Os dias que antecedem as férias tornaram-se um martírio para milhares de professores das faculdades particulares. É nesse período que acontecem as demissões. Os motivos? Os mais variados, desde corte de gastos até antipatia com aqueles que não concordam com leviandades e autoritarismos que algumas instituições cometem. A figura que abre essa postagem é uma piada de mau gosto em várias instituições. Os docentes e os alunos que se danem.
Perdem-se professores por dois motivos: alguns passam nos concursos das universidades públicas e se mandam; outros são demitidos por qualquer motivo. Alunos e alunas sofrem uma constante diminuição de profissionais capacitados. Professores sofrem um stress constante no final de cada semestre. E os novos contratados geralmente não possuem a mesma titulação ou experiência que os demitidos. São mais baratos. Mas a mensalidade dos alunos nunca abaixa, só a qualidade do ensino.
Os discursos institucionais são bonitinhos, do tipo auto-ajuda O monge e o executivo. A prática é cruel e exatamente ao contrário do que pregam os manuais de administração e recursos humanos. O pior é que ninguém pode reclamar ou denunciar, pois estará na lista de demitidos do próximo semestre. É triste ver algumas antigas instituições, outrora respeitadas, mergulharem na vala comum da mediocridade e da hipocrisia administrativa. Princípios nobres, práticas ordinárias.
Há, inclusive, o caso de uma grande universidade onde a reitoria e a mantenedora não se entendem, provocando atrasos e problemas na gestão. O reitor não é bem visto pelo chefe da mantenedora e esta não vê sua gestão com bons olhos. Quem se prejudica? Alunos, funcionários e professores.
Enquanto os alunos e alunas não entenderem que além de pagar a mensalidade devem exigir qualidade e transparência na gestão, terão diplomas com valor cada vez mais questionável no mercado.
Deixo aqui minha solidariedade aos colegas que foram injustamente demitidos por gestões autoritárias e medíocres. Não se preocupem, as instituições deixaram de os merecer. O tempo revelerá as práticas nocivas que algumas instituições de ensino superior particulares estão fazendo no país. O futuro é inexorável com os medíocres e mal intencionados.
2 comentários:
Bingo, Trigo! É isso aí. Concordo que enquanto alunos (e, por que não, pais de alunos, amigos de alunos, chefes dos alunos, etc...) não se solidarizarem com a classe docente, não haverá melhora. Aliás, sempre otimista por princípio, neste assunto não consigo ser Polyanna. Já tentei. Desisti na segunda demissão, como docente, de uma universidade particular... Paciência? Não, luta para ir adiante e poder ter mais voz ativa a favor dos docentes e tristeza, muita tristeza! Abraço!
i agree with you
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