domingo, 25 de outubro de 2009

100 anos de educação


O Colégio Sagrado Coração de Jesus de Campinas (SP) completou um século e a festa oficial foi no sábado, 24 de outubro.

Aconteceu numa manhã de muito sol, a primeira depois de um inverno úmido.Teve ginástica festiva no campo de futebol ...

..., missa celebrada pelo arcebispo D. Bruno Gamberini e por mais seis padres. Na foto, Pe. Bush (esq.) e Cônego Fernando Godoy (dir.).

Foi uma missa com canto coral e dança feita pelas alunas do colégio.

Na primeira parte da festa, no campo, ao embalo de danças rítmicas, uma bailarina descerrava as faixas de cada década da história do colégio.

Muita gente assistiu e participou das festividades. Eu fui aluno entre 1964 e 1969, do jardim da infância até o final do antigo primário. Minha mãe também fez o curso normal na escola.

Foi uma festa alegre,...
... muito agitada ...
...e com gente de todas as idades.

Danilo Miranda, diretor regional do SESC-SP e Eduardo Coelho (ex-reitor da PUCC e educador) compareceram à festa.

E o próximo século parece estar garantido, as novas gerações continuam a vivenciar e curtir essa experiência educacional. O colégio particular mais antigo de Campinas fez amigos e admiradores ao longo de todo esse tempo. E deixou boas lembranças. Ótimo indicio para quem se propõe a educar.

Finalmente, deixo minha especial homenagem à Irmã Maria Angelina, já falecida, que nos acompanhou durante os quatro anos do primário. Valeu o carinho e a dedicação.

sábado, 17 de outubro de 2009

Chef profissional

Um dos clássicos de gastronomia mundial acaba de ser traduzido para o português (por Renata Lucia Bottini) e publicado pela editora Senac: Chef profissional (The professional chef), originalmente concebido pelo The Culinary Institute of America (CIA), o maior complexo de formação profissional na área de gastronomia da América do Norte e um dos maiores do mundo.

Ao longo de suas 1.236 páginas, em papel couchê e coloridas, pode-se saborear seções que comentam a culinária brasileira; o profissional da culinária; ...


... cozinhas internacionais, utensílios e ingredientes; fundos, molhos e sopas; ...

... carnes, aves, peixes e frutos do mar; ...

... batatas, grãos, legumes, outros vegetais, macarrão e dumplings; café da manhã e garde manger; ...

... assar e massas; ...
... além de glossário, receitas, fontes de consulta e ...

... fotos muito deliciosas e informativas. O livro é reconhecido internacionalmente como uma referência necessária para profissionais e amantes da gastronomia. O Senac São Paulo e The Culinary Institute of America (CIA) possuem uma longa história de parceria. No início da década de 1990, foram iniciados contatos para algum projeto em comum. Em 1994, o primeiro curso conjunto das duas instituições foi implementado. Era um curso piloto de Cozinheiro-Chefe Internacional, com duração de um ano, aplicado a profissionais da área, no Grande Hotel São Pedro, em Águas de São Pedro (SP), um dos hotéis-escola do Senac. O curso foi trazido por José Ruy Veloso Campos, na época Gerente Corporativo da área de Turismo e Hotelaria do Senac. Em 1995, foram iniciadas as primeiras turmas (duas turmas, com 16 alunos cada), no próprio Grande Hotel São Pedro. Nesse ano comecei minha carreira no Senac, onde fiquei até 2004. Eu era o coordenador educacional em Águas de São Pedro e participei da implantação e operacionalização dos primeiros cursos, com supervisão de professores vindos do CIA. Os cursos hoje estão em São Paulo, juntamente com outros da área de gastronomia.


A editora Senac possui quase 140 títulos em gastronomia e só este ano lançou sete títulos importantes, certamente um avanço considerável para a gastronomia brasileira.

www.editorasenacsp.com.br


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Turismo é área de Humanas e não de Exatas


Esta postagem é mais longa porque é a cópia de uma carta escrita pelos Professores Mário Beni, Alexandre Panosso Netto e por mim. Será enviada ao Ministério da Educação para que se evite inserir a área de turismo junto com as Ciências Exatas e da Terra. Vários colegas acadêmic@s do Brasil estão apoiando a iniciativa e enviando outros documentos semelhantes. Os detalhes podem ser lidos ao longo do texto.

CARTA DE ESCLARECIMENTO

Ao diretor da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação

Tendo em vista a inclusão equivocada da área de Turismo na área das ciências exatas e da terra, na última classificação dos cursos de graduação oferecida na consulta pública por meio do Projeto Referenciais Nacionais dos Cursos de Graduação, encampada pelo Ministério da Educação por meio de sua Secretaria de Educação Superior, temos as seguintes considerações a fazer.

