Luiz Gonzaga Godoi Trigo, 2015
I - INTRODUÇÃO
Você já foi bem atendido em
alguma loja, clínica, companhia aérea, restaurante, hotel ou empresa prestadora
de serviços em telefonia? Lembra o lugar, a data e a pessoa que prestou um
ótimo atendimento? Lembra o nome da empresa ou a marca do produto?
E já foi mal atendido? Lembra dos
fatos, inclusive dos nomes de pessoas, empresas ou produtos? Certamente você lembra,
e com mais intensidade.
Serviços podem ser marcantes na
vida de uma pessoa, especialmente se ocorrerem nos extremos da experiência
humana. Se uma prestação de serviços é comum, burocraticamente oferecida ou
padronizada, entregue sem nada especial apenas em troca de um valor monetário
qualquer, a gente logo esquece. Mas se for algo excelente ou horroroso a gente
se lembra por muito tempo. E comenta com os outros, especialmente as coisas
ruins.
Isso significa que um
profissional ou uma empresa que quiser marcar a vida de seus clientes, não pode
oferecer qualquer coisa de qualquer jeito, a não ser que se contente com a
média.
A média é medíocre. Fazer algo
“mais ou menos” é fazer sempre menos.
“A busca da mediocridade é sempre
bem sucedida” (Karl Albrecht).
Um profissional precisa
desenvolver habilidades especiais, oferecer a excelência para seus clientes,
fornecedores, colegas e colaboradores. Se você quiser ser lembrado seja
excelente ou péssimo, nunca mediano. Evidentemente ser excelente é mais
recompensador e satisfatório do que ser péssimo, mas para isso é necessário um
caminho de aprendizado, disciplina e vontade. Não há soluções mágicas ou
fórmulas instantâneas para se conseguir qualidade na prestação de serviços. É
preciso muita vontade, trabalho e esmero em aprimorar sempre mais a capacidade
de bem atender.
Atingir os patamares mais
elevados de qualidade em prestação de serviços depende de alguns fatores:
Planejamento
Capacidade técnica
Controles eficientes
Treinamento intensivo e constante.
Mas depende também de conhecimento e cultura.
Exercício:
Vamos fazer um exercício sobre o que impressiona as pessoas. Você é um ótimo
exemplo para iniciarmos essa discussão sobre qualidade e bom atendimento. Procure se lembrar dos seguintes fatos com a
maior nitidez possível (lugares, cores, cheiros, músicas, datas ou o que mais
for relevante para você):
Uma
comida diferente que você provou, mas surpreendentemente saborosa;
Uma
viagem fascinante que você realizou;
Um
lugar aconchegante, onde você dormiu como anjo;
Um
grande amor em sua vida. Se você teve vários amores (sorte sua) faça um ranking dos melhores;
Uma
roupa, sapato ou tênis que você usou por muito tempo até acabar e agora se
lembra com saudade;
Um(a)
professor(a) ou chefe que marcou a sua vida de forma positiva;
Agora,
uma pessoa que marcou a sua vida de forma muito negativa. Desculpe provocar
essa lembrança, mas é importante. Lembre sem raiva ou ressentimento, só para
perceber como aquela pessoa era nefasta e para que você nunca faça nada semelhante
com os outros;
Um
dia (ou uma noite) muito especial, portanto, inesquecível;
Um
brinquedo de sua infância que você adorava. De quem você o ganhou? Sabe onde ele está agora ou já foi perdido, quebrado,
dado para outra pessoa? Se você hoje encontrasse um brinquedo igual, em alguma
loja, você compraria só para tê-lo novamente?
São esses sentimentos intensos –
mas só os bons - que a gente deveria provocar nas pessoas que utilizam nossos
serviços. Empresas como Disney (entretenimento), Ferrari (mais do que carros,
sonhos), Four Seasons (hotéis) ou Lindt (chocolates) procuram chegar a esse
ponto de sofisticação: dar um prazer
especial e exclusivo aos seus clientes. O bom da história é que algumas
empresas pequenas e quase desconhecidas, mas caprichosas e inteligentes, também
o conseguem.
Caso
Em
1991, fui à Chicago visitar as instalações de reserva automatizada da United
Airlines, ainda novidade no trade
turístico. Em um final de semana e aluguei um carro para visitar Milwalkee, Wisconsin,
ao norte de Chicago. Na estrada almocei em um restaurante de comida caseira perto
de Sturtevant, uma cidade bem pequena. O restaurante chamava-se Apple Holler. O
lugar me impressionou pela atenção, eficiência no atendimento e comida
deliciosa. Eu viajava só, mas senti-me tão à vontade naquele domingo ensolarado
que passei horas agradáveis em um lugar estranho, com pessoas desconhecidas. Guardei
o cardápio, um tipo de jornal de quatro páginas, com todos os pratos (inclusive
preços) que eles servem no café da manhã, almoço e jantar. Atraiu a atenção o
primeiro parágrafo do texto: “É nosso
prazer servi-lo com a hospitalidade e cortesia à moda antiga campestre. Apesar
de servirmos milhares de pessoas da comunidade por ano, mantemos a tradição de
servir os viajantes desde o século 19, quando o primeiro proprietário do local,
Ebenezer Adams, dirigia uma taverna ao lado de sua casa, uma taverna que não
vendia bebidas alcoólicas.”
Ao
procurar em minhas hemerotecas um exemplo, para ser o primeiro deste livro,
deparei-me com o cardápio-jornal. Será que o restaurante ainda estaria aberto?
Consultei a internet e lá está o restaurante, agora com atividades como
colheita de maçãs em datas programadas, passeio de charrete no campo, jantares
musicais, atividades para o inverno, cardápios especiais para piqueniques,
aniversários e outros eventos. Se eu guardei aquele cardápio por mais de 20 anos
esperando usá-lo como exemplo em algum texto, não foi sem algum motivo.
Exercício:
Visite o site desse restaurante (www.appleholler.com)
e descubra, por você mesmo, como essa empresa aperfeiçoa seus métodos de
atender clientes e consegue ser apontada como exemplo de qualidade em serviços,
até mesmo no exterior. Você não lê em inglês?
É bom aprender, pois essa língua é fácil e fundamental no mundo
globalizado. Mas há ótimos sites em português. Consulte
o site do restaurante Beijupirá, em
Porto de Galinhas (Pernambuco) e aprenda duas coisas importantes: veja como a
empresa, apesar de pequena e rústica, caprichou na comunicação (www.beijupira.com.br) e note que o
restaurante apresenta as informações em português e em inglês. Se quiser um
restaurante top no Brasil consulte o www.domrestaurante.com.br. Localiza-se
em São Paulo
e é pilotado pelo chef Alex Atala. Foi
inserido, em 2006, entre os 50 melhores restaurantes do mundo pela revista
inglesa Restaurant Magazine. É óbvio
que o site também é bilíngüe. Para
ver a lista dos melhores restaurantes do mundo navegue em www.theworlds50best.com. Vários excelentes restaurantes brasileiros não possuem
sites na internet, um sintoma
preocupante de que nossos empresários subestimam as novas tecnologias.
Esse é apenas um exemplo retirado
do mundo da gastronomia, mas o universo dos serviços é imenso, complexo e
multifacetado.
II – CONCEITOS
No dicionário Houaiss da língua portuguesa (Rio de Janeiro: Objetiva,
2001), o vocábulo “serviço” possui
25 significados, mas os que nos interessam são os quatro primeiros:
- ação ou efeito de servir, de dar de si algo em forma de trabalho;
- exercício e desempenho de qualquer atividade;
- o próprio trabalho a ser executado ou que se executou; a obra, o expediente, o mister, a tarefa, a ocupação ou a função;
- estado de quem serve outrem.
As palavras “ação”, “exercício”, “trabalho” ou “estado”, remetem à necessidade de se fazer o melhor para o cliente,
para a pessoa que espera receber algo pelo qual está pagando direta ou
indiretamente, ou recebendo o produto ou serviço gratuitamente como no caso de
promoções, prêmios ou serviços urgentes em caso de necessidade.
A palavra que serve de
referência, de farol, para a prestação de serviços é:
EXCELÊNCIA
De volta ao Houaiss, excelência é definida por “qualidade do que é excelente, qualidade
muito superior”, e excelente é “o que excele; que é de ótima qualidade; que
é muito bom”.
A origem da palavra (ou a sua etimologia) vem do latim “excellens, entis” que significa “que excede em altura, que se eleva acima de,
que sobressai, superior, distinto,... elevar, erguer, levantar ao alto, ser
superior, sobrepujar”.
Está claro o que é excelente? É o
que há de melhor. É o que você tem de melhor e pode, sempre, ser aprimorado. A
excelência deve ser cultivada, bem elaborada, aperfeiçoada como uma orquídea
rara e bela. Ela depende de inteligência, força de vontade, disciplina e
sensibilidade. E também da cultura de uma pessoa ou de um povo.
Depois do dicionário, que é
sempre fundamental para iniciar uma análise das palavras, usaremos três autores
para aprofundar os conceitos introdutórios.
Se exigimos excelência,
precisamos de exemplos correspondentes. O escritor alemão Thomas Mann ganhou o
prêmio Nobel de literatura, em 1929, com o romance Os buddenbrook, uma longa história sobre uma família decadente e burguesa
da Alemanha. Em um dos trechos o autor, através de um personagem, nos descreve
o ideal do comércio, um dos mais vastos campos do setor de “serviços”:
“Um comerciante não deve ser burocrata!
... Para essa profissão precisa-se de personalidade, e por isso é do meu gosto.
