Poucos hotéis conseguem completar um século mantendo suas glórias, a qualidade de serviço e um estilo próprio.
O Palace Hotel, de Madrid, conseguiu. Pertencente à rede Westin, da Starwood Hotels, a propriedade é um marco da hotelaria e mereceu publicações comemorativas para celebrar seus 100 anos.
É um hotel de luxo, com arquitetura, mobiliário, obras de arte e utensílios exclusivos.
Esse prato mostra o hotel na época da inauguração, em 1912.
A foto, tirada em janeiro de 2013, mostra como a propriedade está nova, graças às remodelações e os cuidados com a manutenção e modernização do hotel.
A cúpula do ball room foi construída em vidraçaria colorida, montada em estrutura metálica e decorada com mobiles e lustres dourados.
O café da manhã, os almoços e jantares solenes acontecem nesse espaço privilegiado.
Um museu foi organizado no andar térreo do hotel para ilustrar os momentos que marcaram o Palace ao longo de um século.
A memória merece ser celebrada com orgulho, pois é raro um empreendimento se manter por décadas no topo de um segmento, como acontece com o hotel de Madrid. Note, à esquerda, um mural formado por rostos dos funcionário(as), um sinal de respeito aos responsáveis diretos pelo sucesso de qualquer grande projeto.
Quando entrei no hotel, pensando em fotografar seus ambientes por causa do centenário, bastou pedir à recepção para ser autorizado com um sorriso de genuínas boas vindas. Todo o andar térreo é aberto para visitação, inclusive ao pequeno museu.
Essa prensa para extarir o suco dos patos, é uma peça importante...
... montada em prata para ser um instrumento do antigo espetáculo gastronômico.
O hotel merece mais alguns séculos de sucesso.
Para conhecer mais: http://www.westinpalacemadrid.com/en
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
Impressões espanholas (1)
Férias significam, para mim e nessa fase da vida, lugares para curtir sem muita gente ao redor, com conforto, qualidade de serviço e preços razoáveis. Com boas comidas e bebidas, cultura, gente descolada e tudo o mais. A Espanha e Portugal encaixam-se perfeitamente nesse contexto. Claro que há outros lugares pela Europa e pelo mundo, mas a península Ibérica tem seus encantos. Por lá, sinto que meu DNA reconhece suas taras atávicas e se refestela numa civilização que tem tudo a ver comigo. Comecei minha viagem pela Epanha chegando em Barcelona. Da janela do Novotel, tinha essa vista da igreja da Sagrada Família, a grande obra de Gaudí. Um monumento em pedra à fé, à fantasia, ao devaneio, à capacidade humana de expressar em um meio físico a sua ânsia de transcedentalidade, começando pela estética.
Voltei à Manresa, na gruta onde Santo Ignácio de Loyola escreveu seus Exercícios Espirituais. Hoje o lugar chama-se Cueva de Ignácio e é um centro internacional de espiritualidade. O link é: http://covamanresa.cat/
Na foto, estou no altar da Cueva, em frente a um quadro que representa Ignácio escrevendo. Meu amigo da USP, o Reinaldo Pacheco, com sua esposa, Dirce, estavam comigo na visita.
Parei em Tortosa (cerca de 200 km. de Barcelona), onde fiquei uma noite no Parador. Essa escultura fica no meio do rio que corta a cidade, feita em ferro fundido.
Esse é o acesso para o Parador. Há uns 90 Paradores na Espanha. Pertencem ao governo e vários estão em antigos mosteiros, fortes, palácios, igrejas ou casarões adaptados (ou reconstruídos) para hospedagem e gastronomia.
Crepúsculo em Tortosa, do alto do Parador.
Ao redor do Parador, que fica na parte mais alta da cidade, por ser um antigo castelo fortificado, amontoam-se casas em ruínas. Há muitos emigrantes pobres em Tortosa e a cidade é uma das poucas que possui seu casco historico bastante prejudicado pelas condições sociais.
Vista do prédio principal do Parador de Tortosa. Os blocos dos apartamentos ficam atrás e na lateral.
Entre as delícias de ditigir na Europa (pelo menos nos páises ocidentais) estão as boas estradas (muitas com pedágio), as paisagens, os bons carros e o fato dos motoristas sempre darem passagem à esquerda. Nunca, nem na Espanha, Portugal ou França), alguém me negou passagem. Eu penso que aquelas bestas que negam passagem à esquerda aqui no Brasil, são uns ressentidos, tem complexo de perdedores, devem ter problemas gastro-sexuais terríveis.
Essa escultura em pedra representa a evolução do universo, segundo o filósofo Ramón Llul. Está nos jardins do mosteiro beneditino de Montserrat (perto de Barcelona). Acho um ganho estético e existencial o fato de estar voltada ao abismo.
Essa menina levava a bandeja de doces para uma confeitaria. Disse que eu era blogueiro brasileiro e ela não se fez de envergonhada, posando com essa plataforma de açúcares e gorduras, feliz da vida.
A catedral de Segóvia. Um complexo arquitetônico gótico recheado de tesouros artísticos e históricos. Fiquei umas duas horas perambulando pelas capelas, corredores, abóbadas e recantos, plenos de quadros, esculturas, tapeçarias, peças religiosas e uma atmosfera diáfana e atemporal.
A catedral vista da torre mais alta do Alcázar, antiga fortaleza dos reis espenhóis, em Segóvia.
O complexo do Alcázar. Um dos castelos que respondem ao nosso imaginário sobre castelos, realeza e batalhas medievais. Deve ter algum ovo de dragão perdido nas masmorras.
