sábado, 28 de junho de 2008

Ensino superior particular - problemas e carências

Os dias que antecedem as férias tornaram-se um martírio para milhares de professores das faculdades particulares. É nesse período que acontecem as demissões. Os motivos? Os mais variados, desde corte de gastos até antipatia com aqueles que não concordam com leviandades e autoritarismos que algumas instituições cometem. A figura que abre essa postagem é uma piada de mau gosto em várias instituições. Os docentes e os alunos que se danem.


Perdem-se professores por dois motivos: alguns passam nos concursos das universidades públicas e se mandam; outros são demitidos por qualquer motivo. Alunos e alunas sofrem uma constante diminuição de profissionais capacitados. Professores sofrem um stress constante no final de cada semestre. E os novos contratados geralmente não possuem a mesma titulação ou experiência que os demitidos. São mais baratos. Mas a mensalidade dos alunos nunca abaixa, só a qualidade do ensino.


Os discursos institucionais são bonitinhos, do tipo auto-ajuda O monge e o executivo. A prática é cruel e exatamente ao contrário do que pregam os manuais de administração e recursos humanos. O pior é que ninguém pode reclamar ou denunciar, pois estará na lista de demitidos do próximo semestre. É triste ver algumas antigas instituições, outrora respeitadas, mergulharem na vala comum da mediocridade e da hipocrisia administrativa. Princípios nobres, práticas ordinárias.


Há, inclusive, o caso de uma grande universidade onde a reitoria e a mantenedora não se entendem, provocando atrasos e problemas na gestão. O reitor não é bem visto pelo chefe da mantenedora e esta não vê sua gestão com bons olhos. Quem se prejudica? Alunos, funcionários e professores.


Enquanto os alunos e alunas não entenderem que além de pagar a mensalidade devem exigir qualidade e transparência na gestão, terão diplomas com valor cada vez mais questionável no mercado.


Deixo aqui minha solidariedade aos colegas que foram injustamente demitidos por gestões autoritárias e medíocres. Não se preocupem, as instituições deixaram de os merecer. O tempo revelerá as práticas nocivas que algumas instituições de ensino superior particulares estão fazendo no país. O futuro é inexorável com os medíocres e mal intencionados.


terça-feira, 24 de junho de 2008

Akakor e LHC: preocupações + que hiper-modernas

Onde está Akakor? Ninguém sabem ninguém viu ou provou que viu. Mas andam à sua procura...

Estive em Akakor e lembrei-me de você. Um amigo vai para a Amazônia atrás da cidade perdida.



O acelerador LHC localizado perto de Genebra, na fronteira entre França e Suiça. 27 km de diâmetro.


O túnel subterrâneo do Large Hadron Collider.


Sei lá o que do LHC. Alguns cientistas dizem que pode fazer um pequeno (!?!) buraco negro. Os Alpes que se cuidem.

Tenho um amigo e compadre, livre-docente em medicina, que anda preocupado com a possibilidade do LHC fazer um buraco-negro e engolir nosso planeta. É o Large Hadron Collider (Grande Colisor de Hadrons), uma engenhoca de 27 km de raio, subterrânea, que será colocada em operação na Europa no segundo semestre deste ano. Veja http://lhc.web.cern.ch/lhc/

Conversei com um outro amigo e concluímos que ele não tem nada mais importante para se preocupar. Mas, hoje vi que há buracos negros bem pequenos e alguns físicos pensam que a máquina pode - é uma hipótese - fazer um buraquinho negro por lá. Humpf. Isso me lembra que antes de explodirem a primeira bomba atômica em Los Álamos (1942) havia dúvidas de que o troço poderia incendiar a atmosfera terrestre. E detonaram assim mesmo. Nada como uma emoção científica para agitar a existência.

Outro amigo vai para a Amazônia se enfiar numa caverna de seicentos metros de profundidade e conversar com o pessoal da área sobre Akakor. Sabe o que é isso? Veja no google (crônicas de Akakor). tem a ver com teorias conspiratórias, alianígenas e outras divagações alucinadas. Vai ser o Indiana Jone V, dessa vez com o crânio de unicórnio albino intergaláctico. Com chifre de tungstênio.

Meus amigos estão numa boa mesmo. Acho que vou passar as férias e julho procurando o padre voador na costa brasileira...

domingo, 22 de junho de 2008

Fotos do III Salão do Turismo tiradas pelo Panosso

Aqui estão as fotos enviadas pelo Alexandre Panosso.



Eduardo Sanovicz (ex-presidente da Embratur e agora professor da USP e diretor da Reed) fala com nossos alunos.



Foto da turma com os Profs. Panosso, eu, Sanovicz e Mariana Aldrigui. Foi difícil achar a Mariana para tirar a foto porque ela ficava flanando direto pelo Salão. Foi vista tirando uma linha do terno do ministro interino que, agradecido, deu-lhe um beijinho nas faces rosadas.




Saímos para jantar com o Carlos Costa, professor da Universidade de Aveiro (Portugal). Da esquerda para a direita: Tatiana (esposa do Panosso), Panosso, Mariana, Carlos Costa e eu.



Alexandre Panosso e eu. Já publicamos juntos Reflexões sobre um novo turismo (São Paulo: Aleph, 2003); Análises regionais e globais do turismo brasileiro (São Paulo: Roca, 2005), organizado também com Mariana Aldrigui (USP) e Paulo Pires (Univali/SC); e em agosto terei um capítulo no seu livro (organizado entre panosso e Marília Ansarah) sobre segmentação. Leia mais no blog, umas duas postagens atrás. Além dos textos compartilhados, também nos reunimos para sofisticados papos de botequim e maledicências diversas (sempre com boa intenção). Obs.: Note que temos o penteado semelhante.



Fotos da turma da EACH no Salão do Turismo

EACH é a famosa Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Também conhecida como USP-Leste. É uma unidade nova, criada em 2005. Há dez novos cursos, inclusive o curso de Lazer e Turismo. Temos 21 professores e uns 460 alunos e alunas. Cerca de 60 trabalharam no Salão do Turismo e centenas visitaram e participaram do maior evento do turismo nacional. Vários estão se graduando este ano, a primeira turma da EACH em 2008. Olha as fotos.



Luiz Trigo e o Ricardo Uvinha, em meio aos alunos e alunas.




Novamente, Uvinha e eu e a tchurma.



Uvinha e discípulos(as)


Alexandre Panosso Netto e Ricardo Ricci Uvinha. Panosso é professor de Fundamentos do Turismo, Uvinha é especializado na área de lazer e coordenador do curso. Veja no blog o livro que Panosso e Marília Ansarah estão lançando em agosto. Ambos são autores de vários livros e artigos científicos. Good friends.



Uvinha e eu cercados de gente descolada... O Prof. Jose Roberto Yasoshima está atrás.

Obs. Fotos enviadas pelo Uvinha, especialmente para nosso blog.

Teve muito mais gente no Salão. O prof. Eduardo Sanovicz nos recebeu com as honras da casa, afinal ele é um dos chefões da Reed (além de professor da USP), responsável pela organização do evento.
Mais fotos na próxima postagem.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Segmentação do mercado turístico

Em primeira mão para vocês, leitores do meu blog -

Em agosto será lançado o livro Segmentação do mercado turístico: estudos, produtos e perspectivas.

Ficha técnica

Organizadores: Alexandre Panosso Netto (USP) e Marília Gomes dos Reis Ansarah (UNIP)

Editora: Manole, São Paulo.

