sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Biutiful - um filme vital

O primeiro filme do mexicano Alejandro González Iñarritu que assisti foi Amores Perros (2000). Fiquei estarrecido. São três histórias que se entrelaçam a partir de um acidente de carro. Depois assisti 21 gramas (2003) e Babel (2006). Quando li que era a estréia de Biutiful (2010), fui correndo assistir. Foi muito bom.


Seus filmes falam da vida e da morte, das perdas e dos ganhos, das ausências e das sensações de falta que nos envolve, seja na natureza, nas cidades do mundo ou em nossa solidão. Tokyo, México, Barcelona, Los Angeles, Marrocos, são alguns dos lugares desbravados pela câmera poética e crua de Iñarritu e por sua capacidade em capturar imagens de cenários e atores (atrizes) encantados pelo cinema. Depois vem a magia de editar tudo isso com trilhas sonoras - ou silêncios - que completam a obra de arte. O efêmero e o absurdo do ser humano convivem com a esperança e a força perante a vida, com sua complexidade dúbia e surpreendente. Mas, em meio à dor e à angústia, à solidão e ao desvanecimento dos sonhos e ilusões, algo mais profundo perpassa as histórias. Não falo do misticismo, também dúbio mas nunca óbvio, ou dos afetos que sobrevivem às tragédias. Falo da sensação que nos oprime e liberta perante a vida, do envolvimento que o filme nos possibilita conosco mesmo e com as nossas próprias histórias, vividas ou presenciadas. São filmes para quem não tem medo de si mesmo e de sua vida. Para quem gosta de ouvir sua voz interior e trabalha seus medos (da morte, das coisas...) e carências. É para se pensar. Olhar. Refletir. É uma arte vital, com reflexões abissais e estética deslumbrante.

Veja os prêmios conquistados por Iñarritu:


  • Recebeu uma nomeção ao Óscar de Melhor Filme, por "Babel" (2006)
  • Recebeu uma nomeação ao Óscar de Melhor Realizador, por "Babel" (2006)
  • Recebeu uma nomeação ao Globo de Ouro de Melhor Realizador, por "Babel" (2006)
  • Recebeu uma nomeação ao BAFTA de Melhor Realizador, por "Babel" (2006)
  • Ganhou o BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro, por "Amores perros" (2000)
  • Recebeu uma nomeação ao César de Melhor Filme Europeu, por "11'9''01 Onze de Setembro" (2002)
  • Recebeu uma nomeação ao César de Melhor Filme Estrangeiro, por "21 Gramas" (2003)
  • Recebeu uma nomeação ao Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou um prémio especial no Independent Spirit Awards, por "21 Gramas" (2003)
  • Recebeu uma nomeação ao Prémio Bodil de Melhor Filme Não-Americano, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o prémio de Melhor Realizador no Festival de Cannes, por "Babel" (2006)
  • Ganhou o Prémio Ecuménico do Júri no Festival de Cannes, por "Babel" (2006)
  • Ganhou o Prémio da Crítica no Festival de Cannes, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o Prémio da Crítica na Mostra Internacional de São Paulo, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou uma Menção Honrosa na Mostra Internacional de São Paulo, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o prémio de Melhor Filme de Estreia no Festival de Havana, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o prémio de Melhor Filme no Festival de Tóquio, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o prémio de Melhor Realizador no Festival de Tóquio, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o prémio de Melhor Filme no Festival de Bogotá, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o prémio de Melhor Filme - Voto Popular no Festival de Bogotá, por "Amores perros" (2000)
  • Ganhou o prémio de Melhor Realizador no Festival de Bogotá, por "Amores perros" (2000)


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alejandro_Gonz%C3%A1lez_I%C3%B1%C3%A1rritu

Obs. Aproveitando final de semana e feriado em Sampa, amanhã viajo para uma visita técnica. Conto depois. 

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