sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Febrachoco - Gramado, RS

Na quarta-feira teve início o Congresso Latino Americano do Chocolate e a Feira Brasileira do Mercado de Chocolate ( http://www.febrachoco.com.br/ ) em Gramado, RS. Fui convidado para dar a palestra de abertura, sobre os clusters de turismo e de chocolate. Para mim foi uma experiência nova - e deliciosa - participar de um evento gastronômico altamente especializado. 


Você tem ideia do tamanho do mercado de chocolate no mundo e o quanto ele pode crescer no Brasil?
Veja o ranking internacional e aposição do Brasil. Há muito o que crescer.

Ranking internacional de consumo

1.Alemanha – 11,16 kg por pessoa/ano
2.Reino Unido – 10,29 kg
3.Suiça – 10,05 kg
4.Bélgica – 9,25 kg
5.Noruega – 8,76 kg
6.Áustria – 8,22
7.Dinamarca – 7,65 kg
8.Irlanda – 7,64
9.França – 7,07 kg
10.Finlândia – 6,92 kg
13. Brasil – 2,16 kg




O evento foi no Salão e Auditório de eventos de Gramado ...


... uma cidade eminentemente turística na Serra Gaúcha.


A pequena cidade é charmosa, construída para ser um espetáculo e tornou-se cara nos últimos anos.


Mas come-se e bebe-se muito bem. Acima é parte do bufê de café-da-manha do hotel Laghetto, onde fiquei hospedado. É o padrão de Gramado e Canela.


Nestor Tissot é o prefeito de Gramado. Sorridente e simpático, veio cumprimentar pessoalmente os participantes do evento.


Estava um dia lindo e frio.


A cidade superlota em julho e dezembro (por ocasião do Natal Luz). O ideal é visitá-la fora das altas temporadas turísticas para curtir as ruas, restaurantes e atrações sem as turbas e hordas de turistas.


Fiz a palestra de abertura, que foi bem legal. Mas depois teve a palestra da Samantha Aquim (acima), uma chef chocolatier carioca, que foi um arraso. Veja o site de sua empresa http://www.aquimgastronomia.com.br/ e descubra porque ela está inovando no mercado brasileiro de chocolates gourmet. Ela desenvolveu uma pesquisa numa fazenda de cacau em Ilhéus (BA) e conseguiu fabricar chocolates com amêndoas de cacau selecionadas e torradas artesanalmente. Fizemos uma degustação com seis tipos de chocolate até chegar no que ela denomina Q Zero, uma peça com 77% de cacau que oferece um sabor e um aroma diferente de tudo o que você já experimentou. Nada de baunilha, leite, muito açucar ou aromatizantes, mas o puro cacau brasileiro.

Algumas de suas frases:

"A comida é o cheiro da comida. O gosto vem do aroma."


"Nosso chocolate tem uma sabor mais difícil porque ainda é desconhecido e raro."


"A pessoa come chocolate com o único intuito de se dar prazer."

Almocei com ela e seu gerente de lojas (do Rio de Janeiro), antes de nossas palestras, e aprendi muito sobre a arte e o imaginário (a cultura) do cacau e do chocolate. Depois, na palestra, teve a degustação de sua produção mais sofisticada e instigante: o chocolate Q Zero.

Veja a história do produto no site:

http://www.aquimgastronomia.com.br/releases/Release_Aquim_Q0-versao30.pdf


A magia da amêndoa perfeita e a descoberta de seu universo. Essa é a frase de apresentação do Q Zero. É uma hierofania do sabor, uma revelação de uma faceta desconhecida da gastronomia brasileira e global. O topo de linha de seus produtos é essa caixa acima. São apenas 200 caixas por ano, numeradas e com código de barra. Cada caixa contém seis blends de chocolate feitos a partir de diferentes combinações de Q, que ressaltam, cada um, uma qualidade do chocolate e divididos em dois grandes grupos, intenso e suave: Q30s; Q30i; Q50s; Q50i; Q70s; Q70i. Os números indicam a quantidade de chocolate Q contido em cada uma das variações.  O Q é vendido em uma caixa-degustação feita de imbuia, com três barras do chocolate, sete pastilhas de cada um dos blends (42 no total), um livro sobre o processo Q e uma pinça de pontas folhadas a ouro, apropriada para se degustar o chocolate. Oscar Niemayer desenhou a forma das três barras maiores. Há um livro que conta a história do produto e explica o caminho sensorial para aproveitar a intensidade do sabor. Cada caixa custa R$ 1.580,00.


Gramado tem cerca de seis fábricas principais de chocolate (a mais famosa é a Prawer) e dezenas de fábricas menores.


Os estilos e sabores são muito diferentes.


Os odores e cores enfeitam os produtos e aguçam o paladar. E a gula.


Se essas fotos transmitissem o odor...


Chocólatras e admiradores menos selvagens se refestelam pelas lojas e restaurantes.


No exterior há muitas marcas gourmet, mas as mais famosas e sofisticadas são:

Confiserie Sprungli e  Lindt (1845, Suiça) 
Leysieffer (1909, Alemanha)
Neuhaus (1857, Bélgica)
Godiva (1926, Bélgica)
Valrhona (1922, França)



Entre as muitas lojas de artesanato e roupas de Gramado e Canela, destacam-se a de que vende cucos importados, porcelana e outras belezinhas.

Finalmente, meu agradecimento especial ao amigo da EACH-USP, Prof. Dr. José Roberto Yasoshima que me enviou valiosas informações sobre o setor de chocolate.


Nenhum comentário: