domingo, 22 de novembro de 2009

Las ciudades oscuras

Estou refletindo e escrevendo sobre viagens: cenários, paisagens, mundos, recordações (do passado e do futuro) e sensações estranhas.

Fui aos subterrâneos de minha biblioteca procurar fontes, algumas já esquecidas pelo tempo; outras mal entrevistas alguns anos atrás; algumas ainda reluzindo em minha memória, trazidas de terras distantes, no século passado.


Encontrei El Archivista. Publicado pela primeira vez em 1991 e em uma outra edição, mais completa, em 2001. Recorda-me os desenhos de Piranesi, os textos de Italo Calvino (As cidades invisíveis, 1972), as brumas de Budapeste sob uma nevasca de dezembro ou a massa enorme de rocha que compõe os muros do Vaticano. Os desenhos coletados por Schuiten e Peters mostram a sensação existencial inerente ao tempo que passa por lugares estranhos e incognoscíveis.

A viagem perpassa esses cenários.

As lacunas absurdas nos frontispícios remetem às ausências (perdas, faltas?) em nosso ser, em nosso palácio de memória...

... a mercê do tempo que envolve nossas vidas em algo perceptível mas intocável.

Folhas espalhadas por ruínas fabulosas, coisas largadas no fluxo temporal, naves abertas ao mundo, alagadas pelas circunstâncias.

Mundos brilhantes sob a luz construída para realçar nossos desejos.

Jardins isolados entre caminhos que se espraiam...

... por entre obras de arte que remetem à incerteza perante o desconhecido e à sutileza resistente dos desejos.

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