O desenvolvimento do turismo na Bahia ocorreu em várias vertentes: urbana, interior, litoral rústico (veja postagem anterior) e litoral sofisticado. O símbolo histórico do luxo em resorts na Bahia é o Ecoresort Praia do Forte, hoje pertencente ao grupo português Tivoli (www.tivolihotels.com). Começou no início da década de 1980, como um projeto ousado do alemão Karl Peters que comprou as terras em frente ao mar e desenvolveu uma proposta de hospedagem aliada à natureza e à preservação ambiental. Ele concedeu uma área para o Projeto Tamar (1980), um sucesso atual de sustentabilidade, e supervisionou o desenho dos jardins que envolvem os 30 hectares, 292 apartamentos, oito piscinas, spa (com talassoterapia), três restaurantes e quatro bares do complexo.
... tudo permeado pelo bom gosto, discrição e minimalismo estético, sem camadas e adereços arquitetônicos ou artísticos escandalosos.
O Relações Públicas do resort, Leandro Fiori (graduado em turismo pela Univali-SC), levou-me para conhecer todo o complexo, em uma visita de mais de uma hora.
Quase todos os apartamentos foram re-estilizados e adequados à filosofia da Tivoli, faltam apenas os standard que, em breve, serão repaginados para se adequar à proposta. As suítes e apartamentos Luxo são um ícone de beleza funcional e conforto paradisíaco. Recentemente foram lançadas cerca de quarenta casas dentro do complexo. Serão vendidas a partir de R$ 1,6 milhão (cada uma) e os proprietários poderão usar as facilidades do resort como um clube privado.
Aliado à qualidade e inovação Experience More é um conjunto de serviços que procuram proporcionar mais do que uma noite de hotel, uma experiência memorável, que começa no acto da reserva e só termina com o seu regresso a casa.
O resort possui os luxos clássicos, mas incorporou os luxos contemporâneos: sossego, silêncio, exclusividade, espaço, meio ambiente...
Já o complexo do grupo espanhol Iberostar é bem mais recente, inaugurado em novembro de 2008 em uma área que prevê três hotéis (dois já estão em operação, com cerca de mil apartamentos e suítes) e, a exemplo do Ecoresort Praia do Forte, estão lançando casas e apartamentos para serem vendidos. As instalações do complexo hoteleiro servem como diferencial de clube privativo para os felizes donos que desembolsarão mais de R$ 1,5 milhão para ter seu pedaço de paraíso tropical.
O resort lembra os projetos do Caribe, México ou de alguns lugares da Ásia. Fui igualmente muito bem atendido como visitante pelas equipes de relações públicas do hotel. Nunca me identificava como sendo da área de turismo, apenas um visitante qualquer, o que significa que a hospitalidade dos resorts é uma prática bem exercida.
Sua arquitetura e decoração é um pouco mais instigante, mas não se aproxima dos devaneios de Vegas ou da Disney World.
A valorização da arte baiana é um ponto forte do projeto e dá às amplas salas e corredores uma presença altiva e étnica que valoriza os ambientes.
Havia pouca gente hospedada, mas mesmo com lotação máxima esses resorts não concentram pessoas em áreas restritas, graças aos espaços generosos e bem planejados.
Muitos estrangeiros vêem ao Brasil em busca de sol, mar e luxo, assim como muitos brasileiros desfrutam desses nichos especiais de prazer. As tarifas começam em cerca de R$ 600,00 pelo apartamento, mas chegam fácil a mais de R$ 1.000,00 nas suítes.
A Iberostar possui ainda um navio no rio Amazonas (Iberostar Amazon) que sai de Manaus para cruzeiros de 3 ou 4 dias, com muito conforto e alta qualidade de serviços.Obs. Todos esses hotéis ficam na região da Praia do Forte, município de Mata de São João, ao longo da rodovia BA099 (linha Verde) onde há outros resorts menores. Um pouco ao norte está a vila de Imbassaí e Costa do Sauípe. Esse é um conjunto de cinco resorts, pousadas, golfe e tênis, inaugurado no início do século XXI. O projeto nunca desenvolveu-se satisfatoriamente porque tem problemas de planejamento: a praia não é tão boa como os outros trechos do litoral ao norte e sul; os hotéis estão de costas para o mar; e várias cadeias hoteleiras internacionais (Sofitel, Renaissance) lá estiveram e caíram fora depois de amargar prejuízos. Quem bancou o desenvolvimento do projeto da Odebrecht foi a Previr, o fundo de pensão do Banco do Brasil. Já no final dos anos 1990, o prof. Mário Beni preconizava que esse tipo de projeto, feito sem pesquisa de demanda e sem planejamento físico hoteleiro adequado, estava condenado. Hoje Sauípe passa por reformulações (nunca bem explicadas ao público) e espera-se que um dia chegue a ser um destino rentável. Vai ser preciso muito trabalho. Por tudo isso não inseri Costa do Sauípe nessa postagem sobre a Bahia sofisticada, pois por hora é mais um turismo de massa em busca de identidade e sobrevivência. Boa sorte.
Uma coisa que acho linda no Iberostar é aquele painel da recepção lembrando os azulejos portugueses.
ResponderExcluirbeijo
Mag