terça-feira, 22 de março de 2011

RIO - the next stage of a wonderful city

O Rio de Janeiro sempre catalizou parte do imaginário internacional ao lado de Hong Kong, San Francisco, Sidney e Cape Town por ser uma cidade emoldurada por uma natureza deslumbrante, compondo águas, terras e matas em um clima luxuriante e com um povo que compete no quesito "festas" com qualquer balada global. E ganha fácil.


Uma das primeiras representações midiáticas da cidade foi o Zé Carioca, personagem da Disney criado em 1942, como personagem brasileiro do filme Alô, amigos. Participou também do filme Os Três cavaleiros, sempre contracenando com o Pato Donald. O personagem, ao lado de outros representando a Argentina e o México, fez parte de um esforço de propaganda de guerra (Segunda Guerra Mundial, 1939-1945) para unir os países latino-americanos aos aliados (Estados Unidos, Rússia, França e Reino Unido), especialmente os EUA. Foi o personagem latino que mais sucesso fez.


Ficou a imagem do José Carioca: simpático, malandro (no tempo em que a malandragem não era bandidagem), folgado, divertido, bem humorado, descolado, de bem com a vida e esperto, muito esperto.
Depois vieram os anos da ditadura, do início do crime organizado e dos problemas sociais alarmantes. O Rio (assim como o Brasil) tornou-se imagem da impunidade, corrupção, criminosos em bandos e violência.
Porém a cidade sempre resistiu à barbárie e ao baixo astral. Valeu o esforço. Escolhida para os dois grandes eventos da década (Copa e Olimpíadas) a cidade tomou os brios e partiu para uma repaginação nacional e internacional. Surge uma nova imagem do Rio, baseada na pacificação dos morros e comunidades antes dominadas pelo tráfico e por milícias corruptas, na super valorização imobiliária, nas obras de modernização e nos novos investimentos, do petróleo aos hotéis, da infra-estrutura ao planejamento urbano ousado e radical. Os filmes Cidade de Deus e Tropa de Elite serviram como uma conscientização madura e impactante das raízes econômicas e sociais de seus problemas.


Em 2011, muitas boas novas surgiram apesar do trágico desastre ambiental na serra, em janeiro, que custou quase mil mortos. A Prefeitura mostrou à mídia um novo centro de controle de crise, informatizado e integrado. Barack Obama trouxe a família toda para uma visita mais do que simpática e francamente destinada a turbinar o turismo local. "Thank´s Obama, you´re the guy". Mas a cereja alucinógena do bolo é, mais uma vez, um filme com pássaros. No dia 15 de abril estréia no mundo o filme Rio, produzido pela mesma equipe de A era do gelo. Entre no site e sinta o astral: http://www.rio-themovie.com/

Repare nas treze bandeirinhas na parte de baixo da página. Em cada uma delas há pedaços diferentes do trailer, algumas vezes na língua do país escolhido. O site brasileiro tem um samba maneiro mas o forte são as paisagens naturais e urbanas retratadas e trabalhadas. O Rio como nós queremos: sem estereótipos, bonito, com suas manias e suscetibilidades que formam nossa cultura, meio louco, meio místico, forte e sensual, quente, todo alto astral.



Surge uma nova imagem global de uma cidade cidade clássica e exuberante.


Esse é um dos cartazes oficiais do filme, uma mídia que ajudará a mudar - para melhor - a imagem do Rio e, indiretamente, do Brasil.


Tucanos, araras, papagaios e outros pássaros formam o elenco. Ontem a praia de Copacabana foi surpreendida com a projeção de parte do filme na fachada do Hotel Copacabana Palace em um lance descoladíssimo de marketing.


Ao lado de outras marcas "Brasil" como a Copa, as Olimpíadas, os logos da cidade e do país, a marca do filme começa a envolver a sociedade e o mercado, sintoma de sucesso garantido. Veja a publicidade da Peugeot incorporando a arara azul, personagem principal do filme. Os franceses já perceberam a bola da vez.

Toda essa natureza debruçada sobre o mar e sob um céu tropical...


... possui uma cultura profunda e um passado charmoso, cheio de histórias e piadas, lutas e conquistas ...


... e um futuro que depende de nossa capacidade de construí-lo. O Rio se re-encontrou, se re-inventou, se re-modelou e aparece como um destino ao mesmo tempo esportivo, cultural, festivo, clássico e inédito, enquanto experiência diversificada e excitante. Esse processo de mudança da imagem carioca prosseguirá pelos próximos anos e como paulista feliz e bem resolvido que sou resta torcer muito para que a cidade brilhe cada vez mais, afinal ter um paraíso para curtir, a pouco mais de meia hora de voo, é um luxo que todo paulista (e mineiro, e paranaense, e capixaba...) merece. 

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