Assisti a festa da abertura da Copa em São Paulo, na casa de amigos. Não comentarei a apresentação (pobre e sem muita graça) e nem o pênalti duvidoso, mas é hilário que só o Brasil tenha marcado gols no jogo com a Croácia... Mas comentarei a estupidez de parte da torcida. Vaiar autoridades, tudo bem. Xingar explicitamente uma senhora que é Presidenta (isso mesmo, presidenta é português absolutamente correto) em frente às câmeras globais é boçalidade. As pessoas reclamam da falta de educação dos mais pobres e humildes mas se esquecem propositalmente que as nossas classes médias possuem um nível anormal de obtusidade social. Isso posto, curti a vitória e se os croatas não gostaram do juiz azar deles. Também tivemos juízes carrascos no passado e ainda há o longo caminho dos jogos pela frente. Que isso não se volte contra nós, já que o malfadado pênalti foi dúbio mesmo.
Na sexta-feira 13, dia de Santo Antonio, decolei logo cedo de Congonhas rumo à Belo Horizonte. Graças à paciência do meu amigo Edmur Stoppa, que ficou horas na fila virtual da FIFA, conseguimos ingressos para Colômbia e Grécia, no dia 14, no Mineirão. Faço questão de assistir alguns jogos desta Copa no Brasil. A decolagem foi especial por conta das nuvens que matizaram o sol sobre São Paulo e o Pico do Jaraguá.
No aeroporto de Confins estava o jato da GOL especialmente pintado para transportar a seleção brasileira. Nos dias vagos ele opera normalmente em outras rotas.
Com os preços absurdos dos hotéis (R$ 900,00 a diária do Mercure, por exemplo), vali-me dos contatos acadêmicos e fiquei hospedado na prestigiosa FAJE, uma das ilhas de excelência dos jesuítas (juntamente com a Unisinos, RS e a PUC-RJ). Pena que as aulas já acabaram e a biblioteca suntuosa está fechada, mas a hospitalidade continua ótima.
Na noite de sexta-feira a hospitalidade mineira dos amigos antigos manifestou-se solenemente. Saí com Sérgio Martins (esq.) e sua esposa, Rosilene e o Cristiano Lopes. Todos são turismólogos e o Sérgio foi presidente da ABBTUR Nacional quando a instituição atingiu o auge de sua existência. Os congressos tinham de três a cinco mil pessoas e a área acadêmica florescia pelo país.
No sábado, dia do jogo, o acesso foi absolutamente tranquilo, organizado e rápido. Nas proximidades do Mineirão, as concessionárias de automóveis e várias lojas colocaram vários tipos de blindagem para evitar o vandalismo que ocorreu na cidade na Copa das Confederações. Essa concessionária radicalizou, colocaram containers velhos servindo de muralha contra a violência que, por sinal, não houve.
Foi só festa e confraternização entre torcidas. Colombianos, gregos, brasileiros e ouros povos riram, brincaram e curtiram um dia de sol e alegria do futebol.
Com minha camisa oficial personalizada (nome e idade)...
... fui cedo para conhecer a estrutura do evento, ver a Fan Zone, olhar o povo e sentir o clima da Copa. É um tesão existencial.
Parabéns à Belo Horizonte, tanto pela organização em geral como pela eficiência e produzir guias em três idiomas, com muita informação, bem elaborados e em numero suficiente para os visitantes. Conversei com vários voluntários(as) e funcionários de diversas instituições e senti, no geral, disposição, boa vontade e competência.
O estande da Coca-Cola tinha essa garrafa imensa formada por latinhas de todos os lugares do mundo.
Edmur Stoppa e eu curtimos muito o evento. Como ele é especialista em futebol, ir com ele vale por umas aulas de esportes e organização de campeonatos.
Gregos e colombianos brincaram muito com suas fantasias e cores. Fiquei ao lado de um colombiano que mora com a família em Washington DC. Conversei com muita gente e senti que estavam à vontade no Brasil e em BH.
O garoto sentiu na pela sua primeira Copa em um país diferente.
FIFA, fonte de crise, bens e males para o futebol e para os países-sede, uma organização criticada, adorada, odiada mas desejada como marca que pode ajudar outras marcas. Entre contradições e paradoxos, a Copa do Mundo vai se desenvolvendo no Brasil.
A festa ocorre ao longo dos dias, estádios e situações diversas. Como escrevi no post anterior, o Brasil conhecerá melhor sua cara (e outras coisas) depois deste mês insólito e especial.
Vale a festa, o humor, a torcida e o furor.
BH mostrou que se preparou a duras penas para o evento. As obras viárias não ficaram prontas e nem o aeroporto, mas a Arena e seu entorno funcionou direitinho. Os mineiros reclamam das medidas da Polícia Militar que proíbe os carros de estacionarem nos arredores durante os dias de jogo. Nada que não possa ser melhorado e acertado.
A onda amarela colombiana tomou conta da Arena. Dos 57 mil torcedores, uns 80% eram da Colômbia. Que a festa continue.
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