sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Balneário Camboriú, SC - Nova arquitetura, antigos problemas

A revista Exame (05/10/2011) apontou que metrópoles regionais como Campo Grande (MS) e Joinville (SC), têm potencial para crescer duas vezes mais que São Paulo ou Rio nos próximos três anos. É uma ótima taxa de crescimento. 

Os efeitos positivos da economia do nordeste catarinense influenciam profundamente seu litoral. O maior destaque do estado, depois de Florianópolis, é Balneário Camboriú, que passa por um período de crescimento econômico extremamente visível: novos edifícios de apartamentos são vendidos tranquilamente em sete dígitos; há uma nova e suntuosa marina na Barra Sul, com iates e lanchas igualmente exuberantes; pela avenida Atlântica desfilam carros e SUVs importados, Ferraris não são muito raras. 


O paredão de prédios se condensa e recebe linhas de sofisticação ...


... ângulos acentuados de ousadia, ...


... curvas e protuberâncias com muito vidro e mármore ...


... que formam lofts e torres que anunciam o dinheiro novo da região. De onde vem todo esse dinheiro? Agricultura, indústria, portos, drogas, turismo...


O melhor hotel da região é o Mercure de Balneário Camboriú. É um edifício de doze andares, com amplos apartamentos, ótimo serviço e um lobby amplo, porém discreto.


Os detalhes são bem cuidados, o ambiente é agradável e boa parte da equipe cursou os programas de hotelaria, gastronomia ou turismo da Univali (Universidade do Vale do Itajaí). Boa formação  acadêmica gera  maior qualidade e competência profissional. 


Parabéns à equipe do Mercure pelo atendimento e carinho oferecido aos participantes da Anptur (veja postagem anterior).


A Barra Sul vê despontar espigões com mais de 40 andares de altura. Nessa área serão construídos mais seis prédios. Esse é o problema da cidade, uma total indiferença aos estudos sobre urbanismo e capacidade de carga. Há um adensamento populacional,  especialmente no verão, quando a cidade torna-se quente e intransitável, além de pouquíssimo tratamento de esgoto (Joinville, por exemplo, trata apenas 14% de seu esgoto, segunda a revista Exame), uma carência em todo o estado. Claro que, em Balneário Camboriú, a praia fica inapropriada durante o verão, mas as piscinas dos prédios e a praias próximas atenuam a frustração. Mas muita gente adora passar férias em um simulacro urbano, pretensamente paradisíaco, com muito entretenimento e, certamente, muito divertido. Uma cidade paradoxal. 


A nova arquitetura espraia-se apenas nas duas primeiras quadras, junto ao mar. Para o centro continuam a proliferar os prédios mais simples e menores.


Os novos edifícios ...


... se estendem até a Barra Norte.Esse prédio maior tem 45 andares. Há planos de construção de uma torre com 62 andares e, para 2013, uma torre com mais de 70 pavimentos.


Até poucos anos essa área tinha apenas um esqueleto inacabado.


Aí está parte do centro, com prédios bem mais simples e antigos.


Um contraste com os novos projetos como esse, com 46 andares, com um apartamento por andar e uma cobertura bem caprichada. Cada apartamento custa mais de seis milhões de reais (a cobertura deve custar uns vinte). Se a economia continuar a bombar o balneário catarinense tem uma agitada história pela frente.

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