Histórico da área no mundo

Segundo os principais estudiosos e expertos do turismo nacional e mundial, a atividade turística, da forma como conhecemos hoje, nasceu a partir de uma confluência de fatores sociais, econômicos e culturais, na virada do século XVII para o século XVIII.

Sabemos que homem sempre se locomoveu na face da terra, mas as condições para a massificação desse deslocamento, como maior rapidez e conforto, somente foram possíveis no século XVIII. A invenção da locomotiva a vapor, a “redescoberta” da natureza com o encantamento pelos Alpes e pelas montanhas, a necessidade de tratamentos de saúde em novos ares, a Revolução Industrial e o crescimento das cidades foram primordiais para fazer nascer e crescer uma nova classe de viajantes.

Com tantas pessoas viajando e com os novos valores culturais e sociais que surgiam, os primeiros estudos científicos da área não demoraram para surgir e datam da década de 1880, tendo sido desenvolvidos concomitantemente na Itália, Suíça e Alemanha. Originalmente dois campos majoritários foram criados: a “indústria de forasteiros” (fremdenindustrie) com forte influência da economia; e o “tráfego de forasteiros” (fremdenverkehr), de cunho sociológico. O primeiro analisava a geração de renda, a entrada de divisas nos destinos, os efeitos do turismo na economia. O segundo analisava as motivações para as viagens, as classes sociais que viajavam como necessidade ou apenas como status entre outros fatores sociais e antropológicos.

Essa dicotomia entre a visão econômica e a visão sociológica se manteve até a década de 1940, quando os autores suíços Walter Hunziker e Kurt Krapf publicaram em Berna, Suíça, um dos mais importantes estudos da área intitulado Grundriβ der Allgemeinen Fremdenverkehrslehre (Tratado de uma teoria geral de turismo) no qual estabeleceram claramente o campo das humanidades como área dos estudos turísticos. Nesse mesmo livro os autores deixam claro que o turismo, por ser um fenômeno que envolve deslocamento, comunicação, encontros e confrontos e que é feito, portanto, pelo homem (“no centro o homem” era o lema desses autores), pode e deve ser estudado pelas mais diversas disciplinas científicas. Desde essa época, portanto, o turismo fortaleceu-se como um fenômeno não somente econômico ou social, mas sim econômico, social, ambiental e cultural e que evolve os mais diversos aspectos do existir humano, portanto, claramente fazendo parte da área científica das humanidades.

Os estudos científicos do turismo, desta forma, sempre estiveram no campo das ciências humanas e sociais e isso nunca foi motivo de dúvida ou questionamento nos quase 130 anos de abordagens teóricas que sobre ele pairam.

Na atualidade, no mundo, existem aproximadamente mil periódicos científicos dedicados ao turismo, quinhentos cursos de mestrado e cem cursos de doutorado, absolutamente todos na grande área de humanidades. Mais de 900 milhões de pessoas se deslocam internacionalmente todos os anos, e esse é um dos objetos de estudo do turismo, o homem em viagem, portanto o turismo é sim uma atividade humana.

Associações de classe, sindicatos, institutos, organismos nacionais e internacionais públicos e privados de turismo existem em todos os países. Em muitos lugares o turismo é uma das principais fontes de recursos, como na Nova Zelândia, Fiji, Espanha, Egito e Cingapura. O turismo há mais de um século já se estabeleceu no mundo como atividade profissional e como campo de estudos avançados.

O ensino e pesquisa de Turismo no Brasil

No Brasil existem nove cursos de mestrado na área e um doutorado em Administração e Turismo. Os cursos de graduação presenciais chegam a quase 600, que juntos somam mais de 55 mil alunos matriculados. Desde 1990, existem 34 editoras que publicam livros de turismo e temos atualmente mais de 20 periódicos científicos na área. Congressos e eventos científicos são articulados e concorridos. Temos uma associação que congrega os profissionais e pesquisadores pós-graduados que atuam na área. Sem dúvida esses indicadores nos levam crer que, mesmo no Brasil, país sem grande tradição turística como os países europeus, o turismo é uma importante atividade que já alcança sua maturidade técnica e científica.

Uma área ligada às Humanidades

Com essa explanação inicial, nos causa estranheza o fato de que o campo de estudos do turismo passou a ser categorizado na área das ciências exatas e da terra na última classificação dos cursos de graduação oferecida na consulta pública por meio do Projeto Referenciais Nacionais dos Cursos de Graduação, encampada pelo Ministério da Educação por meio de sua Secretaria de Educação Superior.