Ano: 2008

Prefácio: Guilherme Paulus (CVC)

Apresentação: Mário Carlos Beni (aposentado, USP)

Quarta capa: Caio Luiz de Carvalho (SP Turismo)

30 capítulos divididos em 3 partes:

Estudos descritivos e análises críticas - motivações, significados e razões de ser;

Estudos prescritivos e propostas de negócios - produtos, destinos e o como fazer;

Ensaios literários e empíricos - prazeres, culturas e diferenças.

33 Autores (na ordem de apresentação dos capítulos do livro):

Alexandre Panosso Netto - Introdução
Marília Gomes dos Reis Ansarah - Introdução
Odaléia Telles Marcondes Machado Queiroz - Turismo paisagístico
Glória Maria Wildner - Turismo arqueológico
Francisca de Paula Santos da Silva - Turismo sertanejo
Marcelo Ribeiro - Turismo comunitário
Miguel Bahl - Turismo étnico
Antonia Marisa Canton - Eventos
Luiz Gonzaga Godoi Trigo - Turismo GLS
Sérgio Domingos de Oliveira - Turismo de aventura
José Manoel Gonçalves Gandara - turismo gastronômico
Elizabeth Kioko Wada - Turismo de negócios
Diney Adriana Nogueira de Oliveira - Hotel design
Caroline Valença Bordini - Enoturismo
Dóris van de Meene Ruschmann - Enoturismo
Mary Sandra Guerra Ashton - Parques temáticos
Viviane Domingues - Turismo automobilístico
Débora Cordeiro Braga - Turismo industrial
Rozuila Neves Lima - Turismo náutico sustentável
Karina Toledo Solha - Turismo de pesca
Lourdes Barbosa - Turismo de excentricidades
Liciane Rossetto Ferreira - Turismo de fait divers
Célia Maria de Moraes Dias - Turismo esotérico
Keila Cristina Nicolau Mota - Turismo de intercâmbio
Dirce Vasconcellos Lopes - Turismo linguístico
Dario Luiz Dias Paixão - Turismo hedonista
Sérgio Miranda Paz - Turismo futebolístico
Marcelo Vilela de Almeida - Turismo para pessoas com deficiência
Kerlei Eniele Sonaglio - Turismo espacial
Carlos Alberto Tomelin - Turismo ferroviário
Silvio Lima Figueiredo - Turismo virtual
Margarita Barretto - Reflexões finais
Mirian Rejowski - Reflexões finais

Lançamentos previstos:

agosto - São Paulo (data a ser marcada)

25 de agosto - Belo Horizonte, no evento da ANPTUR (Associação Nacional de Pós-Graduação em Turismo)

05 de setembro - São Luís, na UFMA

06 de outubro - Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP

10 de outubro - Curitiba, na Universidade Positivo, durante o evento em convênio com a UFPR

Canela (RS) - em data a ser marcada pelo Prof. Geraldo Castelli.

Outros lançamentos previstos, porém sem data confirmada: Belém, Foz do Iguaçu, Salvador, Cuiabá e Rio de Janeiro.

Importante: A lista de autores acima compreende quase todos os turismólogos que se doutoraram em alguma área (educação, administração, geografia etc). Falta apenas a Luciana Paolucci, por que não trabalha mais na área. Isso significa que há 34 turismólogos doutores no Brasil. É pouco para um curso que tem mais de 30 anos. Devemos chegar a uns 40 doutore(a)s entre 2010 e 2012.
O importante é que esse livro surge com uma visão aberta, pluralista e incluindo vários segmentos que formam a complexa teia do turismo pós-industrial. Marília e Alexandre tiveram um grande trabalho para organizar o texto, mas os resultados poderão ser conferidos no início do segundo semestre. Vai ser um calhamaço de umas 600 páginas. Aguarde.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

