A rua General Osório é no centro apertado de São Paulo, perto da Santa Efigênia. É uma via onde se concentra o murundum de lojas de artigos musicais, um dos muitos clusters comerciais paulistanos. Uma delas ostenta um nome hodierno: Contemporânea, no número 46 da dita rua. Mas aos sábados, pela manhã, ela se transforma em um dos tesouros culturais clássicos da cidade.
Basta entrar, atravessar a loja e enfiar-se por um corredorzinho estreito. É como passar para outro lado do espelho do tempo. Lá reune-se a velha guarda do choro paulistano, em um salão pequeno que fica lotado de gente quietinha ouvindo, sentindo e curtindo os mestres do chorinho esgarçando os limites entre realidade e a ascese, entre a rua congestionada e a serenidade profunda perdida nos labirintos do tempo.
A sala á decorada com fotos, desenhos, bandeiras, flâmulas, quadros, ícones e fitas coloridas que formam o caudal de saudades, alegrias, momentos gostosos e esperanças malucas que se encontra no chorinho bem tocado e bem sentido.
Dos rostos imortalizados nos corações das pessoas às gravações digitais atuais, assiste-se à permanente construção e reconstrução de uma antiga cultura das ruas e varandas, dos salões com piso de taboas de madeira e da cerveja gelada, bebida preguiçosamente ao redor de uma mesa cheia de delícias e conversas descompromissadas.
Nas faces dos velhos (com todo o respeito) às vezes pode se deslumbrar a beleza da existência humana com suas intimidades e subjetividades, tão exclusivas quanto preciosas...
Aí está o Richard (marido da Mariana Aldrigui) enamorado dos metais da loja.
Todos os sábados, pela manhã, tem chorinho no pedaço. Quem nos indicou foi o colega Eduardo Yázigi, da Geografia da USP. Grande dica do mestre e amante da cidade de São Paulo.
Quem quiser saber mais sobre a casa pode acessar www.contemporaneanet.com.br
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