segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Pensando minha nova dieta







Estou tendo uma experiência inédita em minha vida que é um processo programado de perda de peso. Não é bem uma dieta, eu mudei meus hábitos alimentares desde 6 de maio de 2012. Até hoje, final de setembro eliminei10 quilos, mais de dois quilos por mês. Agora estou com 80,550 Kg. Sempre me peso na mesma balança eletrônica em uma farmácia (custa R$ 0,50).

Não há segredos ou grandes estudos de cardápios, receitas ou controle de calorias, mas sim vontade, certo conhecimento (sobre dietas) e disciplina. Vamos por partes.

Já há alguns anos estava acima do peso. Viagens, ansiedade, refeições copiosas, um pouco de gula e relaxo me deixaram com 90,5 quilos. Como tenho 1,70 m. de altura, estava bem acima do peso desejado. Os exames periódicos não davam alterações significativas em colesterol e triglicérides porque não como gordura e caminhava pouco, mas o suficiente para enganar o corpo. Isso mudou em abril deste ano. Ao fazer meus exames periódicos de check up, a curva glicêmica mostrou uma discreta, mas significativa, alteração.

Não confio em qualquer médico, pois já vi barbaridades suficientes para desconfiar de discursos alarmantes e métodos estranhos. Pedi que meu primo, um clínico geral veterano e que me conhece desde criança, que analisasse os exames. Sabendo de minha teimosia e estilo de vida ele me ligou e disse secamente: “Ou você perde peso e faz algum exercício ou fica diabético. A escolha é sua”. Isso me convenceu. Falei com ele e seu bom senso me orientou como proceder. Sem radicalismos ou neuroses, mas com práticas simples e eficazes. Também li algo sobre dietas, inclusive um livro de um neurocientista norte-americano onde ele explica porque sexo, drogas e comida nos dão tanto prazer e como ele é decodificado na bioquímica cerebral (A origem do prazer. David Linden. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011).

Na prática cortei totalmente açúcar branco me contentando com a frutose (açúcar natural de frutas) e o mínimo de adoçantes em produtos como iogurte, musli e geléias light. Muita coisa que é oferecida para diabéticos serve perfeitamente para quem quer perder peso e ter uma alimentação mais saudável, um exemplo são os pães, bolachas e massas feitas com farinha integral. São muito mais saudáveis que os feitos com farinha refinada (branca), que têm um impacto muito letal na saúde. O mesmo vale para arroz integral, que fica gostoso com feijão ou lentilha e é mais saudável que o branco. Tudo isso vale para pessoas que não possuem incompatibilidade com algum desses ingredientes, por isso acompanhamento médico ou nutricional é fundamental.

Optei por carnes magras como peru light, frango e peixe, mas uma ou duas vezes por semana como carnes vermelhas, também magras. Farto-me de legumes cozidos, frutas leves e saladas. Faço um bom café da manhã, um almoço leve e jantar frugal. Nos intervalos, quando a fome aperta, como uma barra de cereais light (ou normal, se for a única opção), sucos sem açúcar ou frutas. Adoro os sucos e geléias (sem açúcar) da Queensberry e os iogurtes light da ati latte. Queijos e frios também são boas opções. Incrementei minhas omeletes e a granola do café da manhã, aliás cafés e chás são tomados sempre sem açúcar ou adoçante, assim como caipirinhas de vodka. Descem puras. Voltando à granola, uso um tipo de musli light, aveia em flocos, umas três nozes esfareladas e iogurte, igualmente light.

 Li na Internet (e confirmei com um especialista) uma lista de dez alimentos que ajudam a emagrecer:

Amêndoas
Ovo
Soja
Maçã
Bluberry (ou mirtilo)
Espinafre
Iogurte light
Sopa de legumes (natural, sopa em pacote ou lata tem muito sódio)
Salmão
Quinua

Obs. Claro que não vai comer só isso, esses são alimentos ótimos para regimes mas devem ser complementados com outros ingredientes.

O restante é bom senso e um pouco de exercício, no meu caso, caminhadas de pelo menos 40 minutos. A conta é simples: há que comer menos calorias do que se gasta, portanto eventualmente como chocolate, pizza ou até feijoada, mas em pouca quantidade e menos vezes por mês. Se o chocolate tem mais cacau e menos açúcar melhor; se as massas são com farinha integral, é lucro. Doces e sorvetes quase nunca, mas também não sinto falta. Cortei 97% a cerveja e troquei por vinho ou sakê, conhaque ou vodka, mas também maneirando.

 Alguns detalhes importantes:

  1. Homem emagrece mais rápido que mulher, portanto as meninas devem ter mais paciência e perseverança, sorry;
  2. Toda mudança alimentar deve ser acompanhada por um profissional;
  3. Se a pessoa tiver algum tipo de doença crônica ou eventual isso deve ser considerado no planejamento dietético e avaliado pelo profissional que acompanha o caso. Nesse ponto incluem-se os distúrbios hormonais (e outros distúrbios psicossomáticos) que provocam aumento ou diminuição de peso;
  4. Ler a respeito ajuda a entender a lógica e os métodos nutricionais e dietéticos, mas as fontes devem ser qualificadas, pois há muitos modismos e besteiras a respeito de dietas;
  5. Não adianta ficar sem comer, o organismo reage provocando vários distúrbios ou a carência alimentar pode causar doenças graves. O ideal é comer menos, escolher alimentos saudáveis e comer mais vezes por dia do que apenas as três refeições clássicas. Um bom desjejum é fundamental;
  6. Alimentar-se bem tem um custo, mas nada exorbitante se comparado com certas “tranqueiras” vendidas em todo lugar. Economizar em comida engorda, note como há muita gente que é pobre e gorda, pois se alimentam de forma errada (carboidratos, açucares, gorduras, enlatados com muito sódio) e em excesso, tudo acompanhado por refrigerantes, sucos adoçados, cervejas e sobremesas obscenas. Claro que há gente de outras classes sociais que também estão acima do peso, pelos mesmos motivos ;
  7. A partir de certa idade não adianta fazer uma “dieta”, é preciso mudar permanentemente os hábitos alimentares se quiser viver – e  morrer – saudável.

Atenção: Finalmente, tudo o que foi escrito acima é uma experiência pessoal, não sou profissional da saúde e nem especialista em nutrição. Isso significa que não  estou autorizado a ministrar conselhos ou diretrizes dietéticas, apenas a comentar meu caso de maneira informal e literária Cada indivíduo possui suas características e seu organismo reage de forma específica aos diversos tratamentos e dietas, portanto é fundamental consultar um profissional da área de saúde para fazer os exames necessários ao planejamento e acompanhamento de seu regime.





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