3º Salão do Turismo

Na terça-feira à noite fomos à abertura do Salão do Turismo, no Anhembi (São Paulo). Estava a turma do trade, da academia, os políticos e agregados da área. O ministro interino, Luiz Eduardo Barreto, é um cara novo, ex-chefe de gabinete da Marta Suplicy. Teve uma carreira rápida na política, indo da esfera municipal para a ministerial em pouco tempo. Articulado, atento e seguro, o novo ministro tem o desafio de pilotar uma área em expansão e que precisa resolver seus problemas, alguns bastante antigos.
Hoje (quinta-feira) o Salão foi normal. Revi colegas da PUC-Campinas, da Universidade Anhembi-Morumbi, de alguns estados do país e vi alguns dos nossos alunos. Eduardo Sanovicz, sempre atencioso, está à vontade como anfitrião do pedaço, afinal a Alcântara Machado organiza a festa este ano (Sanovicz é nosso colega na USP e diretor da Reed Exhibitions).
Alguns destaques instigantes:
A parte de artesanato está ótima. Adorei as frases escritas num mural: "Os artesãos nos defendem da padronização da técnica e dos seus desertos geométricos. Ao preservar as diferenças, preservam a diversidade da história". (Octávio Paz) e "As mãos são do artista, mas a arte é do povo" ( Renato Almeida).
Uma propaganda da Varig numa evista: "Você não quer ter mais espaço nas poltronas para seus joelhos? Voe Varig". Contra quem é essa publicidade? Contra a GOL, claro, sua própria dona. Inteligente, não?
A área de gastronomia estava OK, mas faltavam os pratos em alguns quiosques. Há 27 estandes com pratos principais e sobremesas. Comi o empadão goiano e a torta de buriti de Tocantins. Empadão, nota 8,0; torta de buriti 10,0 com louvor.
O estande da MJ Livros, tradicional parceiro da área de turismo, tem algumas novidades e promoções. As melhores ofertas, com bons descontos, estão na vitrine, ao lado da entrada.
O Salão está mais maduro, mais profissional. Ainda restam alguns estereótipos do turismo nacional mas, no geral, a galera está aprendendo como e o que fazer.
Revi os amigos e amigas do Senac Nacional e da Confederação Nacional do Comércio. A área está agitada para se adequar às novas diretrizes educacionais que o governo federal propõe. Agitada mas confiante, afinal o complexo Senac/Sesc tem décadas de boas experiências.
Note que os documentos do Ministério do Turismo estão mais articulados e orgânicos. Ou seja, um documento se refere ao outro. Bons indícios de trabalho em equipe.
Amanhã conto mais.

sábado, 14 de junho de 2008

Fim dos tempos - o medo humano


O filme Fim dos tempos (The happening. Dir. M. Night Shyamalan, 2008) é realmente estranho, como um crítico comentou. Estranho porque a natureza e o planeta onde vivemos são estranhos. Nós somos estranhos. A ciência não dá conta de todo o real, há inúmeros mistérios e coisas que não comprendemos. O mesmo acontece conosco. Somos um complexo de moléculas com reações bioquímicas que não compreendemos na totalidade, a psicanálise que o diga. De repente algo acontece e bum, a gente desmorona.
O medo, no filme, acontece muito por conta de nós mesmos, humanos. O vento é o agente de destruição mas a motivação vem de nós, seres humanos, sem contar o horror daquela gente que vive isolada nos cafundós do nordeste norte-americano: misógenos, jecas, violentos, ignorantes, boçais. Pela literatura e pelo cinema, jamais passaria uma noite num daqueles vilarejos isolados e cercados de florestas temperadas. Desde a literatura de Hoffman, Lovecraft e Stephen King que tudo de ruim acontece naqueles matos desgraçados da América do Norte.
Mas o filme é bom enquanto reflexão sobre o meio ambiente, o que fazemos com o planeta e, principalmente, o que o planeta pode fazer por nós. De bom e de ruim.
Para mim o vento continua a ser algo agradável e sublime, misterioso e enigmático, mas bem diferente do vento do filme, tão repleto de referências à Gaia ou ao panteísmo arcaico. Vale assistir.