Não acho que um grande sucesso possa ser conquistado na cadeira de um
escritório... pelo menos não me causaria grande prazer. O sucesso não quer
apenas ser calculado na escrivaninha... Sinto continuamente a necessidade de
estar presente para dirigir a marcha das coisas pelo olhar, pela boca e pelo
espírito... para dominá-la pela influência direta de minha vontade, do meu
talento, da minha sorte, se quiser chamar assim essa coisa. Mas, infelizmente
tudo isso cai, pouco a pouco, fora da moda, toda essa intervenção pessoal do
comerciante.”
(Os Buddenbrook. São Paulo:
Círculo do Livro, 1975, pág. 239)
Mas, felizmente, a intervenção do
profissional no processo de qualidade não caiu de moda. Transformou-se em uma
série de atitudes, procedimentos, métodos e controles que visam criar e
aperfeiçoar a qualidade. A colaboração de Thomas Mann tem a ver com a
criatividade e a capacidade de superar os limites formais e burocráticos para
se alcançar a excelência em uma atividade profissional, especialmente em
comércio e serviços.
O segundo autor não é um literato,
aliás nem cursou a faculdade. Os textos são de Rolim Adolfo Amaro, um
profissional da aviação comercial que criou, em vinte anos, a maior empresa
aérea do Brasil: a TAM. Na década de 1990 a empresa desfrutou seus anos dourados,
antes que a seqüência de crises no início do século 21, provocadas pela
incompetência governamental, jogasse ao chão os padrões de qualidade da aviação
brasileira. O comandante Rolim não
estava mais vivo para ver o caos dominar a aviação comercial brasileira entre 2006 e 2007.
Entre as 104 frases atribuídas a Rolim
Amaro, reunidas no livro O sonho
brasileiro, de Thales Guaracy (São Paulo:A girafa Ed., 2003, pág. 431-442),
selecionamos oito que remetem diretamente à qualidade em serviços e têm a ver
com vários temas inseridos ao longo deste livro:
“Em busca do ótimo não se faz o bom.”
“O limite do nosso crescimento deve ser a qualidade dos nossos
serviços.”
“Não há nada que não possa ser feito melhor.”
“O lucro é a consequência do serviço prestado, não do negócio
realizado.”
“Só não terceirizamos a nossa inteligência.”
“Mude antes que seja obrigado.”
“A melhor maneira de ganhar dinheiro é deixar de perdê-lo.”
“O sucesso traz a arrogância e a arrogância traz o insucesso.”
Essas oito frases podem ser resumidas da seguinte forma:
A excelência é fundamental para o profissional ou para a instituição;
sempre pode ser melhorada, depende de conhecimento sistemático e exige mudanças
sempre que necessário; para que o conhecimento evolua e a percepção das
mudanças se mantenha aguçada é preciso lutar contra a tentação da arrogância
que, em geral é sintoma de insegurança ou imaturidade e, com o tempo, traz
prejuízos consideráveis ao profissional ou à empresa. A própria TAM provou
deste remédio amargo, especialmente após o acidente com o Airbus em julho de
2007 no aeroporto de Congonhas (São Paulo), onde morreram 199 pessoas. Falta de
habilidade para atender a imprensa, as autoridades e os familiares das vítimas
após o acidente causaram danos consideráveis à imagem da empresa.
Comandante Rolim Amaro (1942-2001), fundador da TAM.
O terceiro autor é um mestre
clássico da administração: Peter Drucker. Ele lança a ponte entre a relativa
novidade dos serviços e seu futuro em nossas sociedades pós-industriais. Sim,
para entender a complexidade dos serviços é preciso entender o tipo de
sociedades que criamos ao longo das últimas quatro ou cinco décadas e como as
novas tecnologias, a globalização e os desafios sociais e ambientais afetam
nossas vidas. Drucker afirma que:
“Antes da Primeira guerra mundial não
havia nem mesmo um nome para as pessoas que ganhavam a vida sem ser com o
trabalho manual. A expressão ‘trabalhador em serviços’ foi criada por volta de
1920, mas se mostrou um tanto enganosa. Hoje em dia, menos da metade de todos
trabalhadores não manuais são de fato trabalhadores em serviços. O único
grupo em rápido crescimento na força de trabalho nos estados Unidos e em todos
os outros países desenvolvidos é o dos ‘trabalhadores do conhecimento’ –
pessoas cujas tarefas exigem escolaridade formal e avançada. As expressões
‘indústrias do conhecimento’, ‘trabalho de conhecimento’ e ‘trabalhador do
conhecimento’ foram criadas por volta de 1960, na mesma época mas
independentemente; a primeira por Fritz Machlup, economista de Princeton, a
segunda e a terceira por este autor.”
(Drucker, 2002)
Com esse texto temos uma segunda
palavra fundamental:
CONHECIMENTO
Excelência e conhecimento são,
então, fundamentais para a qualidade dos serviços.
Um mundo de oportunidades e perigos
O que diferencia o ser humano dos
outros mamíferos superiores, inclusive dos primatas, é a sua capacidade de
inteligência, reflexão e possibilidade de criar cultura, valores e códigos de
ética para viver em grupo, ou seja, de criar e manter uma sociedade complexa.