Em nosso entender, sendo a ciência construída de maneira universal, é inconcebível que apenas no Brasil o turismo seja alocado - à revelia da comunidade acadêmica científica nacional e ignorando totalmente mais de um século de estudos da temática no mundo - na área Ciências Exatas e da Terra. Não é uma decisão burocrática que deve dizer em qual área se enquadra um campo de estudos, mas sim a vasta literatura científica que sobre o tema paira.

O estudo do turismo envolve principalmente o estudo do homem em movimento, os impactos por ele gerados e o setor empresarial que fornece condições para que esse movimento ocorra, portanto, pelo que fica evidente, pouco de seu objeto de estudos diz respeito às Ciências Exatas e da Terra.

Não estamos afirmando que o turismo se constitui numa ciência clássica, mas sim que o turismo está no estágio de estabelecimento e sedimentação de seu objeto de estudos e de seu método de investigação, que é formado pelas mais variados métodos científicos, oriundos, principalmente das ciências humanas e sociais com aporte das ciências ambientais e até mesmo das exatas, porém de uma maneira mais reduzida.

O núcleo de ensino, pesquisa e extensão do turismo está nas ciências humanas, articulado com as ciências biológicas, graças à problemática ambiental e com as exatas, devido às implicações econômicas e tecnológicas. Classificá-lo como “ciência exata e da terra” é um grave equívoco e um retrocesso epistemológico no longo caminho até aqui já percorrido. Historicamente, no Brasil, o turismo sempre esteve ligado às comunicações, administração e lazer. Muitos pesquisadores das áreas de arquitetura, urbanismo, geografia, meio ambiente, biologia em geral, economia, estatística, medicina, direito, engenharia ou filosofia trabalham temas relacionados ao turismo, porém a vertente epistemológica principal da área sempre esteve alocada em humanidades. O turismo faz parte de um complexo de serviços altamente qualificados e dotados de alta tecnologia, inserido o contexto de outros serviços como lazer, entretenimento, hospitalidade, gastronomia, eventos, cultura, esportes, varejo, moda e comunicações em geral. Nenhuma dessas áreas correlatas está inserida na área de ciências exatas. Separar o turismo do contexto epistemológico, acadêmico, empresarial e cultural onde está inserido, no Brasil e no mundo, significa eliminar o imenso progresso que as humanidades legaram à área. É evidente que há pesquisa em turismo baseadas em problemas ou métodos das ciências exatas, ou na área de biológicas, mas a origem e maior quantidade – e qualidade – das pesquisas e produções científicas sempre estiveram – e estarão – em humanidades.

Nos eventos internacionais que abordam o tema do turismo essa dúvida – de qual área científica deve estar o turismo - não existe, pois o consenso sobre isso já foi estabelecido dentro dessa academia, sendo considerado um paradigma o fato de estar situado na grande área das humanidades.

Como pesquisadores atuantes e comprometidos com o ensino e com o desenvolvimento do turismo em nosso país, nossa sugestão, fundamentados em anos de estudos e pesquisas nesta área, é de que a subárea TURISMO seja transferida da área Ciências Exatas e da Terra para a área HUMANIDADES.

Solicitamos, ainda, que a comissão de especialistas de turismo do Ministério da Educação seja consultada sobre isso, uma vez que essa comissão, formada por expertos da área, partilha com a comunidade internacional de turismo, do mesmo ponto de vista que ora expressamos acima.

Redigiram esse documento, no dia 14 de outubro de 2009, em ordem alfabética:

Alexandre Panosso Netto - Universidade de São Paulo; Professor Doutor; panosso@usp.br

Luiz Gonzaga Godoi Trigo - Universidade de São Paulo; Professor Associado; trigo@usp.br

Mario Carlos Beni - Universidade de São Paulo; Professor Titular aposentado; beni@usp.br

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Técnico em Hotelaria Senac Ribeirão Preto

No sábado, 10 de outubro, houve a festa de conclusão do curso técnico de hotelaria do Senac de Ribeirão Preto. Tive a honra de ser convidado para dar uma palestra sobre tendências, conhecimento e poder na área de serviços das sociedades atuais.

Cerca de 20 novos profissionais receberam seus certificados para iniciar a carreira na área de serviços.

O evento foi na sede do Senac Ribeirão Preto, um prédio moderno e iluminado, equipado e preparado para formação profissional de qualidade.

