação excelente e não uma simples correção desse
processo. Qualidade e confiabilidade foram colocadas na etapa de projeto e
compreendem três estágios: Sistemas, parâmetros e tolerância.
Foi premiado por várias
instituições que organizam o mérito pela qualidade no Japão e nos Estados
Unidos.
Shigeo Shingo
(1909-1990)
Shingo está associado ao método
Just-in-Time na indústria, com a racionalização visando limites extremos para
diminuir defeitos, incongruências e desperdício. Ele foi o inventor do single minute exchange of die (SMED).
Uma de suas traduções é “Troca rápida de ferramentas”, onde a produção é
controlada não por horas, mas por minutos, visando maior rapidez, flexibilidade
e controle nas operações. Esse é um dos requisitos para o Sistema Toyota de
Produção. Outra de suas originalidades é o sistema de prevenção de erros denominado
Poka-Yoke. Nesse sistema os defeitos são examinados, ao produção interrompida e
uma resposta imediata é gerada (feedback)
para que as raízes das causas do problema sejam identificadas e corrigidas. Uma
folha de verificação (check list) é
obrigatória pois os seres humanos podem esquecer algo ou cometer erros e todos
os recursos possíveis devem ser usados para evitar que isso aconteça.
Ele diferencia “erros”, que são
inevitáveis, e “defeitos”, que acontecem quando um erro atinge o consumidor. A
finalidade do Poka-Yoke é justamente evitar que erros se tornem defeitos.
Defeitos surgem porque erros são cometidos e há uma relação de causa e efeito
entre ambos. Unindo Poka-Yoke e inspeções básicas a ocorrência dos defeitos
atingiria um patamar “zero”. Poka-Yoke: termo japonês que significa “a prova de
erros”.
Caso: Toyota.
Produzir → melhorar → produzir → melhorar...
O
sistema de produção em massa, desenvolvido originalmente na indústria
automobilística no início do século XX nos Estados Unidos, por Taylor e Ford,
predominou durante décadas. Suas vantagens inovadoras foram reduzir os custos
unitários dos produtos através da produção em larga escala, especialização e
conseqüente divisão do trabalho. Alguns de seus problemas eram a falta de
preocupação com qualidade e operação com estoque e lotes de produção elevados,
algo típico de uma sociedade com abundância de matéria-prima, grandes espaços
territoriais e ausência de competidores eficazes.
Alguns
dos japoneses que mais aproveitaram os ensinamentos dos norte-americanos após a
Segunda Guerra foram os dirigentes da Toyota. Com a globalização, surgimento de
novas tecnologias e transformação do Japão e outros países asiáticos em
competentes produtores de bens e serviços, a empresa entendeu que precisava ter
vantagens competitivas extremamente inovadoras que lhe garantisse liderança no
mercado. A base do chamado Sistema Toyota de Produção é a eliminação de
desperdícios e defeitos e suas bases de sustentação são o Just-in-Time e a
autonomação ou jidoka (automação
inteligente ou automação com toque humano). Os estudos de Shigeo Shingo foram
importantes para o sistema. Os criadores do sistema foram o fundador da Toyota,
Toyoda Sakichi, seu filho, Toyoda Kiichiro e o executivo Taiichi Ohno. Os sete
desperdícios a serem eliminados são:
Superprodução
– a maior fonte de desperdício
Tempo
de espera – materiais que aguardam em filas para serem processados.
Transporte
– nunca gera valor agregado ao produto.
Processamento
– algumas operações do processo podem ser eliminadas.
Estoque
– sua redução ocorrerá com a máxima racionalização do processo.
Movimentação
– ilhas de produção e pequenos lotes são mais eficientes.
Defeitos
– significa desperdiçar materiais, transporte, mão-de-obra etc.
Não
há satisfação ou auto-elogios na planta da Toyota e sim a necessidade de um
aperfeiçoamento constante. “O trabalho é realmente triplo: produzir carros,
produzir melhor os carros e ensinar a todos como produzir melhor os carros.
Além de buscar melhorar o processo que melhora todos os outros processos.
Enquanto as ‘três grandes’ norte-americanas (Ford, General Motors e Chrysler)
estão se debatendo, a Toyota prospera. A Toyota nunca fechou uma fábrica nos
EUA. ... A empresa entende que você não pode resolver problemas a não ser que
os admita. A perfeição é uma meta boa, mas a melhoria é muito mais realista,
muito mais humana.”
O
sistema Toyota vem sendo copiado por algumas empresas, mas nem sempre funciona
adequadamente. Especialistas analisam que a cultura da empresa e a cultura do
país de origem (Japão) são fatores fundamentais para a excelência e processos
de melhorias constantes implementados em suas plantas, nos diversos países do
mundo.