Apesar das guerras, doenças, desastres naturais ou provocados pela cultura e
pela tecnologia, o ser humano possui, como única capacidade de sobreviver ao
mundo e a si próprio, a sua inteligência e conseqüente produção de conhecimento
para compreender e transformar o mundo.
Ao longo dos últimos milhares
anos a humanidade desenvolveu e ampliou sua capacidade de produzir, organizar,
processar e distribuir conhecimento. Através da mitologia e da religião, da
arte e da filosofia, da ciência e da tecnologia, as diferentes civilizações e
culturas construíram centros de conhecimento em todos os continentes da Terra.
As antigas comunidades nômades pré-históricas adquiriram a capacidade de
domesticar animais e selecionar sementes para o plantio. Surgia a agricultura e
a série de atividades a ela ligadas como astronomia e matemática, metalurgia e
marcenaria, tecelagem, construção naval, abertura de estradas, medicina e
direito.
A história das civilizações
avança desde os antigos impérios do Egito, da Mesopotâmia, dos Persas, da China
e da Índia, até as cidades-estado gregas e o império Romano. Mas foi certamente
nos últimos duzentos anos, tendo como marco inicial a Revolução Industrial, que
ocorreu uma fantástica aceleração na capacidade de pesquisa e desenvolvimento
de novos métodos científicos e tecnológicos. A Revolução Industrial, iniciada
no século 18, estendeu seu domínio sobre o planeta nos séculos 19 e 20,
fundamentada na tecnologia da máquina a vapor, na mecânica de precisão, na
eletricidade e nas novas possibilidades da siderurgia através das ligas de aço
e outros metais cada vez mais sofisticados.
A partir das décadas de 1940 e
1950 o mundo conheceu a energia atômica, o desenvolvimento da eletrônica, de
novas ligas metálicas, da rápida e evolução dos transportes, inclusive das
espaçonaves interplanetárias. A partir de 1970, as novas tecnologias de
informática criaram as condições para que o processo de globalização dominasse
as redes de telecomunicações, os sistemas integrados de gestão, o mercado
financeiro internacional e a imensa rede de transportes, viagens e
entretenimento. As sociedades precisaram se adaptar aos desafios inéditos. Concomitante
aos avanços tecnológicos houve mudanças profundas na economia, na cultura, na
sociedade e na política; assim como na ética e no comportamento individual. As
relações internacionais foram sacudidas em suas bases. Novas oportunidades e
novos perigos surgiram.
O conhecimento sempre existiu ao
longo da história, mas antigamente não era acessível à grande maioria da
humanidade. Era caro, de difícil acesso e distribuição, transformava-se
lentamente e era restrito a feudos de informação situados em centros solenes e
isolados (universidades, centros de pesquisa, governos, laboratórios,
bibliotecas) que raramente se comunicavam entre si, ao contrário, suas
rivalidades as separavam cada vez mais de seus pretensos competidores.
Com a interligação do mundo em
redes de comunicação informatizadas o acesso ao conhecimento ganhou novos
aliados e as fronteiras dos antigos feudos foram derrubadas. O capitalismo
mercantil, iniciado nos dos séculos 15 e 16, foi suplantado pelo capitalismo
industrial dos séculos 19 e 20. Mas o domínio exclusivo da indústria, ou o
setor secundário da economia foi substituído, a partir das décadas de 1970 e
1980, pelas sociedades pós-industriais. Mas a partir do final da Segunda Guerra
Mundial, as novas formações sociais, econômicas e políticas inquietaram os
diversos pesquisadores que tentaram compreendê-las.
Essas novas
sociedades receberam diferentes nomes:
Sociedade do impasse (M. Crozier)
Sociedade despreparada ((D.
Michael)
Idade do equilíbrio (L. Mumford)
Consciência III (C. Reich)
Século casual (Chistopher Lasch)
Sociedade programada (Alain
Touraine e Z. Hegedus)
Sociedade pós-moderna (conceito
originado da arquitetura e da filosofia, sendo o filósofo francês Jean-François
Lyotard um de seus divulgadores)
Cultura pré-figurativa (M Mead)
Sociedade pós-civil (K. Boulding)
Sociedade pós-capitalista (R.
Dahrendorf)
Sociedade do capitalismo maduro
(C. Offfe)
Sociedade do capitalismo avançado
(K. Galbraith)
Sociedade sadia (E. Fromm)
Sociedade ativa (A. Etzioni)
Sociedade pós-materialista (R. Inglehart)
Sociedade tecnotrônica (Z.
Brzezinski)
A terceira onda (Alvin Toffler)
Sociedade dos serviços (J.
