Foi um ano intenso e
emocionante. Grandes crises, brigas, viagens, vitórias, amores, espiritualidade,
risadas, aprendizados, espantos e satisfações. Teve de tudo, em doses
generosas.
Não farei ranking top five de cada categoria, nem listas ordenadas. Farei de acordo
com a intensidade dos eventos na memória, o arquivo de fotos (portanto, tem uma
ordem cronológica), o prazer que tive com as diversas experiências e o que pude
aprender ou gargalhar com elas.
Comecei o ano em grande
estilo, com o amigo Sidnei, sua esposa Ana e outros familiares. Foi em Girona,
Catalunha, em um frio gostoso e na paz do interior europeu.
De madrugada fui
beijar a bunda da leoa, uma tradição local destinada aos visitantes. Se
beijarem, voltam. Lambi o rabo da criatura para voltar sempre.
Fiz amizade negociada com essa criatura, o Djou: ele não me morde e eu não o mordo. O pequeno monstro gosta de cerveja, adora o bar e late para os excluídos, apesar de nossas lições cívicas e espirituais. Pertence ao casal Edmur e Viviane e à Maria, princesinha da casa.
Numa das viagens à Fortaleza fui conhecer o novo Centro de Convenções. Quem me levou foi Luzia Neide Coriolano, companheira dos momentos turísticos e bem humorados. Em 2014, o seminário da ANPTUR será em Fortaleza.
O mês de junho foi marcado pelos protestos em todo o Brasil. Fui em alguns, em São Paulo, como essse acima, na Praça da Sé.
Foi na noite em que atacaram a Prefeitura e incendiaram um carro de reportagem. Não fiquei no centro do tumulto porque detesto gás lacrimogêneo e já passei da idade de brigar com a polícia.
Sair com amigos é sempre um programão. Não lembro o jogo que assistimos, mas foi bem divertido.
Nas férias de julho passei uma semana em Belém, visitando um velho amigo. Aí está a flor da vitória-regia se abrindo em um dos lagos do Jardim Botânico.
No final de julho fui fazer exercícios espirituais no mosteiro jesuíta de Itaici, interior de São Paulo. Foi ótimo, pois o segundo semestre foi bem caótico e tumultuado na Universidade.
Também em julho recebemos a visita de duas primas de Portugal, as meninas Vitória e Beatriz, que foram recebidas em várias casas, e também em Campinas, na sede matriarcal de nosso clã.
Os mestres Eacheanos Uvinha, Panosso, Edmur e Sidnei (o mesmo do reveillon), durante uma reunião informal em casa para tratarmos de assuntos escatológicos e iconoclastas. Nessa época sonhávamos com o mestrado em Turismo, que tornou-se realidade em dezembro.
Papai fez 78 aninhos de vida e fui para Curitiba, comemorar junto com ele e a Marli, sua esposa.
O dia 8 (ou 9) de setembro viu surgir essas placas no campus da USP-Leste. Ali começava a maior crise que a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP viu em sua breve história. O dia 11 de setembro foi marcado por uma assembleia que votou a saída do diretor (licenciado até o final do mandato, em janeiro de 2014) e a campanha eleitoral foi antecipada. No dia 1 de outubro, a reunião do Conselho Universitário da USP terminou em tumulto e na invasão da Reitoria, um movimento que durou semanas. Com a eleição da nova diretora da EACH e no novo Reitor da USP, espera-se que a situação se normalize em 2014 e todas as partes se entendam para que o projeto não seja definitivamente comprometido. Essas crises são importantes para garantir maturidade à instituição e para melhorar procedimentos e métodos administrativos. Para mim foi um aprendizado bastante rico. Ver e analisar atitudes, palavras e versões que as pessoas expressam é a fonte primordial das relações humanas e da compreensão humana, seja das suas qualidades, seja de suas limitações e traumas.
Crepúsculo na volta do nordeste brasileiro. Momento de começar a pensar sobre o final do ano, os acontecimentos e os planos...
O seminário da ANPTUR - Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo, foi em Caxias do Sul (RS), na Universidade de Caxias do Sul. Carlos Costa (Portugal), Dinitruis Bouhalis (Grécia, vivendo no Reino Unido) e John Tribe (não aparece na foto, de Surrey) foram algumas das estrelas internacionais convidadas.
