quarta-feira, 27 de julho de 2011

Barcelona: vida largada, cenários instigantes

As origens da cidade remontam aos gregos e romanos e sua história recente foi marcada por guerras e dificuldades, todas superadas após a democratização da Espanha e com a revitalização da Catalunha que forjou uma cidade linda, moderna, excitante e espraiada entre o Mediterrâneo e a serra de Tibidabo.


As torres da igreja da Sagrada Família, obra inacabada de Gaudi, são complementadas pelos guindastes encarregados de dar os detalhes finais a essa obra onírica de misticismo ancestral.


Aí está novamente a Igreja, em meio à cidade que cresceu nos últimos anos até chegar a cinco milhões de pessoas na região metropolitana.


Vista do alto do Tibidabo, a cidade faz um contato com o mar. A torre redonda é Agbar, um exemplo da arquitetura contemporânea local.


Chega-se a Barcelona por avião (excelente aeroporto), mar ou por terra, em rodovia ou pelos AVE, os trens de alta velocidade que atingem 300 km/h. Esse é o que faz Barcelona/Madrid em quatro horas (700 km).


As estações são modernas e confortáveis. Essa é a de Zaragoza, com um hotel dentro da gare.


O trem AVE, um dos orgulhos espanhóis.


A torre Agbar vista à noite, na praça Glories. Fiquei num hotel Íbis a três quadras dali.


No verão catalão as pessoas ficam pelas praças, jardins e lugares públicos onde se é possível sentar e relaxar. Pode-se beber na rua, sem problemas. Essa é uma das pracinhas da parte velha da cidade.


Alguns turistas mais populares se excederam nos goles de Baco e ficaram sob o sol catalão, no chão.


Backpeckers (mochileiros) adoram o centro velho e as ramblas para flanar e deixar a vida rolar.


Comi umas empanadas e quiches, regados à sangria saborosa, nesse barzinho que pertence a duas argentinas. Muy bueno, chicas.


Essa casa, localizada na rambla de Barcelona, é uma antiga casa de chocolates que foi decorada, em 1902, pelo pintor Antoni Ros Y Guell.


Coisinhas gostosinhas são devoradas em um ambiente requintado e muito tradicional.


Nada que não possa ter as calorias queimadas em caminhadas quilométricas pelas ramblas e ruas da cidade que, por sinal, não possui esquinas em noventa graus. As esquinas são recortadas formando espaços livres octogonais nos cruzamentos que oferecem uma outra perspectiva da malha urbana.


No final das ramblas estão as áreas de ócio (lazer) e o cais do porto. Ao cair da tarde o bom é ficar largado aí, vendo o mar, os barcos, as gaivotas...


O navio ambiental Sea Shepherd  (www.seashepherd.org) esteve uns dias de julho em Barcelona antes de ir para a Dinamarca proteger a pesca do salmão. No verão austral ele vem para a Antárctica proteger baleias e golfinhos.


O crepúsculo em um dia nublado dá uma nostalgia gostosa que pode ser melhor regada a vinho tinto y bocadillos, antes do jantar.


No metrô de Barcelona uma cena comum que são os imigrantes do norte da África que tentam se colocar na sociedade espanhola ou em outros países mediterrâneos.


São exilados, foragidos da fome e de guerras que lutam pela sobrevivência na "Fortaleza Européia"  como passou a se chamar o continente, fechado pelas regras e prestígios da União Européia e suas políticas contra a imigração que beiram cada vez mais o antigo fascismo ou a intolerância racial. Essas pessoas vendem artesanato ou produtos eletrônicos pelas ruas. São o subproduto econômico da crise européia.

Entre modernidades, contradições, cultura exuberante e lutas sociais, Barcelona é o lugar ideal para se ficar num sábado à noite. Ou por umas duas semanas de ócio.

Não esqueça: o escritor contemporâneo descolado da Catalunha (e da Espanha toda) é Eduardo Mendoza. Li seu livro Sin noticias de Gurb (Barcelona: Seix Barral, 1991) e dava altas risadas, sozinho, no quarto do hotel. Outro de seus livros é A cidade dos prodígios, justamente sobre Barcelona.


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