Gershuny e W. R. Rosenggren)
Era da descontinuidade (Peter
Drucker)
Era nuclear (década de 1950)
Era espacial (década de 1960)
Sociedade da informática
(conceito de Adam Schaff)
Sociedade do conhecimento
Sociedade de consumo
Capitalismo
monopolista-financeiro
Sociedade do espetáculo (conceito
de Guy Débord)
Sociedade da informação (conceito
de John Naisbitt)
Era da informação (título do
livro do sociólogo Manuel Castells)
Sociedades globalizadas
Sociedades pós-industriais
(conceito compartilhado por vários sociólogos e
Economistas,
inclusive preferido por Domenico de Masi)
Nova economia (em referência ao
novo mercado virtual possibilitado pela internet, um
conceito
atualmente em desuso)
Era do acesso (conceito de Jeremy
Rifkin)
Sociedade da experiência
(conceito de Joseph Pine II e James H. Gilmore)
Hiper-modernidade (conceito de
Gilles Lipovetski)
Fonte: Quadro baseado
parcialmente em de Masi
(1999) e ampliado por Trigo, L. G. G.
(2008).
Esses nomes dependem do autor, do
enfoque ou da época. Domenico de Masi comenta que há mais de 300 nomes
possíveis para as sociedades atuais e prefere a denominação de sociedade
pós-industrial (de Masi, 1999).
MUDANÇAS
Para efeito de padronização
terminológica usaremos o termo “sociedades pós-industriais” para denominar as
sociedades atuais, entendendo que alguns grupos humanos ainda vivem em uma “era
pré-industrial”, por exemplo, certas comunidades islâmicas no interior da Ásia
Central, comunidades africanas primitivas ou miseráveis, grupos indígenas no
Pacífico ou na América do Sul. Porém, em termos globais, o conceito pode ser
aplicado para todas as sociedades desenvolvidas ou em processo de
desenvolvimento.
Vimos até aqui, portanto, que
essas sociedades são caracterizadas por alguns conceitos bem significativos
como excelência, conhecimento e mudança. Além dessas
características iniciais podemos ainda enumerar outras que são também
relevantes e comuns a essas sociedades.
As sociedades atuais são marcadas por:
Articulação da globalização financeira, comercial e
tecnológica;
Predomínio das tecnologias de
eletrônica e informática;
Crescimento do setor de serviços, cada vez mais articulado em
bases de alto conhecimento;
Novos métodos de gestão de governos, empresas e instituições em
geral;
Culturas mais abertas e democráticas, nos países
desenvolvidos em geral e em vários países em desenvolvimento;
Crescente respeito à diversidade e ao pluralismo social, político e cultural;
Violência e repressão religiosa
nos países em desenvolvimento que são dominados por fundamentalismos religiosos arcaicos.
O mundo atual é pleno de contradições e paradoxos, onde a paz e a violência, o luxo e a miséria, a alta
tecnologia e a ignorância, o sexo e a repressão, a vida e a morte convivem de
forma intrincada e dominada por interesses locais e globais difíceis de serem
compreendidos em sua totalidade. O ser humano atingiu níveis elevadíssimos de
conhecimento tecnológico, mas suas práticas éticas e morais precisam ser
aprimoradas.
→ Em resumo: nas sociedades atuais pós-industriais, o conhecimento
é produzido, processado, armazenado e distribuído de maneiras cada vez mais
rápidas e complexas, graças à informática e às telecomunicações. O setor
econômico prioritário nessas sociedades é o terciário, onde predominam os
serviços altamente especializados e complexos.
Para lembrar os setores da economia:
Setor primário – agricultura e pecuária
extensivas, mineração não-industrializada, coleta (caça, pesca, produtos
naturais vegetais).
Setor secundário – construção civil,
mineração industrializada, indústria em geral.
Setor terciário – comércio e serviços
(detalhados no capítulo seguinte)
Mudanças e resistências
Essas mudanças foram percebidas e
analisadas progressivamente, ao mesmo tempo em que ocorriam. Às vezes sua
velocidade superava a capacidade de interpretação dos fatos por parte dos
especialistas e cientistas sociais. Os anos 1980/1990 e o início do século 21 geraram
milhares de artigos, relatórios, pesquisas, dossiês e livros tentando descrever
e entender as novas formações econômicas, culturais, políticas e sociais. Esse
é um debate polêmico, rico e não esgotado, pois o desenvolvimento tecnológico e
social está em contínuo processo de ampliação e de novas mudanças.
Fala-se muito em mudanças, mas,
objetivamente, quais foram as transformações fundamentais que moldaram o mundo
em que vivemos? No que esse mundo é tão
diferente do que nos foi legado por nossos avós e sua geração?
