segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Cenários 2009 (2)

Essas três revistas são algo interessante para ler. Desde o início da década de 1990, acompanho a edição especial anual da revista britânica The Economist. Agora está em português em um licenciamento especial para Carta Capital. Esta edição da Newsweek é aquela que listou a nova elite global (veja postagem anterior, Cenários 1). A Exame é para ver quem deixou de ser bilionário em 2008 (veja se seu nome está na lista) e algumas tendências nacionais.


2008 foi sinistro na economia e finanças. E para as previsões. Olhe o que The Economist escreveu na página 124 de sua edição especial: "2008: nossas desculpas. A edição O mundo em 2008 não conseguiu prever nada disso." Coragem e sinceridade. Mas a revista previu algumas coisas e indicou outras tantas tendências. Precisamos de alguns palpites, algumas informações que prevejam algo dos cenários, mas é importante notar que ninguém é infalível (só os picaretas, malucos e ditadores). Às vezes interpretamos mal os fatos e as coisas. Por exemplo, a escultura asiática acima pode assustar, mas não representa o mal e sim a força.


Agora, algumas coisas são realmente estranhas. Como escreveu a revista, quem imaginaria que nomes como Lehman Brothers, Bear Stearns, AIG, Merryll Lynch, Wachovia, Freddie Mac, Fannie Mae e Washington Mutual não sabiam - ou sabiam e sacaneavam - o que estavam fzendo? E desapareceriam, ou perderiam suas características principais, em poucas semanas?
(escultura acima baseada em um quadro de Salvador Dali, intitulado "Sonho provocado pelo voo de uma abelha ao redor de uma romã, segundos antes de despertar", 1944)

Você tem idéia de quanto as bolsas do mundo perderam? Mais de 11 trilhões de dólares!

As perdas foram assim distribuídas:

Estados Unidos: 5.099,00 (bilhões de dólares)

China: 1.880

Inglaterra: 1.717

Japão: 1.253

Índia: 986

Brasil: 692

Fonte: Exame, 31/12/2008, p. 131

O cenário para 2009 é povoado por nuvens de tempestade, mas o sol brilha por entre a névoa e as águas. The Economist faz análises e cenários para continentes, países e para 16 setores da economia mundial. A parte sobre Viagens e Turismo diz que a área vai registrar seu sexto ano consecutivo de crescimento mas que os altos custos de energia e das passagens e a desaceleração dos gastos de norte-americanos e europeus trarão efeitos no sentido de frear o crescimento. A França manterá posição como o destino mais popular do mundo (83 milhões de visitantes internacionais), mas a China aparecerá pela primeira vez no segundo lugar, com 65 milhões. A Espanha ficará em terceiro lugar (62 milhões) e os EUA em quarto lugar (57 milhões). Porém quem mais arrecada com gastos feitos pelos viajantes continuará sendo os EUA (US$ 110 bi), seguido pela Espanha (US$ 71,2 bi) e China (US$ 68 bi). Quem mais exporta turistas é a Alemanha, seguida pelos EUA e Reino Unido. As companhias aéreas perderão muito dinheiro em 2009, principalmente as norte-americanas. Se você tem dúvidas sobre isso, viaje na classe econômica de qualquer companhia dos EUA para sentir o que é um mal serviço em grande estilo. Quem terá mais sucesso? Transportadoras asiáticas (até na classe econômica o serviço é bom) e os hoteis econômicos. Las Vegas que se cuide. Macao está desenvolvendo novos resorts e se tornará o maior destino em cassinos e jogos de azar do mundo. Bem ao lado de Hong Kong e perto de Cingapura, a cidade se transformou em um destino direcionado aos chineses, asiáticos e amantes da jogatina internacional, dos bons hotéis e do charme cosmopolita. A Ásia mostra sua face de energia cada vez mais. Enfim, 2009 será um desses anos importantes de transição na história da humanidade. Pronto, já fiz minha previsão.

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