Imagine uma professora descolada de economia. Ajunte uma cidade instigante e bem temperada como Salvador. Adicione um doutorado em Barcelona. Publique tudo de forma bem estruturada, com um monte de informações, graficos e figuras coloridas. Use o patrocínio da Fapesb (a Fapesp da Bahia) e do governo da Bahia. Sirva em um volume de 300 páginas. Está aí a receita do novo livro de Lúcia Aquino de Queiroz, "Turismo urbano - gestão pública e competitividade: a exeriência da cidade de Salvador". O livro será lançado em Salvador com uma baita festa num boteco local.
A Bahia é um dos estados pioneiros na valorização do turismo e de sua cultura e o livro mostra como o pessoal trabalha a competitividade em comparação com outras cidades do mundo, seus problemas e as relações complicadas com o poder público. Os caras aprenderam ao longo de 25 anos a fazer um lazer, turismo e entretenimento de maneira um pouco mais profissional que os outros. Não está perfeito, claro, afinal Salvador fica no Brasil, mas melhorou muito.
Em setembro de 2001, Mário Beni e eu estávamos num congresso da AIEST, em Malta. No ultimo dia o presidente da Associação, um suiço bem folgado, virou para nós e disse: "Beni, Trigo, the next congress will be in Brasil. In Bahia." Pensei, que droga, o ACM acabou de brigar com o FHC e não vai dar para ajuntar a Embratur com os baianos para sediar o primeiro congresso da AIEST no Brasil. Voltei para cá e cheguei na manhã do dia 11 de setembro, a tempo de ver o show do Bin Laden pela TV. As coisas foram rápidas. Em fevereiro o secretário geral veio para São Paulo, nos encontramos em Guarulhos e voamos para Salvador. Lá o pessoal da secretaria de estado nos recebeu, ouviu os detalhes sobre o congresso, nos mostrou alguns hotéis e deixou uma empresa para operacionalizar tudo. O Paulo Gaudenzi me disse, não se preocupe que está tudo OK". Claro que me preocupei, e muito, porque no final a responsabilidade pela festa ficou comigo, com todos os problemas dali decorrentes. Mas não teve encrenca. O pessoal da agência de eventos entendeu as necessidades dos quase 80 estrangeiros (muitos chatíssimos) especialistas em turismo que vieram e no ultimo dia a equipe foi chamada ao palco para receber os parabéns, coisa rara num congresso desse tipo. Das reuniões às festas, dos passeios às refeições, tudo correu bem, mais ou menos no horário e com tranquilidade.
O que possibilitou essa capacidade, esse pioneirismo baiano em tratar do turismo de forma tão competente e divertida? É isso que Lúcia Queiroz propõe a analisar ao longo de sua tese. Apesar de ser um trabalho acadêmico (foi uma tese de doutorado denfendida na Universidade de Barcelona) é bem legível e clara para todas as pessoas.
Ela fala de cluster, de competitividade, de entretenimento e de políticas públicas em lazer e turismo. E reconhece os problemas que ainda existem na cidade, seu livro é dedicado inclusive "aos que dormem nas ruas de Salvador à espera, nem sempre, de dias melhores."
Já li e gostei (tive a honra de ser convidado para escrever o prefácio). Deverá ser vendido em Salvador. A Lúcia é coordenadora do curso de Turismo da Unifacs, onde pode ser encontrada.
E a Embratur? Apoiou e não entrou por motivos políticos, mas mandou todo o material publicitário para ser distribuído no congresso.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
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4 comentários:
Ola... prof.
achei muito legal o tema do doutorado da professora Lúcia, e mais no que diz respeito a pol. públicas do turismo e lazer.
Assim propondo a vc, se possível dar uma aula relacionada com tal tema. o que seria muito legal...
falooo kleber usp-each
haaa..
é possível atur voluntariamente no projeto Caminhos do Futuro??!
Oi Kleber,
Falarei em aula sim. O Caminhos... estará em segunda fase em breve.
Professor amei seu blog e tudo que você esta postando....acho que isso só ajudará nós estudantes a saber mais sobre a area.
Meu parabens!!!!
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