Principais mudanças que originaram as sociedades atuais:
- Preocupação com padrões de qualidade. Esses padrões surgiram na indústria, no início do século 20, e posteriormente estenderam-se ao setor de serviços. Nos próximos capítulos essa história será contada detalhadamente;
- Crescente consciência dos problemas energéticos e ambientais a partir da década de 1970. A primeira crise do petróleo ocorreu em 1973 quando as nações árabes pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) elevaram os preços do óleo em represália ao apoio dos estados Unidos e Europa ocidental à ocupação, no mesmo ano, de territórios palestinos por Israel durante a guerra do Yom Kipur. O mundo percebeu que as reservas naturais do planeta não eram ilimitadas. No ano de 2007, a Organização das Nações Unidas publicou o quarto relatório produzido pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre mudança Climática) onde trata do aquecimento global provocado pelo ser humano;
- O colapso do socialismo real, ocorrido entre 1989 e 1991, acabou com a antiga União Soviética e seu bloco de influência na Europa Oriental e encerrou a Guerra Fria (1947-1991). Ao lado da abertura desses países para o capitalismo liberal e a entrada de muitos na União Européia, ressurgiram conflitos que estavam reprimidos pelo socialismo como o nacionalismo exacerbado, ódios étnicos e fundamentalismo religioso, especialmente nas repúblicas muçulmanas do Cáucaso, nos Bálcãs e nas repúblicas muçulmanas ao sul da Rússia. A China, socialista desde 1949, implantou gradualmente reformas de cunho liberal a abriu suas fronteiras ao capital internacional. Em 2007, apenas Cuba e Coréia do Norte eram formalmente socialistas;
- O componente eletrônico que detonou a revolução tecnológica foi o chip. É uma evolução da antiga válvula eletrônica, substituída posteriormente por transistores e diodos, placas de circuito integrado e impresso, até chegar à configuração atual, a miniaturização constante implantada sobre uma base de silício, o segundo elemento químico mais abundante na crosta terrestre, excelente semicondutor de eletricidade. O chip possibilitou a fabricação de computadores e equipamentos eletrônicos pessoais cada vez mais rápidos, potentes e baratos;
- Fortalecimento dos blocos econômicos entre países, sendo os mais importantes o NAFTA (North American Free Trade Agreement), entre Estados Unidos, México e Canadá; a União Européia, reunindo 27 países (Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Itália, França, Reino Unido, Irlanda, Dinamarca, Portugal, Espanha, Grécia, Áustria, Finlândia, Suécia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Eslovênia, Malta, Chipre, Romênia e Bulgária); e o Mercosul (Brasil, Uruguai, Argentina, Chile e Venezuela);
- Ampliação do setor terciário da economia. Atualmente o Produto Interno Bruto (PIB) e a População Economicamente Ativa (PEA) da maior parte dos países do mundo concentram-se nos setores de comércio e serviços. Essas transformações são decorrentes das novas tecnologias de gestão, produção e distribuição de bens e serviços. As sociedades atuais são denominadas por vários especialistas como “pós-industriais”. O setor industrial continua a ser estratégico e fundamental para a economia, mas o setor terciário é dominante, passou a oferecer o maior número de postos de trabalho e a exigir profissionais cada vez mais qualificados, os “trabalhadores do conhecimento”;
- Se as mudanças econômicas geraram as sociedades pós-industriais, as culturais e políticas geraram as sociedades “pós-modernas”, ou “hiper-modernas” segundo autores contemporâneos. Nessas sociedades o conhecimento é uma mercadoria estratégica e valiosa, não sendo mais produzido exclusivamente por universidades ou centros de pesquisa governamentais, mas também por empresas, instituições e grupos, públicos, privados ou do terceiro setor, espalhados pelo mundo.
- A seqüência de crises econômicas, a partir da década de 1990, estão transformando a face do capitalismo. O ápice da crise econômico-financeira entre 2008 e 2009 levou ao colapso de bancos internacionais, empresas de grande porte, inclusive as montadoras de automóveis norte-americanas e instituições de empréstimos em geral, inclusive imobiliários. A crise, provocada por um uso irresponsável de “derivativos”, ou papéis derivados de pacotes de créditos cedidos a pessoas físicas e jurídicas, exigiu medidas de regulamentação em vários países, causou desemprego e perda de investimentos em vários países do mundo.
Exercício:
Consulte o site http://europa.eu e conheça mais
sobre o maior bloco de países do mundo. É site
oficial da união Européia e está disponível em 23 línguas, inclusive em português. Não há sites
oficiais do Mercosul ou do NAFTA. Informe-se mais na www.wikipedia.com acessando “união européia”, “mercosul”, “nafta” e “blocos econômicos”.
Mas não são todas as pessoas do
mundo que têm acesso a esse mundo de conhecimento maravilhoso e revolucionário.
No caso do Brasil, apesar dos grandes avanços obtidos, inclusive do grau de
investimento internacional obtido em 2008, ainda temos imensos bolsões de
pobreza e ignorância, de exclusão e de resistência às novas idéias.