Cinema careta

Fui assistir Fim dos Tempos no Box Cinemas, do Campinas Shopping (veja comentário do filme acima). Lá estava uma placa, ainda do dia dos namorados, onde dizia mais ou menos assim: "O homem que pagar uma entrada inteira no dia dos namorados, terá uma entrada grátis para sua parceira, para o mesmo filme". Bela caretice. E se a mulher levar o namorado e ela pagar o ingresso porque quer ou porque tem mais grana? Não pode? E se for duas namoradas ou dois namorados? Qual o problema?
O ideal seria assim: "Venha assistir um filme no dia dos namorados(as), pague um ingresso inteiro e seu amor é nosso convidado(a)".
Vai demorar até a sociedade desasnar do machismo.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

O luxo médio


Parodiando Joãozinha Trinta, quem gosta de miséria é intelectual e a classe média adora o luxo, nem que seja massificado, de segunda linha ou ponta de estoque, vendido nos outlets norte-americanos perto de Vegas ou nas periferias das grandes cidades. É o que mostra Dana Thomas no delicioso livro Deluxe - como o luxo perdeu o brilho (Rio de Janeiro: Elsevier, 2008).
Enquanto o filósofo Gilles Lipovetsky faz altas considerações filosóficas sobre o luxo (O luxo eterno. São Paulo: Companhia das Letras, 2005), Dana thomas descreve o mercado e suas teias: seda, couros, perfumes, bolsas, alta costura, luxo exclusivo e luxo de massa. A autora, articulista da Newsweek de da The New York Times Magazine, explica como o luxo impregnou-se de pragmatismo e resultados num mundo globalizado, onde as classes médias emergentes querem gastar dinheiro e adquirir um pedaço da fama, da celebridade e do glamour reservado às personalidades internacionais. A empregada doméstica sente-se madame usando um perfume comprado no camelô; a executiva da avenida Berrini sente-se uma milionária usando bolsas Louis Vuitton; a empresária rica e poderosa sente-se imortal a bordo do couro de seu jatinho privado.
Leitura gostosa e informativa para entender o que rola num dos nichos mais comentados e que cresce significativamente, na mesma intensidade que se aprofunda o abismo entre os have e os have not. São Paulo, Moscou e Xangai são belos exemplos.
Termino com Coco Chanel: O luxo não está na riqueza e no excesso de enfeites, mas na ausência de vulgaridade.


terça-feira, 10 de junho de 2008

Information Brazil - Austrália fácil

Camberra, capital australiana


Muitos roteiros e aventuras...

Quem não conhece Margarita Barretto não estuda turismo. Ela é uma das pioneiras, graduou-se na PUCC, doutorou-se na Unicamp e depois saiu pela América. Editou a primeira coleção de Turismo pela Papirus, de Campinas, foi da UCS (Caxias do Sul) e hoje vive na tranquilidade de Floripa.

Ela tem dois filhos. Um deles, David Frenkel, estudou na Austrália, andou pelo mundo e ao voltar abriu uma filial da Information Brazil em Floripa. Ele e sua garota (Bianca) gerenciam essa agência especializada em estudos e trabalhos para brasileiros na Austrália. Quem conhece o país sabe que é altamente desenvolvido, descolado e instigante. A agência é super clean, tem um monte de informação e equipe é objetiva, sem enrolation.

Como os caras são jovens, as propostas e projetos são ideais para a moçada afim de fazer um belo estágio ou curso no exterior e aprender inglês num dos países bem organizados da commonwealth. Já que a burocracia australiana não é nada fácil, uma boa agência ajuda. Pode conferir, os caras são bons. Aprenderam desde cedo, em casa.








