domingo, 9 de outubro de 2011

Cônego Carlos Menegazzi - 90 anos de amizade pelo mundo

O domingo foi de relembrar, profundamente, minha adolescência em Campinas. Participei de uma missa, seguida de almoço, em Helvécia, um distrito de origem suiça, perto de Campinas (SP), para comemorar os 90 anos do Cônego Carlos Menegazzi.


Durante trinta e um anos (1966 - 1997) ele foi o pároco da Igreja Sagrado Coração de Jesus, em Campinas, onde participei de uma comunidade de jovens e tive os melhores anos possíveis, enquanto amadurecia rumo à universidade e ao mercado de trabalho.


Sabe o que é alguém dirigir por 30 anos uma empresa, igreja ou universidade, e ao sair ninguém ter nada o que criticar ou maldizer de sua gestão? É o caso do Cônego Carlos. Ele é um dos padres que cumpre integralmente os três votos feitos solenemente na ordenação (pobreza, obediência e castidade) e deixou para todos nós (crianças, jovens, adultos, idosos)  um exemplo de como devemos tratar os outros e a nós mesmos. E não era só ele que dava bom exemplo, os casais que nos acompanhavam eram bastante normais e controlavam suas neuroses, eram bem sucedidos como pais e mães então sabiam como nos levar na boa. Molecada agitada, crítica e com muita vontade de curtir a existência. Ali, sentíamos em casa. Era nossa segunda casa e nossos pais algumas vezes brigavam de tanto que a gente ficava na igreja. Também, o salão térreo do prédio administrativo e de festas era só nosso: pebolim, snooker, ping-pong, uma sala de reuniões aberta e uma sala fechada onde guardávamos instrumentos musicais, livros, coisas de esporte, tranqueiras e coisas que os adolescentes gostam de ter (revistas, alguns posters, brinquedos...). Éramos umas cinquenta  ou sessenta pessoas, entre ambos os sexos. Aliás, os primeiros namoros começaram por ali mesmo. 


O Cônego era paciente, prudente e muito decente. Todos gostam dele, por isso tinha umas trezentas pessoas na festa que começou com uma missa concelebrada por dois bispos e vários padres. Na foto, o padre Carlos Menegazzi, o Cônego, Dom Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo Emérito de Campinas, portanto já aposentado (o vigente morreu a uns dias) e o bispo Dom Luiz Antonio Guedes. 


Foi uma missa com cantos, solenidades e um longo discurso biográfico do Cônego Carlos, intensamente aplaudido.

Helvécia é um ugar tranquilo, com amplos salões e jardins cercados de matas e tranquilidade dos condomínios residenciais. Foi ali que o Cardeal Dom Aguinelo Rossi passou seus últimos dias depois que se aposentou no Vaticano. 


Pedro Henrique é um dos meus afilhados, Sara é sua namorada e Wanda Conti (à minha esquerda) uma amiga dos primórdios. Acho que eu tinha uns treze anos quando a conheci, então uma jovem orientadora espiritual dos grupos de jovens.


Aí estou com Wanda e Luiz Timossi, amigo dos tempos da comunidade. Dessa safra de amizades hoje sou padrinho de cinco afilhados(as) e mantenho contatocom vários dos antigos companheiros.


O bolo de 90 anos tinha detalhes generosos em trigo. Adorei.


Minha comadre Raquel e os amigos Mila e Antonio Carlos. Todos dos tempos da comunidade.


O irmão do Cônego (sentado bem à frente) é Nelson Menegazzi, o pai do Padre Claúdio Menegazzi. Conheço a família desde que tinha cinco anos de idade e o "seu" Nelson sempre era de uma gentileza e atenção primorosas. Ele era empresário e mágico... Nenhuma criança chorava perto dele porque logo, de suas mãos, surgiam bolas coloridas, moedas ou lenços de seda e depois sumiam como tinham surgido, no nada. 

Fernando Grohmann e Raquel Signorelli Grohmann são os pais do Pedro Henrique (e do Caio). Sou padrinho de casamento e do primeiro filho homem, isso é o topo da honra neste país e muito me orgulho dos compadres (e comadres) e afilhado(as). 


Wanda, eu, o Cônego Carlos e Luiz Timossi. Quase 40 anos de amizade e convivência divertida e altamente satisfatória.


Aqui deixo uma homenagem a Dom Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo Emérito de Campinas. Ele era o Grã-Chanceler da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (atualmente está aposentado), durante a maior parte do tempo em que fui estudante e docente da universidade. Homem culto, discreto, recatado, atento e corajoso nas atitudes. Tivemos poucos momentos juntos, mas bastante significativos. O que bem me lembro é que sua ação refletia-se, na medida adequada,  na dinâmica acadêmica.


E encerro a postagem com a foto do meu amigo mais antigo, o Padre Cláudio Menegazzi. Estudamos juntos no antigo primário, no Colégio Sagrado Coração de Jesus; depois do Culto à Ciência e Senac Campinas, onde cursamos o técnico de Turismo; e depois, por um tempo, na PUC-Campinas, onde ele iniciou Turismo e depois foi para o seminário, tornar-se sacerdote católico. Um dos ótimos, por sinal. Como sobrinho do Cônego Carlos ele ajudou na festa, que teve a articulação de sua irmã, Mariza Menegazzi e de uma equipe de jovens senhoras e senhores, amigos dos tempos da paróquia, onde todos vivíamos uma gostosa utopia comunitária. 

2 comentários:

Renato Chiavoloni disse...

Tudo bem Luiz?

Há algum tempo tento entrar em contato com você pelo seguinte: estou criando a árvore genealógica da minha família e tenho pouca informação da parte de minha mãe. Você deve estar se perguntado: e o que eu tenho com isso, né? É que, não sei se você sabe mas eu sou primo em segundo grau do Padre Cláudio Menegazzi - nossas avós eram irmãs. Dai, eu gostaria de entrar em contato com ele e o Cônego, se possível, para saber se eles teriam informações e/ou documentos que eu pudesse acessar para a minha pesquisa. Eu sei que você e o Cláudio são amigos de longa data - acabei de ver um posting seu sobre os 90 anos do Cônego. Minha mãe era prima dele e sempre se referiu a ele carinhosamente como "Carlitos"; ela dizia ser uma referência a Charles Chaplin - a quem o Cônego gostava de imitar quando eram crianças.
Enfim, ficaria imensamente grato se pudesses intermediar o contato entre eu e o padre Cláudio.
Um abraço

Renato

Renato Chiavoloni disse...

Tudo bem Luiz?

Há algum tempo tento entrar em contato com você pelo seguinte: estou criando a árvore genealógica da minha família e tenho pouca informação da parte de minha mãe. Você deve estar se perguntado: e o que eu tenho com isso, né? É que, não sei se você sabe mas eu sou primo em segundo grau do Padre Cláudio Menegazzi - nossas avós eram irmãs. Dai, eu gostaria de entrar em contato com ele e o Cônego, se possível, para saber se eles teriam informações e/ou documentos que eu pudesse acessar para a minha pesquisa. Eu sei que você e o Cláudio são amigos de longa data - acabei de ver um posting seu sobre os 90 anos do Cônego. Minha mãe era prima dele e sempre se referiu a ele carinhosamente como "Carlitos"; ela dizia ser uma referência a Charles Chaplin - a quem o Cônego gostava de imitar quando eram crianças.
Enfim, ficaria imensamente grato se pudesses intermediar o contato entre eu e o padre Cláudio.
Um abraço

Renato