Alguns exemplos de carência ou resistência às mudanças que existem no
país:
- Apesar de o Brasil possuir um setor terciário predominante na economia, a sociedade demorou a entender as mudanças ocorridas. Vários empresários, políticos, acadêmicos e profissionais ignoravam ou não aceitavam as transformações;
- O dogmatismo ideológico de uma esquerda arcaica demorou a aceitar o colapso do socialismo real, ocorrido entre 1989 e 1991, e suas conseqüências para a geopolítica global;
- A concentração de riquezas nas mãos de uma minoria privilegiada gera distribuição de renda extremamente desigual e uma situação histórica de injustiças sociais difíceis de serem sanadas, mesmo com os esforços dos governos mais progressistas, a partir de 1995;
- O resultado é um nível elevado de miséria e a ignorância de parte significativa da população;
- Dificuldade de reformas jurídicas, fiscais, constitucionais e políticas que garantam possibilidades de confiabilidade empresarial ao nível internacional e de desenvolvimento pleno ao nível nacional, retardando o desenvolvimento;
- Problemas graves nas áreas de educação, saúde, segurança pública, urbanismo e planejamento;
- Falta de investimento na infra-estrutura básica do país como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias etc. A crise aérea de 2006/2007 foi um exemplo dessa falta de investimento e incapacidade gerencial;
- Denúncias de corrupção, criminalidade em geral e impunidade compactuada entre poderes fundamentais da democracia como o judiciário, legislativo e executivo, com mudanças seletivas nos últimos anos;
- Falta de consciência e condições objetivas para o aprimoramento da qualidade dos serviços públicos, privados e do terceiro setor na maior parte do território nacional. Há bolsões excepcionais de excelência, mas o país sofre de falta de infra-estrutura (estradas, portos, sistema de tráfego aéreo, sinalização turística, setor de saúde, segurança pública etc.); possui péssimos índices de aproveitamento estudantil, graças às falhas de seu sistema educacional; e exibe para o mundo um cenário conflito urbano, criminalidade e impunidade;
- O mais grave: em pleno século 21 ainda há, no Brasil, desconhecimento e preconceito em relação a áreas estratégicas e vitais para as sociedades atuais como lazer, estética e beleza, varejo, moda, gastronomia, hospitalidade, turismo, entretenimento, finanças, diversidade cultural e mídia. O problema é que esses são setores privilegiados dos serviços pós-industriais. Basta lembrar que vários restaurantes ou importantes pontos de comércio brasileiros não possuem site na internet. Muitas cidades e empresas também não, muito menos em versões bilíngues. É uma visão arcaica por parte desses profissionais, empresários e políticos que deveriam elaborar planejamentos, planos de gestão e de marketing.
Entendeu por que parte
considerável dos serviços, no Brasil, possui má qualidade? É um problema
estrutural, ou seja, algo que possui um histórico de carências e falhas
profundas. Essa realidade tem mudado ao longo dos últimos anos, mas ainda há um
longo caminho a percorrer até que nossos serviços sejam igualados aos melhores
do mundo em todos os setores.
O Brasil é contraditório: é muito
rico e muito pobre; possui ilhas excelência e alta qualidade em meio a continentes
de mediocridade e miséria. Mesmo tendo capacidade tecnológica de primeira linha
no sistema bancário, na indústria farmacêutica ou aeronáutica, o país ainda possui
uma assimetria profunda entre os serviços de alta qualidade e os serviços
medíocres. Uma imensa maioria não percebeu as extensões e profundidades das
mudanças e já se vão trinta anos desde que os primeiros textos a respeito foram
publicados no país, em português. Mas poucos lêem, e entre esses poucos,
vários não aceitam ideias novas que contrariem seus dogmas obsoletos e certezas
esclerosadas.
Entre 1992 e 1996, fiz uma
pesquisa para meu doutorado em Educação na Unicamp sobre a formação
profissional na área de serviços nas sociedades pós-industriais. Li autores das
mais diversas formações ideológicas: marxistas e liberais, políticos e
empresários, pesquisadores e consultores de empresas.
Encontrei poucas concordâncias
entre esses especialistas, mas essas se revelaram extremamente importantes.
Apesar de suas diferenças, todos, sem
exceção, concordam em dois pontos:
1. O que marca a configuração das
nossas sociedades são as mudanças intensivas
para a qual precisamos estar constantemente preparados, assim como para os
períodos de estabilização que se seguem às mudanças mais profundas;
2. A importância do conhecimento, a matéria-prima mais
importante e estratégica para gerar o desenvolvimento e a vantagem competitiva
das instituições privadas ou governamentais.
Alguns autores propuseram o
conceito de “nova economia” para
essas novas formações sociais e produtivas. Mais uma vez, o conceito se
basearia na revolução tecnológica atual. Paul Gomer, da Universidade Stanford e
autor do livro Nova teoria do crescimento
argumenta que: “Sai o átomo, entre o bit
de computador. A nova economia é baseada no conhecimento e não em matérias-primas. Uma
economia baseada no conhecimento não tem limite de crescimento.” (Veja, 07/07/1999, p. 140). Otimista, porém limitado. Atualmente, esse
conceito não é utilizado, já que a economia continua com algumas
características bem clássicas. O que mudou foram as bases materiais de produção
de riquezas.
Há vários métodos para se apontar e denominar
a história e efeitos dessas mudanças. Quanto mais informação você tiver a
respeito melhor entenderá o processo e suas conseqüências. É importante
entender os “porquês” e ter uma noção histórica já que os fatos não surgem de
repente, do nada. O mínimo que se espera de um profissional preocupado com a
qualidade em serviços e sua eficiente gestão é uma referência social, histórica
e cultural.
