A revista Exame (30 de junho de 2010) trouxe, como matéria de capa, o mercado brasileiro de imóveis que teve a terceira maior valorização do mundo (22%), ao longo do último ano, depois de Hong Kong (que valorizou 30%) e Singapura (25% de valorização). A revista analisou especificamente quatro mercados nacionais: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador (além de citar Brasília).
Na minha última viagem a Aracaju, no final de novembro, fiz uma conexão em Salvador, no regresso para São Paulo, e tive chance de fotografar parte da expansão imobiliária da cidade. Essas fotos foram tiradas na aproximação para aterrisagem a partir do centro da cidade, seguindo pela avenida Paralela (que é paralela à praia), até chegar ao aeroporto. Acima percebe-se o crescimento imobiliário marcado por muitos prédios em construção.
Essa região era um imenso vazio, com matas e mananciais que foram parcialmente tomados pelas obras de shopping-centers, condomínios comerciais e residenciais.
Nas proximidades (não dá para ver nas fotos) está Alphaville, um novo bairro de classe de média e alta renda (como em outras cidades do Brasil) que se desenvolveu a partir de 2005 e o preço dos terrenos já subiu oito vezes.
Salvador não tinha torres muito altas. A cidade era pouco verticalizada, com apenas 18% de apartamentos do total dos imóveis. Isso está mudando rapidamente. Hoje há edifícios com 30 andares, condomínios sofisticados com clubes internos e paisagismo exuberante. A média do metro quadrado (em junho de 2010) era de R$ 3.585,00. Para comparar, em São Paulo a média do metro quadrado era de R$ 4.519,00; no Rio de Janeiro, R$5.473,00; e em Porto Alegre, R$ 2.694,00. Os bairros mais caros são Barra e Ondina; seguidos do Horto Florestal, Itaigara, Alphaville, Brotas, Candeal, Graça, Jardim Apipema e Patamares.
A construtora Cyrela está terminando o Le Parc, um imenso complexo de condomínios residenciais verticais com jardins e áreas de lazer, ao lado de outros condomínios de edifícios comerciais e residenciais de todos os tipos. Só a Cyrela tem seis empreendimentos sendo construídos, metade na Av. Paralela:
Le Parc Salvador - entrega em abril 2011 (Av. Paralela)
Salvador Shopping Business - entrega em julho 2011 (Caminho das Árvores)
Mandarim Salvador Shopping - entrega em março 1912 (Caminho das Árvores)
Brisas Residencial Clube I - entrega em setembro 2011 (Av. Paralela)
Brisas Residencial Clube II - entrega em setembro 2012 (Av. Paralela)
CEO Salvador Shopping - entrega em março 2013, lª fase (Av. Tancredo Neves)
As obras estão avançadas e já se avista o futuro skyline da cidade.Sem metrô, trens urbanos em quantidade e sem projetos de novas avenidas, Salvador sofrerá, num futuro bem próximo, a praga que já atinge São Paulo e Rio de Janeiro que é o congestionamento monstruoso de trânsito. Aliás, o trânsito já é infernal nas horas de rush e isso tende a piorar com os novos projetos.
Três grandes shoppings estão no eixo da Paralela: Shopping Salvador (novo e lindo), Shopping Paralela e Shopping Norte. Esses empreendimentos atuam como catalizadores de outros projetos imobiliários como grandes comércios e condomínios.
Ainda há algumas áreas verdes que contrastam com a mancha urbana e com o azul do mar, lá no fundo. Vê-se também áreas desmatadas que abrigarão, em breve, outros empreendimentos imobiliários. Como há um consenso de que essa expansão do mercado imobiliário brasileiro não é uma bolha e sim um crescimento sustentável (em termos econômicos), espera-se que as gestões municipais e as comunidades locais compreendam, por todo o Brasil, que não existe expansão qualitativa do setor imobiliário sem a correspondente expansão da infra-estrutura viária, energética, de águas e saneamento, transportes públicos e segurança. Se a infra não for realizada, as cidades terão edificações privadas de alto padrão permeadas por um caos urbano público de patamar baixíssimo o que, num futuro distante, comprometerá essa fantástica valorização que hoje acontece no setor.
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