A Conferência Internacional Inovações em Turismo (INVTUR) 2010 foi organizada pelo Departamento de Economia, Gestão e Engenharia Industrial da Universidade de Aveiro, sob a coordenação geral do Prof. Dr. Carlos Costa. Portugal recebeu pesquisadores de 26 países, inclusive os internacionalmente reconhecidos que vieram do Canadá, Reino Unido, Grécia, Itália, Brasil, México e Espanha, além de centenas de estudantes e pesquisadores portugueses que prestigiaram o evento.
A marca da Conferência foi a boa organização, pontualidade (quinze minutos é tolerável), sobriedade e um ambiente de trabalho destinado a atualizar os conhecimentos, formar redes acadêmicas, conhecer pessoalmente os autores e trocar informações.
Os cerca de 25 brasileiros(as) presentes, inclusive muitos estudantes de pós-graduação, representaram a nova geração de pesquisadores que observa e analisa o fenômeno turístico no contexto de outras disciplinas e com um enfoque não apenas regional ou nacional, mas articulado com a pesquisa internacional de ponta na área. Carlos Costa deixou claro as propostas já no título de sua palestra "Diminuindo o abismo entre pesquisa turística, educação e mercado". Em Portugal há 64 cursos de turismo (nove universitários e 55 politécnicos ou tecnológicos), a necessidade de se formar solidamente as redes de pesquisadores e a expansão da pós-graduação de maneira articulada com as áreas estratégicas onde ocorre o turismo. O país sente a necessidade de ter melhor representação do Turismo na burocracia estatal acadêmica (assim como acontece no Brasil). Acima, Prof. Alexandre Panosso em sua comunicação sobre formação em turismo no Brasil.
Chris Cooper reforçou a necessidade de se entender as novas tecnologias e os aspectos globais e locais (glocal), integrar a áreas de turismo e hospitalidade aos outros estudos, aproveitar as possibilidades da sociedade do conhecimento, falou do crescimento dos cursos na Ásia e América Latina e caracterizou o currículo como um jogo de forças entre:
Educação e Treinamento
Trade e Academia
Conhecimentos genéricos e práticos
Defesa e Aceitação do corpo de estudos
Necessidades vocacionais e interesses do trade
Núcleo de disciplinas ligadas ao turismo e liberdade de ensino.
Afirmou que o turismo precisa liderar e inovar o campo de pesquisas e aplicação, ser multicultural e altamente conectado às novas tecnologias.
Acima, na foto, a minha comunicação.
Ética, estudos legais, internacionalização, transferência de tecnologia e conhecimentos, novos currículos, integração disciplinar, formação de redes, novos desafios educacionais, cultura e sustentabilidade foram pontos amplamente discutidos ao longo de 35 sessões de apresentações, sempre com ótimo público. Trabalhou-se muito, passeou-se pouco, conversou-se bastante com os colegas e profissionais presentes no evento. Foi um importante momento internacional para se repensar os caminhos, desafios e possibilidades de nossa área de lazer, turismo e hospitalidade.
Na última noite voltamos ao restaurante Telheiro para o jantar de despedida. Félix e Marcellino tornaram-se grande camaradas dos brasileiros e todos reconheceram a generosidade de Félix em doar sua biblioteca para a USP, onde ficará à disposição de pesquisadores de todas as instituições nacionais. Levantamos vários brindes para ele e para todos nós.
Álvaro do Espírito Santo foi o primeiro presidente da ABBTUR Nacional e hoje está na UFPA e na direção do turismo de Belém. Na foto devora uma enguia.
Bruno e Helena Costa, um casal descolado. Helena foi minha aluna no mestrado da UNIVALI, em Balneário Camboriú (SC). Depois foi direto para doutorado na UnB e agora é professora recém-concursada da própria UnB, em Brasília. Um caso de carreira rápida e brilhante. Tem muito futuro.
Este peixe é um rodovalho, típico da região. Foi devorado acompanhado por vinhos verde e tinto, batatas, couve e muito azeite de oliva. E comemos novamente as enguias e as sardinhas na brasa.
Rosana Mazaro, coordenadora do mestrado em turismo da UFRN, eu e Mirian Rejowski (ex-USP e agora no mestrado da Anhembi-Morumbi), ainda com caras de fome esperando os pratos. Ao lado o Fabiano, um professor italiano residente em Portugal.
Há que se trabalhar muito, mas com bom humor, disposição e uma boa cara para com o presente e o futuro, como a Rosana bem demonstra degustando a sobremesa denominada de "baba de camelo", que virou uma globalbaba depois que tomo mundo meteu a colher.
Juliana, mestranda da UFRN, fez a sua primeira participação num congresso internacional. Sua foto aqui fica como uma homenagem às novas gerações, com a possibilidade de ampliar as fronteiras do conhecimento na área, deixando de lado os velhos vícios acadêmicos, as ideologias arcaicas e o ranço de um "turismo" da velha guarda, marcado, em parte, por muita fantasia e pouca competência. Basta ver como o número de cursos de graduação diminui a cada ano, um fenômeno normal e já previsto por nós a cerca de uma década. Mas se falta qantidade, sobrevive a qualidade. Se depender da nova geração de pesquisadores que estava em Aveiro, da moçada que trabalha no Brasil e em vários países do mundo, o setor tem um futuro promissor e alvissareiro.
Tudo isso aconteceu em Portugal, no final do inverno e sob o tímido sol que sucedeu às chuvas torrenciais. Valeu a Conferência, valeu a hospitalidade e o exemplo de organização. Ficaram as satisfações e as saudades.
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