Fontes: HSM Management,
n° 62, maio-junho 2007, pág. 46-52; Wikipedia, verbete “Sistema Toyota de
Produção”
VIII - Os ocidentais contemporâneos
Alguns teóricos contemporâneos
formaram as bases dos modernos sistemas de controle de qualidade. Seus métodos
foram mais ou menos pioneiros, seus livros muito vendidos e copiados por
milhares de consultores, professores, executivos e profissionais ao redor do
mundo. Inovadores e posteriormente superados. Assim é a dinâmica dos métodos e
conceitos corporativos
Philip B. Crosby
(1926-2001)
É conhecido pelos conceitos de
“Defeito zero” e “Qualidade é grátis”. Seu primeiro livro Quality is free (979), vendeu mais de 2,5 milhões de exemplares e
foi publicado em doze idiomas. Seu livro mais recente, The absolutes of leadership (1996), foi publicado no Brasil pela
Makron Books com o título Os princípios
da liderança.
Seu processo de incremento de
qualidade é baseado em quatro fatores principais:
Qualidade se faz de acordo com as
solicitações e pré-requisitos
O sistema de qualidade é a
prevenção
O padrão de desempenho é “zero
defeito”
A medida da qualidade é o preço
da não-acomodação
Assim como Deming possui seus
“catorze passos” para detalhar seu método, Crosby também os instituiu, claro
que com sua visão própria de como atingir a qualidade:
1.
A alta direção tem que se comprometer com a política de
qualidade institucionalizada.
2.
Forme equipes de melhoria do nível de qualidade (quality improvement team – QIT) com
representantes de cada departamento e responsabilidade sobre planejamento e
gestão da melhoria da qualidade.
3.
Determine onde estão os problemas freqüentes e o
potencial para desenvolvimento da qualidade.
4.
Calcule o custo da qualidade e explique seu uso como
uma fferramenta de gestão para mensurar desperdício.É o custo de fazer as
coisas mal-feitas e não fazê-las bem na primeira vez.
5.
Amplie a consciência da qualidade e promova a
preocupação pessoal dos indivíduos com a qualidade entre todos os funcionários.
6.
Tome ações corretivas utilizando sistemas formais para
eliminar as causas iniciais dos problemas.
7.
Estabeleça um comitê e programas para atingir “zero
defeitos”.
8.
Treine todos os empregados na implementação e melhoria
da qualidade.
9.
Marque um dia de “Zero Defeitos” para promover a
mudança e como um compromisso da gestão e dos funcionários para transformar a
empresa.
10.
Encoraje indivíduos e grupos a diminuir os erros e
melhorar seu desempenho e objetivos.
11.
Estimule os empregados a comunicar à gerência qualquer
obstáculos que existam para conseguir os objetivos.
12.
Reconheça formalmente os esforços de todos que
cumprirem suas metas.
13.
Estabeleça conselhos de qualidade para comunicar e
compartilhar informações de gestão de qualidade.
14.
Comece tudo de novo. Forme novas equipes. A melhoria da
qualidade é um ciclo contínuo e infinito.
Tom Peters
(1942)
É um dos gurus da qualidade. Ele
identifica a liderança como uma parte central do processo de aprimorar a
qualidade. O papel do líder é o de facilitar o caminho para seus liderados,
servir de exemplo, em suma, servir. Ele defende o managing by walking about – MBWA, o “andar por aí”, mantendo
contato com pessoas, inovações e clientes, as três principais áreas na busca da excelência. Ele
acredita que o líder deve promover em suas andanças três principais atividades:
Ouvir – sugerindo atenção e
cuidado
Ensinar – valores são
transmitidos
Facilitar – ser capaz de ajudar permanentemente
e em qualquer lugar
Todo enfoque inteligente deve
englobar sete variáveis interdependentes, em um modelo conhecido por McKinsey 7-S Framework:
Estrutura Structure
Sistemas Systems
Estilo Style
Equipe Staff
Habilidades Skills
Estratégia Strategy
Compartilhar valores Shared Values
Por isso chama-se “sete S”, devido à sua nomenclatura em
inglês.
Ele adora fazer jogos de
palavras. É de sua autoria também os “10
Ps” da liderança (válidos igualmente em inglês e português):
Proposta
Paixão
Potencial
Presença
Pessoal
Persistência
Prioridades
Pessoas
Potencia
Positivo
Visite o site www.tompeters.com e leia os blogs, comentários e idéias de Tom
Peters. Você pode até acessar os slides
de suas palestras que estão gratuitamente disponíveis. Tudo em inglês.