O trade local colaborou no evento, que começou com um café da manhã bem gostoso, para parentes e amigos dos felizes graduandos.

A equipe do Senac estava feliz da vida com o sucesso do projeto. A profa. Edna (ao centro), e sua turma foram responsáveis - juntamente com a imensa estrutura educacional do SENAC-SP - por mais esse empreendimento educacional.

O momento do juramento é um compromisso com a ética, responsabilidade e preocupação com as questões sociais e culturais.

Inovações em serviços

Parte da equipe do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto esteve no evento. Regina Gonçalves, Coordenadora Administrativa do HC disse que está interessada nos profissionais capazes de articular os desafios de hotelaria hospitalar. Mais um elo nas diversas alianças da USP com o Senac e o Sesc no estado de São Paulo.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Itaici - o paraíso sustentável

A sustentabilidade é possível desde que se tenha vontade política, planejamento adequado e execução cuidadosa e constante. Um exemplo de espaço altamente aproveitado e ao mesmo tempo ecologicamente correto é o Mosteiro de Itaici, localizado em um bairro de Indaiatuba (perto de Campinas), interior de São Paulo.

O Mosteiro jesuíta tem quase 60 anos, foi construído em uma fazenda, hoje serve de lugar para cursos e retiros, possui produção para consumo próprio de aves, leite e frutas e um meio ambiente magnificamente preservado.

As maritacas sentem-se em casa, trepando pelos canos e fios da saltas paredes do mosteiro...

... andando pelos telhados...
... ou aninhando-se nas calhas para namorar sob o sol generoso...

... enquanto os humanos relaxam e pensam sobre seus temores, amores, mistérios e sonhos. Há bem-te-vis, maritacas, sanhaços, joão-de-barro e todo tipo de pássaros. Tem até tucanos, mas não consegui fotografá-los.

Esse corredor tem vários vasos com plantas, junto à parede...

... e no último vaso uma mamãe colocou e chocou seus ovos em um ninho, acomodado entre as folhas da planta no vaso. Isso é sentir-se em casa, até mesmo nos espaços intensamente usados pelos humanos. Acima estão os filhotinhos, ainda implumes e cegos, esperando a mãe no ninho do vaso.

Há técnicas eficazes para incrementar a sustentabilidade. Toda água quente vem da energia solar, dos painéis instalados nos amplos telhados...

... que aquecem a água e a enviam para os reservatórios, no solo. A água vem de poços artesianos e é potável em todas as torneiras da casa. As lâmpadas são de baixo consumo e existe uma racionalização no uso dos recursos para manutenção do complexo.

Estufas, canteiros e manejo e enxerto de mudas possibilitam manter o verde e as flores nos jardins, vasos e bosques de Itaici.

A paz não é apenas espiritual e nem está reservada somente aos seres humanos.

A natureza recebe sua parcela de bonança e respeito, como deve ser e está previsto em todas as filosofia e religiões que entendem ser o humano uma criatura inserida no contexto maior da natureza.

O manejo das plantas acontece nas estufas...

... e nos próprios jardins...
... de maneira atenciosa e competente.

O paraíso depende de uma interação delicada entre natureza e cultura.

O desfrute do lugar faz-se com uma lógica de preservação, com uma proposta de contemplação ...

... e com uma sensação de paz com o meio que nos cerca, nos protege e permite uma vida mais plena e satisfatória.

O complexo de Itaici não é aberto à visitação. É uma casa da Igreja Católica, administrada pelos jesuítas, para retiros e cursos que podem ser previamente agendados: www.itaici.org.br

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Rio de Janeiro 2016

Depois da Copa de 2014, um outro evento de porte internacional pode alavancar definitivamente os novos rumos de lazer, turismo, hospitalidade e entretenimento no Brasil. A conquista de sede das Olimpíadas para 2016, significa um avanço nas relações internacionais, imagem externa e capacidade de gestão de disputas honrosas globais para nosso país.
Há muito trabalho a ser feito, muita educação e capacidade profissional a ser desenvolvida, muita mídia a ser garantida e um país imenso a preparar, mas disposto a receber as benesses do futuro.
Adorei a escolha do Rio como sede das Olimpíadas. Parabéns a Brasil, ao turismo e ao futuro. Agora é festa. Depois muito planejamento, execução e trabalho.
Quanto às aves agourentas do contra, a história se encarregará de mostrar quem pensa o presente e promove o futuro e quem apenas amarga sua bile existencial e seus ressentimentos passados à margem de sua própria história.

Dá-lhe Rio. Dá-lhe Brasil.