Ávila. Um dos centros espirituais da Europa. Terra de Santa Tereza ( a primeira mulher doutora da Igreja Católica), São João da Cruz (ambos do século XVI), de místicos islâmicos e judeus. Suas muralhas são das mais bem conservadas da Europa. A catedral da cidade (na foto) está incrustrada no complexo fortificado e faz parte do sistema de defesa da cidade, que nunca foi invalida pelos infiéis.
Ávila, Segóvia, Salamanca e Valladolid são importantes cidades situadas entre 100 e 200 km de Madrid, sendo as três primeirasPatrimônios Culturais da Humanidade. Mas em Valladolid está o Museu Nacional de Escultura, uma das belezas do tesouro artístico espanhol.
Crepúsculo em Ávila, visto da parte alta da cidade.
Ávila e suas muralhas, vista da estrada.
Esse é o fac-símile da Bíblia de São Luís (1234). Está na catedral de Segóvia.
Em Segóvia. fui ao restaurante José Maria comer o cochinillo (leitãozinho), indicado pelo Félix Tomillo, nosso amigo ibérico.
Uma marca de Segóvia é o antigo aqueduto romano.
Essa é a catedral de Salamanca, estou na parte superior, onde seria o coro. Dá para ver a rachadura na parede bem em frente? Veja abaixo.
Essa rachadura foi feita no dia 1 de novembro de 1755, dia do terremoto que devastou Lisboa, matando umas 30 mil pessoas. Os efeitos foram sentidos na Espanha e no norte da África. Os engenheiros da época disseram que não haveria problema e deviam estar certos, pois se passaram mais de 250 anos e o edifício está em pé. Em Lisboa, várias igrejas desabaram matando os fiéis que lotavam as missas do dia de Todos os Santos.
Vista de Salamanca, do alto da catedral.
Essa é a magnífica porta da Universidad de Salamanca, a mais antiga do mundo. É possível visitar a universidade, ver suas salas antigas, o claustro, a biblioteca e depois comprar lembranças numa loja bem legal. Os cursos e administração estão esparramados por outros edifícios da cidade. O prédio original é para visitação e para atividades acadêmicas especiais.
sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Férias e contatos na Espanha
Se você acompanhou algumas das minhas postagens no Facebook, viu que há vários docentes da EACH-USP aqui, na Catalunha, Espanha. Os catalões estão loucos da vida com o governo de Madrid e há um forte movimento separatista que levanta paixões dos dois lados, mas por enquanto "la capital sigue siendo Madrid", como diz um amigo brasileiro.
Há um velho caso de amor entre nossa turma de Lazer e Turismo da EACH e a Espanha. Claro que temos contato com a Inglaterra, Austrália, Argentina e ours países, mas esse inverno europeu concentrou parte de nossa turma por aqui. Vamos à gênesis desse amor correspondido:
Há duas vertentes principais. Uma delas une o prof. Alexandre Panosso ao prof. Félix Tomillo, da Universidade de Valladolid, em Castilla. Panosso fez o pós-doc em Valladolid, Félix doou à EACH uma biblioteca especializada em turismo e já nos visitamos algumas vezes.
A outra vertente começou com nosso professor, Antonio Carlos Sarti, que conhecia a turma das Universidades de Barcelona (Jordi Tresserras e Juan Carlos) e de Girona (Lluis Mundé), com os quais me encontrei nessa mesma viagem.
Desses contatos surgiu a Cátedra Unesco de Turismo e Cultura, em 2012; os profs. Sidnei Raimundo e Ana Paula Fracalanza (sua esposa), estão fazendo pós-doc em Girona e foi na casa deles onde passei esse reveillon; duas de nossas alunas já vieram, também em 2012; o prof. Reinaldo Pacheco (acompanhado de sua mulher, Dirce Maria) está aqui para fazer visitas a Girona (ontem nos encontramos em Barcelona); Sarti chega dia 17 de janeiro; e Panosso virá logo depois, mas para Valladolid.
Eu vim em férias, mas também para compar livros, escrever um pouco e encontrar essa turma toda, afinal estar com bons amigos em viagem é extremamente divertido e saudável, mas tem que ser gente legal, senão é melhor viajar solo.
Claro que esses contatos significam alguns dos projetos que serão implementados nos próximos anos, entre a USP e essas universidades. Essa é uma pequena parte do cipoal internacional que nos envolve, pois a USP está decidida a melhorar seu nível de envolvimento global, viabilizando a viagem de discentes e docentes para vários países e outros lugares do Brasil.
Há ainda o projeto (já feito e entregue para avaliação) de um mestrado em turismo, realizado entre a EACH e a ECA, para ser implementado a médio prazo; todos os contatos feitos por outros docentes de turismo e de lazer e vários eventos que aconteceram em 2012 e outros que virão. O prof. Ricardo Uvinha, por exemplo, além de ser da World Leisure Association, é da Comissão de Contatos Internacionais da EACH, articulando acordos e convênios com o mundo todo.
A VRERI (Vice-Reitoria Executiva de Relações Internacionais) da USP está muito atuante e a Universidade tem despontado cada vez mais nos rankings internacionais. Para sermos mais pontuados nesses rankings, teremos que fortalecer os laços internacionais com instituições significativas.
Essa é uma pequena parte da história. Hoje não deu para fazer upload das fotos porque o sistema local (Parador de Tortosa, perto do mar Mediterrâneo) tem algumas limitações, mas em breve postarei algumas fotos. Lembro também que há muitos outros docentes articulados às questões internacionais, mas centrei essa postagem nos contatos espanhóis, pois é onde estamos curtindo o inverno europeu e as férias de final de ano.
Salud y buenas vacaciones.
Luiz Gonzaga Godoi Trigo
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