quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Lejano Sur (2) - Naturaleza selvaje y soledad

Dica vintage: na postagem anterior falei de um texto meu sobre a Antarctica, com dez anos de idade. Aqui está o link do resumo, em francês. Foi uma apresentacao no Summit of Tourism em Chamonix, Franca. O texto em português foi publicado no Brasil na revista Turismo Visao e Acao da Universidade do Vale do Itajaí - Univali, SC.

http://www.sommets-tourisme.org/f/sommetsG/cinquieme-sommet/actes/trigo.html

Fotos e texto: Luiz G. G. Trigo
Obs. Para ampliar as fotos basta um clique do mouse sobre elas.
Postado no Chile (teclado sem til e cedilha)
Viagem organizada pela Orecap Campinas, Luiz A. Timossi




O Chile e a Argentina possuem uma seriedade e competência no que se refere a preservar o meio ambiente e a vida selvagem. Na Patagônia há vários refúgios e santuários naturais onde a vida animal e vegetal está razoavelmente protegida.


A ilha Magdalena, um monumento natural chileno, está localizada a meia hora de barco, nos arredores de Punta Arenas.

Nas últimas a ilha décadas tornou-se um paraíso para os pinguins Magallanes. No século passado tentaram criar ovelhas, mas a inexistência de água potável inviabilizou o projeto. Depois tentaram criar coelhos mas os pinguins atacavam os bichos. Decidiram deixar o território exclusivamente para eles que lá ficam todo o verao. No inverno saem para águas mais quentes e assim acabam no Brasil. No último inverno chegaram na Bahia e os sobreviventes tiveram que ser enviados de volta. O pessoal do Monumento Natural (a ilha) sabia disso e elogiou a inciativa. Lá ficam três funcionários, substituídos a cada dez dias, e um estagiário de biologia da Universidad Magallanes. Como nao tem inernet, o cara já estava cheio do trabalho.


O pessoal da agência disse que eram uns 150 mil pinguins. O pessoal da ilha falou em uns 100 mil. Eu contei até 98.765, mas é possível que alguns estivessem escondidos ou passeando... Notem que todos os pinguins já nao possuem mais trema, de acordo com a nova ortografia.

Há vários pássaros: gaivotas, cormoroes, albatrozes.

O paraíso ecológico é a alegria dos turistas. Aí está um coreano abestado pela paisagem.

Este é o barquinho que nos levou: 10 passageiros (4 alemaes, 2 israelenses, 1 coreano, 2 belgas e eu) e 2 tripulantes chilenos. É um inflável com estrutura em fibra de vidro, um motor de 175 HP e um motor auxiliar de 20 HP. A ida foi bem, mas na volta viemos levando porrada do mar bravo e vento forte. Chegamos salgadinhos com os respingos, apesar da cobertura (frágil) do barco. Pelo menos é insubmersìvel, segundo diz a lenda, mas parecia um liquidificador no meio do mar e os tripulantes disseram que o tempo estava bem razoável. Nada como uma aventura marítima com alguma emocao.

Vista do alto do farol da ilha. Todos esses pontinhos sao pinguins.

Farol da ilha. Dá para subir, mas os degraus da escada de ferro têm meio palmo de largura, sao em espiral e a minha tia gorda ficaria entalada no meio. Tem que descer de costas, devagar e com cuidado. Se beber, nao suba.

Há placas sinalizadoras e trilhas para se andar na ilha. É proibido pegar, alisar ou lamber os pinguins. Aliás, eles têm o bico curvo e afiado, atacam seus predadores e sua bicada é dolorida, segundo dizem. E fedem bastante. A ilha é, em parte, um depósito de guano (mierda).

Os bichos se enfiam em todos os lugares. Escavam tocas na terra onde botam os ovos e criam os filhotes.

E nao temem os seres humanos. Saem de nossa frente, nas trilhas, mas ficam ao lado das pessoas numa boa.

Adoram socializar nas praias geladas e rochosas. Essa cena é bem parecida com as praias da Antárctica, também pedregosas e (mais) geladas.

Os pássaros voadores convivem numa boa com os pinguins. Perto de Punta Arenas há uma outra pinguinera, mas bem menor.

Estava frio por causa do forte vento. Bom motivo para tomar um café forte com pisco.

A ilha Marta é o refúgio de lobos marinhos (na base) e pássaros cormoroes (reunidos aos milhares, no topo). É proibido descer na ilha. Ainda bem, esses bichos sao grandes, de malas ganas (olha o preconceito) e seu fedor é sentido dessa distância.
Adoram tomar sol na praia e os machos brigam violentamente pelas fêmeas.

Saímos às sete da manha e regressamos por volta do meio-dia. Para matar a fome comi esse cervo patagônico (um veadinho dos Andes) acompanhado por manzanas e pinhoes ao molho de vinho tinto. Uma delícia servida no restaurante do Hotel Cabo de Hornos, onde estou hospedado.
Amanha tem postagem de algumas coisas legais de Punta Arenas.
Dicas virtuais:
http://www.soloexpediciones.com/ - uma das agências que organizam o tour às ilhas.
http://www.ukogorter.com/ - site do ilustrador especializado em vida animal Uko Gorter. Descoladìssimo. Ele ilustrou uma revista especial sobre cetáceos da Antárctica para o governo chileno.
http://www.inach.cl/ - site da Agência Chilena especializada em estudos antárcticos.
http://www.comnap.aq/ - site especializado em estudos antárcticos dos países que assinam o Pacto Antárctico, do qual o Brasil faz parte.
http://www.museomaggiorinoborgatello.cl/ - site do museu organizado e mantido pelos padres Salesianos de Punta Arenas. Imenso, bem cuidado, com placas em espanhol e inglês, possui desde informacoes geográficas, etnográficas, históricas e econômicas bem atualizadas (incluindo exploracao de petróleo, plantas de metanol e desenvolvimento da aviacao comercial na área).

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