Nesse ponto reside a importância
de se ter uma cultura bem sólida.
Essa “cultura” não é apenas o que se aprende nas escolas, mas inclui as
experiências vivenciadas nos mais diversos momentos e lugares da vida (família,
igrejas, mundo do trabalho, sindicatos, clubes, grupos de amigos, festas,
entretenimento, esportes, artes...).
Histórico básico de inovação das principais
tecnologias do capitalismo
1785
– 1º onda: máquina a vapor
1845
– 2º onda: estradas de ferro, aço
1900
– 3º onda: eletricidade, produtos químicos, motor a explosão
1950
– 4º onda: petroquímicos, eletrônica, aviação
1990
– 5º onda: redes digitais, software,
novas mídias
Obs. Não confundir essas “ondas” com as utilizadas por
Alvin Toffler, a serem analisadas no próximo capítulo. A palavra é a mesma, mas
o contexto é diferente.
Fonte: Revista Exame
25/09/1999, matéria de capa intitulada “Nova
Economia”, de André Lahóz, p. 122.
Já a cerca de 30 anos, concepções
sobre as “novas” sociedades já eram debatidas nos países desenvolvidos. Não
apenas debatidas, mas incorporadas ao planejamento público ou privado de pólos
de lazer, comércio ou entretenimento. Centros culturais e esportivos, shopping centers, parques temáticos,
centros de saúde e spas, aeroportos e
portos, museus e galerias de artes, centros de convenções, condomínios
comerciais e residenciais, novos projetos urbanísticos e recuperação de áreas
urbanas decadentes surgiram na América do Norte, na Europa e na Ásia, em pleno
contexto da lógica pós-industrial ou pós-moderna. Isso significou uma elevação
de padrão na qualidade dos serviços nessas sociedades, possibilitando acesso diferenciado
para milhões de cidadãos e consumidores.
Caso
Museu Guggenheim Bilbao, País Basco,
Espanha.
“Atualmente é difícil imaginar a paisagem da
capital basca sem o Museu Guggenheim Bilbao ancorado na margem esquerda do rio
Nervión. O projeto de instalar uma sede européia da Fundação Guggenheim em
Bilbao se insere em um conjunto de atuações desenvolvidas por diferentes
administrações Bascas direcionadas, por um lado, a contribuir ao processo de
revigoramento da estrutura econômica basca que buscava diversificar o segmento
econômico da cidade para além de sua base industrial tradicional (já
decadente). Por outro lado, desejava-se potencializar as possibilidades de
converter a área metropolitana articulada em torno a Bilbao, em núcleo de
referência das regiões do eixo Atlântico. A consideração da cultura como
variável de desenvolvimento suscitou muitas dúvidas e receios, mas o sucesso do
primeiro ano do empreendimento ratificou a premissa de que a cultura é uma
importante variável instrumental para conseguir objetivos ligados a políticas
de desenvolvimento econômico e revitalização urbanística.”
O
arquiteto norte-americano Frank O. Gehry, autor do projeto, entendeu que algo
inovador era esperado e projetou uma monumental estrutura de titânio para sede
do museu. Thomas Krens, diretor da Fundação Guggenheim, explica que “apenas podia ser uma realização
arquitetônica espetacular, do tipo da Ópera de Sidney (Austrália) ou do Centro
Pompidou, em Paris. Um
edifício que, no final do século 20, tivesse o mesmo impacto que a Catedral de
Chartres (interior da França) teve nos séculos 14 ou 15”.
Fonte: Revista
“Connaissance des arts”, edição
espanhola. Paris: 2000. Pág. 6 e 22
O
museu transformou o perfil de Bilbao, de cidade industrial e portuária
decadente para um pólo de cultura, turismo e eventos integrado aos novos
projetos da União Européia. Tipicamente pós-industrial e oferecendo um serviço
cultural excelente para a comunidade espanhola e internacional.
Exercício:
Visite o site do museu www.guggenheim-bilbao.es e navegue
pelas fotos e informações disponíveis em língua basca, espanhol, inglês e
francês.
Depois
acesse www.guggenheim.org para
conhecer o museu original em
New York e as outras sedes existentes em Las Vegas (no hotel
cassino Venetian), em Berlim, Veneza, além da já citada Bilbao. A Fundação
Guggenheim interessou-se (entre 2003 e 2005) em implantar um museu com sua
grife no Rio de Janeiro. Obteve o apoio do então prefeito César Maia e o
projeto foi desenhado pelo arquiteto francês Jean Nouvel. Vários políticos,
artistas, arquitetos e cidadãos foram contra por considerarem o museu
desnecessário e muito caro. Observe os museus existentes e veja o que o Rio de
Janeiro perdeu.
Um comentário:
Excelente professor... li de um só "gole" sem pausas... obrigada. 😉
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