Consegui chegar em Sampa

No último capítulo o nosso herói estava sentado na cabine de um cyber, na rodoviária de POA. Solitário, sem vôos, sem reservas, só com uma passagem de ônibus (Brasil Sul) para Floripa.
Mas, para os heróis do turismo brasileiro sempre há, como nos seriados, ajudas e macetes. Eu e vários passageiros do aeroporto belo e inútil viajamos para Floripa. Ônibus bom, poltronas melhores que qualquer uma de avião e, claro, TVs com filmes em DVD e som alto. Os ônibus não sabem o que é fone de ouvido e todo mundo, queira ou não, tem que pelo menos ouvir o filme. Aproveitei e assisti um filme e meio. Quando uma infeliz quis repetir o segundo filme pela segunda vez dei um basta. O motorista deve ter pensado que eu faria um atentado no cockpit se ele não abaixasse o som. Desligou a TV. Voltei para o deck dos passageiros (era aquele ônibus alto, bonito, as janelas não abrem então a gente passa frio e calor lá dentro) e várias pessoas me felicitaram pela iniciativa. A infeliz que pediu replay deve ter me rogado uma praga. F... - se.
Depois dessa simpatia cheguei a Floripa e Margarita Barretto me esperava lendo uma tese na rodoviária (bonita, por sinal). Fomos visitar a agência de seu filho (veja próxima postagem) e jantamos na lagoa da Joaquina, num restaurante delicioso: ostras e congrio para atenuar a consaço. E um vinho branco maneiro.
Daí dormi e hoje pela manhã a TAM me trouxe para Sampa. Claro que tive que comprar a passagem, mas a minha amiga Margarita já providenciara tudo pela internet. Quem tem amigos não fica jogado no mundo.
O dia estava lindo. Vi o litoral todo, de Floripa a Santos passando por Itapema, Camboriú, Caiobá, Ilha do Mel, Supergui, Ilha Comprida...
Cheguei, amaldiçoei mais uma vez a Infraerro (em marrom-cocô) em Congonhas e vim trabalhar. Happy end.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Aeroporto Salgado Filho POA - O caos

Desta vez me ferrei. Legal. Vim passar o final de semana em Porto Alegre e já deixei a volta para o meio-dia de segunda-feira para evitar tumulto no domingo. O aeroporto fechou ontem, domingo, o dia todo e hoje também. Foi chegar e ver todas as posições e totens de check in fechados e funcionários(as) dizendo que hoje, só amanhã. Se o aeroporto abrir, decolarão os passageiros com bilhetes de ontem. Os de hoje, só Deus sabe.
Pensei. Liguei para meu compadre apenas para deixá-lo preocupado, pois tem um vôo de manhãzinha na quarta-feira. Pensei. Vi preço de carro para alugar. Só a devolução é R$ 1.000,00. Pensei. Táxi para Sampa, uns dois mil. Pensei. Ir a pé. Seria interessante para chegar em forma no verão. Fretar um barco até Santos? Carona? Quem daria carona para um marmanjo?
Cá estou no cyber da rodoviária de Porto Alegre esperando o ônibus para Floripa. Sairei às 13h00 e chegarei na ilha pelas 19h30, se Deus assim o permitir. Já liguei para a Margarita Barretto e ela, sempre gentil, tentará me despachar de lá de algum modo.
Porque fechou o aeroporto de POA? Porque os FDP da Infraerro ainda não instalaram um maldito equipamento (ILS-2) que permita pousos e decolagens no inverno. Todo ano é assim, em POA, Curitiba, Caxias do Sul, sei lá mais onde. Passou mais um verão e não instalaram o equipamento para ajudar a navegação. Estão terminando de instalar esta semana, depois que começou o período de nevoeiro. Isso porque os milicos que admistram (ahah) o serviço aéreo nacional dizem que está tuuuudo bem.
Como um amigo comentou: já pensou se Londres ou San Francisco fechassem por causa de mau tempo? Ou os aeroportos que passam por invernos rigorosos, com neve, ventos fortes e tempestades?
Aos passageiros resta o que? Sentar em algum cyber e reclamar no blog. Toma!
Quando e se conseguir chegar em Sampa, eu aviso.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

