Estou refletindo e escrevendo sobre viagens: cenários, paisagens, mundos, recordações (do passado e do futuro) e sensações estranhas.
Fui aos subterrâneos de minha biblioteca procurar fontes, algumas já esquecidas pelo tempo; outras mal entrevistas alguns anos atrás; algumas ainda reluzindo em minha memória, trazidas de terras distantes, no século passado.
Encontrei El Archivista. Publicado pela primeira vez em 1991 e em uma outra edição, mais completa, em 2001. Recorda-me os desenhos de Piranesi, os textos de Italo Calvino (As cidades invisíveis, 1972), as brumas de Budapeste sob uma nevasca de dezembro ou a massa enorme de rocha que compõe os muros do Vaticano. Os desenhos coletados por Schuiten e Peters mostram a sensação existencial inerente ao tempo que passa por lugares estranhos e incognoscíveis.
As lacunas absurdas nos frontispícios remetem às ausências (perdas, faltas?) em nosso ser, em nosso palácio de memória...
Nenhum comentário:
Postar um comentário