terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Lejano Sur (1)

Fotos e texto: Luiz G.G.Trigo (Olympus X-845)
Obs. Para ampliar as fotos basta um clique do mouse sobre elas.
Postado no Chile: teclado sem acento (til e cedilha) em português
Roteiro reservado e operado por: Luiz Alberto Timossi, Orecap Campinas



Estou curtindo o frio do verao austral no extremo sul do Chile, em Punta Arenas (latitude 53 Sul), de onde partirei para visitas tècnicas ambientais na regiao da Patagonia chilena e farei um cruzeiro no Skorpios. A temperatura local varia entre +7 e +13 C, porém o vento constante provoca uma sensacao térmica inferior.




Punta Arenas foi fundada em meados do século 19 e desenvolveu-se em uma área indígena. A cidade está situada em frente ao estreito de Magalhaes que une os oceanos Atlântico e Pacífico. Acima um detalhe da estátua em homenagem a Fernao de Magalhaes, com um dos índios da base.


O voo da LAN (Airbus 320), entre Santiago e Punta Arenas, demora mais de quatro horas por causa da escala em Puerto Montt. Ao decolar de Santiago, rumo sul, já aparecem os picos da Cordilheira dos Andes, com pouca neve por causa do verao. Acima um dos muitos lagos andinos.

Os vulcoes sao marca registrada do imenso anel de fogo do Pacífico, do qual o Chile faz parte e contribui com dezenas de picos em atividade vulcânica constante.

Vistos de 11.000 metros de altura os picos e seus característicos perfis cônicos.

O hotel Cabo de Hornos e o Instituto Antárctico Chileno. A foto foi tirada em 6JAN às 21h00. Agora, por exemplo, sao 23h00 e ainda há uma claridade sutil no céu. Alguns graus (ou quilômetros) mais ao sul, na Antárctica, reina a época do sol da meia-noite.

Vista de parte do porto de Punta Arenas e das casas com tetos coloridos.

Quem vem ao fim do mundo do hemisfério austral faz parte de um grupo de exploradores, gente que quer conhecer a natureza selvagem nas paragens desoladas e frias. Há muitos estrangeiros, principalmente no verao e, no inverno, acontece o carnaval (em julho), que atrai chilenos de Santiago e do norte. Os parques nacionais e os hotéis ficam abertos todo o ano, sendo a alta estacao justamente no verao. No inverno as tarifas sao mais baixas, assim com oas temperaturas. Chama-se "fim do mundo" mas nao é porque ainda há mais terras ao sul. Estamos a 1.000 Km da ponta da península Antárctica. Há exatos 10 anos (janeiro de 1999) eu estava a bordo do navio Marco Polo indo para lá. O texto relatando a viagem foi publicado na revista Turismo - Visao e Acao, da Universidade do Vale do Itajaí (Univalli-SC) e no livro América e outras viagens (Papirus, 2001). Se eu encontrar na internet darei o link na próxima postagem.

Interior vintage do Cafè Mirador, perto do mirante de Punta Arenas.

A catedral católica de P. Arenas e o estreito de Magallanes, ao fundo.

Um totem de distâncias no cafè Mirador informa que o mundo é vasto e pode ser percorrido por aqueles(as) que querem novos cenários.

A cidade, com cerca de 100 mil habitantes, espalha-se ao longo das águas frias do canal marìtimo.

A desolacao patagônica é algo que foi relatado por vários autores, inclusive pelo argentino Juan José Saer, no livro O enteado, onde ele mostra nosso estranhamento perante o mundo. Essa soledad já é percebida, no lado Atlântico, em Montevidéu e Buenos Aires, espalha-se pelo sul chegando à Mar del Plata, Puerto Madryn e por toda a imensidáo patagônica (argentina e chilena) até os Andes. Invade a Terra do Fogo e explode em sua plenitude no mais estranho e desolador continente da terra: a Antárctica. Ô saudades, mas eu ainda volto. A Antárctica é tao estranha que foi palco de um conto de terror de H. P. Lovecraft e de uma história em quadrinhos argentinas sobre alianígenas que se escondem no gelo.

Aí está o teto do Café Mirador. Kitsch e rústico, com um interior clássico, mantido pela sua dona, uma senhora vintage.

O cais do porto. 21h30.

Quase na entrada do porto. 21ho0.

Na rua Bernardo O´Higgins há vários restaurantes. Um antigo e ortodoxo é o Sotito´s, mas os mais descolados sao La Luna e o Jekus (pronuncia-se Diecus). A comida típica da regiao é o cordeiro patagônico, os peixes (salmao, congrio) e mariscos como a centolla, um tipo de caranguejo gigante similar ao king crab das águas geladas do Ártico. No almoco comi um chupe de centolla, um prato feito com pao, creme de leite, queijo e a própria centolla. Foi devorada com a ajuda da cerveja Austral (uma vermelha e uma preta). Estou cheio até agora. A janta foi uma coca, um suco e um paozinho quente saído do forno.
Vou dormir algumas horas. Nao perca a postagem de amanha se você gosta da natureza selvagem. Vou de barco para as ilhas Marta e Magdalena, ao norte de P. Arenas onde está parte da fauna local.






4 comentários:

Andréa disse...

Fotos lindas....adorei.

bjs

Anônimo disse...

Parabens pelas fotos e informacoes!!
Abraco e curta muito esse frio!!

Marcos

Asmayr disse...

Vai de frio ai, que vamos de chuva aqui. Senti uma desproporção entre o quanto comeu e o quanto bebeu... Sinal dos tempos...rss. Abs!

BLOG DO BAGAÇO disse...

Caro Trigo
Belíssima viagem.
Que seu 2009 seja repletos de momentos como estes.
Abração
Homero