O teto da Igreja de São Pelegrino, em Caxias do Sul, pintado por Locatelli. Ganhei um livro magnífico sobre seus trabalhos, produzido pelo amigo Luiz Ernesto Branbatti (Caxias do Sul: Ed. Belas Letras, 2008).
Meu 19º livro ficou pronto em outubro, a tempo de ser lançado na ANPTUR. Mas antes fiz um lançamento privado em casa, para alguns familiares.
No final de outubro o Prof. Sarti e eu levamos 100 alun@s para Curitiba, em uma visita técnica. Fomos de avião e curtimos a cidade e suas atrações.
No final de novembro fui a um seminário em Portugal, na Universidade de Aveiro, mas antes passei por Lisboa onde reencontrei o amigo João Pereira.
Na Universidade de Aveiro com Silvia Held, Marcicano e Regina (colegas da EACH que também estavam em Portugal) e com Carlos Costa, catedrático da Universidade na área de turismo.
Aveiro é um desses lugares para onde a gente sempre volta com prazer.
Autofoto em uma vitrine hiper espelhada de Lisboa.
Caminhar pelas margens do Tejo no outono é ótimo para pensar na vida, no mundo e sentir o prazer do ar puro nas ventas e pulmões. Atmosfera atávica.
A Semana de Lazer e Turismo na EACH foi um evento descolado. Na foto o Prof. Ricardo Uvinha com nossas alunas. Uvinha ganhou o prêmio de excelência acadêmica na EACH e em toda a USP, uma honra para nossa unidade em um ano tão difícil.
Reinaldo e Juliana foram os mestres organizadores do evento, com muito bom humor e dedicação, as usual.
Aí estamos, Edmur e eu, com algumas das alunas de Lazer e Turismo que organizaram o evento.
E no dia 17 de dezembro teve o lançamento oficial do meu livro na Cultura, do Shopping Iguatemi. Aí estão Beth Frommer, Andrea Kogan e Mariana Aldrigui comigo.
E os colegas Moshizuki, Uvinha e Panosso. No dia seguinte comemoraríamos nossos novos mestrados, em Educação Física e em Turismo na EACH-USP. O ano terminava em grande estilo.
Foi neste ano que completei 30 anos de graduado em turismo na PUC-Campinas.
Eu na festa da formatura, novinho e com cabelos.
E o Natal foi em Campinas, com boa parte da família. Na casa da matriarca, a prima Vanira.
Livros... Li bastante
esse ano e pretendo ler mais em 2014. Eu anoto tudo o que leio, por um velho hábito
acadêmico (neurose?). Alguns textos que me deixaram refestelado de prazer, seja
pela estética da obra, ineditismo do tema ou pelo conteúdo instigante, foram esses:
Los
desterrados. Horácio Quiroga. San Bernardino,
California. 2010.
El
último jesuíta (romance histórico). Pedro Miguel Lamet
SJ. Madrid: La esfera de los libros, 2011.
Terra
sonâmbula. Mia Couto. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Meridiano
de Sangue. Cormac Mc Carthy. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
Puta livro fantástico.
O
português no século XXI. Luiz Paulo de Moita Lopes (org.).
São Paulo: Parábola, 2013.
História
de Gabriel Malagrida. Paul Mury SJ. São Paulo: Loyola, 1992.
O
filho de mil homens. Walter Hugo Mãe. São Paulo Cosac
Naify, 2011.
Sudd.
Gabi Martinez. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
A
civilização do espetáculo. Mário Vargas Llosa. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2013.
Sesenta
relatos. Dino Buzzati. Barcelona: Acantilado, 2006.
Acredite,
estou mentindo – Confissões de um manipulador das mídias.
Ryan Holiday. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2012.
Li muitas outras coisas,
mas entendo que esses merecem ser citados pelo prazer que me suscitaram ao ler
a lista e relembrar as ideias e sensações suscitadas. Enfim, foi pelo tesão
intelectual.
E agora, que venha 2014.
E agora, que venha 2014.
Um comentário:
Caríssimo Prof. Dr. Luiz Trigo, cada dia sou mais admirador da sua vivacidade. Chega a ser inspirador.
Att, Irapuan Ribeiro, Ms. em Turismo UECE.
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