quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

E em poucos instantes ... 2009

Já começou. 2009 inaugurou-se assim que o planeta (a Terra, estou falando da Terra) girou em sua rotação e a Linha Internacional de Data, localizada no meio do oceano Pacífico, foi a primeira área a entrar no ano novo. A primeira virada foi em meio à imensidão escura das águas revoltas do maior oceano do mundo. Sidney já comemorou o ano novo. A Ásia ocidental idem. Depois foi a vez da Índia, Moscou, Europa oriental, a imensa África, Europa Ocidental e depois nós, na América do Sul. Finalmente a América do Norte e as ilhas do Havaí, Polinésia e as outras milhares de ilhas entraram finalmente em 2009 e assim, rolando pelo espaço, o planeta terá festejado mais um período imaginário, com suas linhas imaginárias, suas vidas imaginárias e vocês lerão isso em um blog imaginário, pois que virtual.

No momento em que escrevo (09h30, São Paulo) assisto pela CNN os fogos na Nova Zelândia e a tripulação da Estação Espacial Internacional desejando Feliz Ano Novo ao planeta. No espaço incognoscível não há linhas imaginárias de tempo, fusos horários, latitudes ou longitudes, apenas o deslocamento da nave a milhares de quilômetros por hora sobre nós, atravessando fronteiras físicas ou imaginárias, mergulhados na imensidão negra e gelada, pontilhada por trilhões de estrelas, poeira cósmica e o silêncio dessas esferas que aterrorizam os filósofos, astrônomos e até a mim mesmo, no fim das noites de festa, quando a ressaca se instala por trás do meu cérebro...
Comemoramos o passar do tempo, mas o que é o tempo? Santo Agostinho, no seu livro Confissões, elucubra: "O que é o tempo, afinal? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se me perguntam e eu quero explicar, já não sei. ... Como então, esses dois tempos, o passado e o futuro, existem, pois que o passado já não existe e o futuro não existe ainda? Quanto ao presente, se ele sempre fosse presente, se não fosse ajuntar-se ao passado, não seria tempo, seria a eternidade. Logo, se o presente, para ser tempo, deve juntar-se ao passado, como podemos declarar que ele existe, se ele só pode existir deixando de ser?"

Mas não se preocupe com os santos, os filósofos, os astrônomos e os pobres astronautas impedidos de fazer uma balada bem estuporada a bordo da Estação Espacial porque a gravidade zero e as regras na NASA inviabilizam o melhor da festa. E não se preocupe também se a virada será pelo horário normal ou de verão porque é o tipo de pergunta para encher o saco dos outros no meio da festa e sempre tem um tio bêbado e mala que vai querer explicar.

Deixo meus votos de ano novo: que a luz e energia das "n" trilhões de estrelas do universo tragam tudo de bom e de melhor para nós e quem mais estiver convivendo nesse imenso espaço (infinito?) sideral. Para nós, terrestres, deixo a reprodução acima de uma escultura em madeira (de Teresina, PI) representando nossa própria e exclusiva estrela, o Sol. Enfim, como diz um amigo do Império, continuação de boas festas.

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