Os gurus da gestão: negócios, tendências
e palpites
Vários desses especialistas em
qualidade foram chamados de “gurus” pela mídia, pelos admiradores ou pelos seus
críticos. São populares no mundo corporativo, estão (ou estiveram) em moda por
alguns anos e possuem certo exotismo profissional. O que faz de um simples
consultor ou administrador um guru?
- Usa estatísticas, fatos e curiosidades de uma forma intensa e criativa.
- Cria slogans e frases de efeito bombásticas.
- Elabora listas de palavras de ordem, formando siglas ou acrônimos graciosos.
- Escreve livros pretensamente inovadores com receitas, fórmulas e dicas para garantir o sucesso pessoal ou empresarial (tipo auto-ajuda).
- Faz palestras espetaculares, com certo humor, cinismo e uma parafernália (slides, músicas, jogos, encenações etc.) divertida e inteligente.
- Acerta algumas tendências e analisa temas atuais e polêmicos.
- Ignora solenemente seus erros, enganos ou até mesmo dados falseados.
- Possui aptidão para “sentir” as tendências de uma platéia ou segmento social.
Há dezenas de gurus de primeira
linha. Centenas em um patamar que podemos chamar de segundo escalão. E milhares
tentando chegas às duas primeiras posições. Saem das universidades, empresas,
governos, forças armadas e até mesmo das igrejas antenadas com a modernidade
empresarial.
Um mercado tão extenso e
promissor necessariamente possui seus rankingse palcos privilegiados, evidentemente na internet. Veja esses sites:
http://www.inc.com/jeff-haden/the-top-50-leadership-and-management-experts-mon.html
http://www.globalgurus.org/leadership/leadershipgurus30.php
http://modernservantleader.com/resources/top-leadership-experts-2015/
http://www.inc.com/jeff-haden/the-top-50-leadership-and-management-experts-mon.html
http://www.globalgurus.org/leadership/leadershipgurus30.php
http://modernservantleader.com/resources/top-leadership-experts-2015/
A maioria desses gurus possui
doutorado em alguma área e formação em administração, engenharia, economia ou
qualquer área que se possa relacionar ao mundo corporativo, ou seja, todas as
áreas do conhecimento humano. Todos possuem sites
e livros, tratamento visual profissionalizado junto à mídia e bom
relacionamento junto a líderes políticos e empresariais.
Algo importante são suas frases
de efeito (quotes, em inglês). Algo
do tipo “A única coisa que você precisa
saber sobre sucesso individual permanente é: descubra o que você não gosta de
fazer e pare de fazê-lo.” (Marcus
Bickingham, em The one thing you need to
know).
Se você gosta de frases de efeito
há sites
com frases de todos os nomes listados acima e muito mais:
http://www.forbes.com/sites/kevinkruse/2012/10/16/quotes-on-leadership/
http://www.entrepreneur.com/article/244674
http://www.leadershipnow.com/leadershipquotes.html
No Brasil os gurus tiveram uma
bem humorada e fundamentada crítica feita por Thomas Wood Jr., no livro Abaixo o pop-management! Por que a
crítica? Porque não há fórmulas fáceis,
receitas infalíveis e métodos simplistas para se conseguir sucesso, dinheiro,
poder ou qualidade em bens e serviços. Há estudo, trabalho e tentativas
baseadas em vários autores, planos e experiências. É um processo longo e
delicado, sem certezas absolutas ou “dicas” secretas e infalíveis. Por outro
lado, exige esforço, ética e comprometimento social.
Uma série de autores (as),
ensinamentos e métodos analisados ajudam a compor um quadro que pode facilitar
a construção da qualidade e do sucesso, mas não existe um único e verdadeiro
caminho, líder ou segredo.
Basta ver o desenvolvimento da
história para perceber a busca científica e filosófica de um conhecimento
sempre ampliado, transformado e que exige, de nossa parte, uma reflexão crítica
constante.
Reflexão:
Uma crítica de dentro do sistema
“Seja qual for o produto, é provavelmente
vendido com um fervor que lembra o de um culto religioso. Cada semideus da
qualidade, seja Deming ou Juran, Crosby ou Armand Feigenbaum, se vangloria de
uma série de mandamentos, rituais e discípulos. Em cada uma das abordagens, os
gerentes das corporações ficam frente a uma série de acrônimos e jargões. Há
TQC e TQM. Há uma diagramação em forma de espinha de peixe para mapear causas e
efeitos, e poka-yoke, o termo japonês que significa à prova de tolos. Também há
o Grande Q (abordagem organizacional para a qualidade) e o pequeno Q (qualidade
relacionada com o chão de fábrica). É uma sopa de letrinhas, acusa Deming, cuja
própria contribuição inclui o ciclo PDCA (planeje, faça, verifique, aja).”
Fonte: Green, Cynthia. 1995, p. 98
Nenhum comentário:
Postar um comentário