Texto e fotos: Luiz G. G. Trigo
Imagine um parque, tão grande que você não enxerga todos os limites da propriedade. Um parque com jardins e matas secundárias que se espalham por colinas suaves, pontilhado por ilhas de prazer e trilhas cultivadas pelo bom gosto.
No meio do parque ergue-se o prédio do Grande Hotel São Pedro (Águas de São Pedro, SP), uma marca já tradicional de educação e serviços hoteleiros no Brasil. É um dos dois hotéis-escolas do Senac São Paulo, o outro é o Grande Hotel Campos do Jordão (SP), uma preciosidade de montanha (já fiz postagem a respeito).
Os antigos jardins centrais foram transformados em um campo de golfe. O hotel data da década de 1940, na época dos cassinos e hotéis de saúde (estâncias), onde era um dos elos nobres do colar formado por hotéis excepcionais no Rio de Janeiro (RJ), Poços de Caldas (MG), Petrópolis (RJ), Campos do Jordão (SP), Araxá (MG), Santos (SP) e Águas de São Pedro (SP).
Com a proibição do jogo no Brasil (1946) e redução dos períodos de temporadas termais (21 dias, em média), devido a férias mais curtas, os hotéis mergulharam em desolação, dívidas e ruínas. Os hotéis de Campos do Jordão e Águas de São Pedro foram tomados pelo estado como pagamento das dívidas e, em 1969, oferecidos em comodato ao Senac-SP para serem formadores de mão-de-obra hoteleira e servirem de hospedagem referência, em suma, para serem bons hotéis-escola tanto na educação quanto no serviço hoteleiro. O hotel de Campos de Jordão passou por uma longuíssima reforma e só foi aberto ao público em 1998, mas em grande estilo. O Grande Hotel São Pedro foi reaberto em 1969, sendo constantemente renovado, ampliado e melhorado. O Senac foi pioneiro em inclusão social e valorização de profissionais de base em hotéis e restaurantes, pois no início da década de 1970, quase ninguém valorizava cozinheiros, garçons, camareiras e sequer sabia das complexas técnicas que movimentam a hospedagem e gastronomia de alta qualidade. O Senac teve visão e coragem para investir e, literalmente, construir a escola hoteleira brasileira.
A clássica foto da portaria do hotel, em madeira, vidro e metal.
Um dos salões, ao lado da recepção. O complexo foi totalmente remodelado, várias vezes, sempre buscando mais conforto e aconchego para os hóspedes. É um hotel para lazer ou negócios, oferecendo experiências diversificadas: spa, eventos, esportes, recreação, alta gastronomia, preservação ambiental e hotelaria sofisticada.
Um antigo e acanhado jardim de inverno, foi transformado em sóbria e encantadora adega, com uma carta de vinhos que agrada sommeliers e curiosos.
Sobriedade, elegância e discrição nas cores e formas marcam o interior do hotel. As sucessivas reformas não comprometeram o estilo clássico tropicalizado e a atmosfera retrô que marcam os ambientes e corredores.
Uma das salas do spa, destinada ao descanso para os usuários das saunas.
Um turbilhonamento, com a verdadeira hidromassagem após a sauna, deixa os corpos e mentes mais preparados para vivenciar outras sensações...
Luz natural, plantas, silêncio e bom gosto ajudam a relaxar e a sentir melhor a existência.
Massagens e terapias alternativas estão no subsolo, ao lado das termas e salas de ginástica.
Deitar em redes num campo relvado, sob árvores e um céu que explode ao sol tropical.
Mais água, agora das piscinas abertas e amplas, cada uma destinada a um tema (crianças, jogos, lazer).
As piscinas ficam em um dos recantos do parque, cercadas por bosques e gramados macios.
Com apenas cerca de 120 apartamentos, o Grande Hotel nunca está lotado a ponto de ter congestionamento humano em setores estratégicos como piscinas e restaurantes.
Contemplar a paisagem, sentir o sol e a brisa, mergulhar nas águas e ver as pessoas desfrutarem o mesmo prazer que nos envolve, nada mais é solicitado a quem se deita nessas cadeiras.
Essa parte, atrás das piscinas, é novíssima, foi recentemente inaugurada. Note como o patrimônio natural, no caso a imensa árvore, foi preservado, valorizado e incorporado a um projeto de alas para descanso, jardins e bares.
Natureza e cultura; beleza e prazer se encontram na simplicidade dos materiais, nas linhas simples dos móveis e tetos quase invisíveis, em espaços desenvolvidos como síntese do que se espera de um projeto sustentável.
Leveza e simplicidade...
... aliados ao conforto e harmonia do cenário.
Uma das quadras de tênis, sempre ao lado dos bosques.
Para matar a fome que o ar puro, as águas e os esportes despertam, há dois restaurantes com um serviço quase perfeito, garantido pelos professores e alunos que articulam cozinhas e salas rumo a um atendimento correto e personalizado.
Essa é a parte de pães e bolos do café da manhã.
Essa é a parte dos sucos e frios. Ainda há uma ilha de produtos diet e outra de omeletes e waffles. Aos sábados, a feijoada é uma perdição, do começo ao fim. Ao final de cada almoço ou jantar, um bufê de docinhos encantadores e traiçoeiros nos cerca e derruba nossas defesas contra o prazer primordial de saborear a vida.
Esse é o páteo interno, ponto de articulação entre a área de hospedagem e de restaurantes e o centro de convenções.
Aguarde a próxima postagem, será sobre o complexo educacional do Grande Hotel São Pedro. Uma outra faceta do projeto, tão fascinante e desafiadora quanto a parte operacional destinada aos hóspedes. Vocês verão como vivem e se preparam os futuros profissionais de nossa hotelaria.
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