VARIG - a festa continua

Você já reparou que, desde 1965 quando a PAN AIR do Brasil sofreu uma falência provocada pela ditadura militar, tudo o que se refere à velha VARIG é envolto em denúncias, suspeitas, negócios excusos, malandragem? Desde as negociatas da Fundação Rubem Berta, os favores aos governos da ditadura, o caso da Varig Travel e depois da BRA (antiga parceira da RG Travel), a venda da empresa, os processos, a tunga nos direitos dos funcionários que não receberam nada...
50 anos de histórias mal contadas, uma empresa inviabilizada, processos arquivados - esqueletos os armários e porões - e ainda sobram denúncias. De quem? Dos incompetentes da primeira equipe da ANAC.
Recomendo novamente: leia livro do Daniel Sasaki (Pouso Forçado), sobre os vínculos Pan Air e Varig com a ditadura militar brasileira.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Sala de aula: que espaço é esse?

Recebi hoje pelo correio um exemplar do livro Sala de aula: que espaço é esse? Organizado pelo Prof. Régis de Morais, o livro teve a primeira edição lançada em 1988. Nele publiquei o primeiro texto em livro na minha vida (já tinha publicado em jornal). O livro foi organizado para sediar textos de 11 professores da PUC-Campinas, Unicamp etc. O Régis era meu professor de filosofia, gostava do que eu escrevia e pediu que eu fizesse uma análise da escola, como aluno. Escrevi o capítulo Salas de aulas contando minha experiência no Colégio Coração de Jesus, onde cursei o ensino fundamental; sobre o Culto à Ciência, também de Campinas, onde fiz o antigo ginásio e depois o técnico de turismo (junto com o Senac). E ainda falei sobre a universidade.
Comecei citando Pink Floyd "we don´t need no education...". Conto os traumas, as farras e as delícias da escola e lá pelo final escrevo que "na letra de Pink Floyd temos exatamente o que não se quer em uma escola: controle mental, textos medíocres, aulas expositivas com restrições à participação dos alunos, sarcasmos dos educadores que se julgam superiores..."
Daí me dei conta que o livro completa 20 anos e está na 21ª edição (Campinas: ed. Papirus). A cada edição a editora me manda um exemplar. Fiquei surpreso e feliz com a longevidade do texto. Reli e não mudaria uma vírgula.
"... just, another brick in the wall"

domingo, 1 de junho de 2008

Os pampas. Fim da viagem.

Cheguei a Porto Alegre sábado à noite para um jantar. De quarta-feira à sábado atravessei o país, da Amazônia aos pampas. POA é charmosa especialmente no inverno. Domingo fiquei flanando pelo parcão vendo as crianças e os cachorros brincarem e os adultos conversando e tomando mate e o sol matinal. Os arredores da rua Padre Chagas, no bairro Moinhos de Vento, logo pela manhã de domingo é algo europeu. O charme, as árvores, o silêncio e o bom gosto das casas e edifícios são absolutamente compatíveis com a ar frio e límpido. Bah, é tudo tri. Voltei contente para Sampa.
Cinco dias, cinco vôos pela TAM. Nenhum problema ou atraso. Ao contrário da Profa. Mariana que demorou catorze horas para vir de Teresina a São Paulo, também pela TAM. A revista Época (2/6/2008) publicou na última página (154) uma bronca sobre a GOL. Das boas. Doze horas de atraso e caos, descaso e cansaço em Viracopos, o aeroporto de Campinas. Só nos resta a imprensa livre para brigar pelos direitos dos passageiros. Anac, Infraero, empresas, bah! Não vejo a hora de a Azul começar a disputar mercado no Brasil em 2009 para que haja uma melhoria significativa no serviço.
Estou esperando agoniado chegar nas bancas o livro Brasil Globalizado. Nas viagens é possível perceber as mudanças, o novo país que surge. Novas possibilidades, novos problemas.