Foto: torres da catedral da Sagrada Família, em Barcelona, Há décadas sendo construída e cuidadosamente esculpida. Não importa o tempo gasto, mas sim a beleza e ousadia do projeto.
Algumas campanhas publicitárias
refletem a atmosfera pragmática de nossa era. Nada como o just do it, da Nike ou a frase
life is short, play hard, que a Reebok usou por algum tempo para dar a
idéia do tempo curto e da necessidade de ações precisas e decisivas. No mundo
dos negócios, um dos best sellers sobre
isso é Execução, de Ram Charan e Larry Bossidy (Rio de Janeiro: ed.
Elsevier/Campus, 2005). “A execução
acompanha tudo. Ela permite que você veja o que está acontecendo ao seu redor.
É o melhor meio de mudança e transição – melhor que a cultura, melhor do que a
filosofia. As empresas voltadas para a execução mudam mais rápido do que as
outras, pois estão mais perto da situação... O aprendizado real vem de prestar
atenção à experiência” (pág. 17 e 87). Então a teoria, o estudo e a cultura
são inúteis? Não, mas o problema é atingir os objetivos de uma forma rápida e
certeira, especialmente e tempos de crises que provocam neuroses os gerentes e
gestores, receosos de perder negócios, lucros e empregos. O ex-presidente do
Conselho Federal de Administração, Rui O. B. Andrade, dizia que a iniciativa
sem a “acabativa” não vale nada. É a execução.
Uma versão recente desse
pensamento foi a campanha publicitária da IBM. Colecionei seis slogans que se referem à mesma coisa: ação:
Pare de antecipar problemas. Comece a antecipar soluções.
Pare de evitar riscos. Comece a encará-los.
Pare de vender o que você em. Comece a vender o que eles querem.
Pare de pensar com um banco. Comece a pensar como um cliente.
Pare de contar cliques. Comece a contar dinheiro.
Pare de falar. Comece a fazer.
A IBM sabe a importância de
entender as mudanças e responder rapidamente a elas. A empresa quase faliu na
década de 1980, por erros estratégicos no mercado de computação. Ela subestimou
a importância dos computadores pessoais, a agilidade da Microsoft e a
agressividade dos japoneses e de seus concorrentes americanos. Em 1993, a
empresa começou a mudar e a se reposicionar no mundo. Hoje ela atua na mesma
área que um hotel, centro de convenções ou restaurante: presta serviços e
resolve problemas de seus clientes. Aliás, resolver problemas não é mais um
diferencial competitivo. O importante é prevenir, antecipar os problemas para
que nem cheguem a acontecer. E se acontecerem, resolvê-los rapidamente. Portanto
a experiência da IBM pode inspirar o setor de serviços, pois foi esse segmento
que a salvou. Outras empresas passaram por dificuldades e as superaram:
AT&T, British Airways, Compaq, Kodak, Lucent Technologies, Morotola...Claro
que é melhor antecipar as dificuldades, mas tão importante quanto é recuperar
uma imagem comprometida.
As empresas e profissionais que
sobrevivem aos ciclos de euforia/derrocada do capitalismo são, em geral, os que
antecipam as mudanças, entendem seu significado e adaptam-se às novas
realidades. Trabalham, adquirem conhecimento, estão antenados a tudo e possuem
um alto nível de confiança. E executam a maioria de seus projetos, aprendendo
com os erros dos projetos problemáticos e esquecendo o que não é importante
para suas vidas pessoais e profissionais. São pessoas descoladas (não deixam
que nada grude nelas) e articuladas com o mundo real e virtual. Teoria e ação.
Planejamento e execução. Cultura e praticidade. Memória, experiência e
aprendizado. Entendeu? Então pare de reclamar. Comece a ser sujeito de sua
própria história.
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