quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Costa Serena - A perspectiva do mar

Texto e fotos: Luiz G. G. Trigo

As cidades e as paisagens adquirem novas perspectivas vistas do mar. Em geral nos aproximamos por terra ou pelo ar dos nossos destinos, os navios deixaram de ser um meio de transporte convencional para se tornar ilhas de prazer e viagens mais lentas e desfrutáveis. 


Sob o sol tropical do verão austral, os espaços urbanos mostram-se iluminados pelo sol poente. Esses prédios são a nova face da ponta da praia de Santos, o novo hub de exploração imobiliária desenfreada que engole espaços e estéticas em nome do lucro imediato e semi-irracional. É nosso simulacro de uma Miami tropicalizada.


A foto foi tirada do último deck do Costa Serena, na altura do 14º andar dos edifícios, pode contar.


A nova urbe surgiu nos últimos dois anos, um bairro renascido das cinzas decadentes dos arredores portuários, antigo símbolo de doenças e degeneração que se transmuta em promessa imobiliária e urbana de um futuro próximo. 


Santos se afasta lentamente, sob os olhares dos passageiros pendurados no alto da nave flutuante...


... com vários lugares abertos de onde se pode observar o entardecer de despedidas e promessas.


No outro dia, Rio de Janeiro. Essa é a vista da Praça Mauá (o terminal de passageiros do porto do Rio) e os prédios ao redor.


A pista do aeroporto Santos Dumont começa e termina no mar, o que significa observar aterrisagens de uma perspectiva privilegiada. Esse é o Airbus da TAM fazendo a Ponte Aérea São Paulo-Rio, uma das rotas mais densas e bonitas do mundo. 


Barcos, aviões e uma paisagem deslumbrante moldam as visões e lembranças do Rio de Janeiro...


... destino de viajantes curiosos para descobrir - ou relembrar - as delícias do lugar sem pecado ao sul do Equador, assim como todo o país primeiramente conhecido pelo nome de Terra de Santa Cruz. O navio acima é o Black Watch, cheio de ingleses.


O Corcovado (710 m. de altura) e o Pão de Açucar (390 m. de altura) são marcos famosos que nos apresentam outras facetas quando vistos do mar...


... entre uma chegada e uma partida, a cidade se abre consciente de ser uma das mais exuberantes do planeta.


Sob as nuvens de chuva, bem ao longe, no horizonte, Salvador aparece com formas estranhas.


A moderna massa de edifícios esconde os mistérios e gostosuras que só aparecem quando a gente se entrega  à bahianidade da natureza e da cultura.


O farol da Barra, de perto tão imponente, é um traço numa falsa ilhota que avança sobre o oceano quando visto de alto mar.


O Vision of the Seas chegando em Salvador, ao lado de um petroleiro de umas 30 mil toneladas. O Vision tem 67 mil, ligeiramente maior.


O Costa Serena atracado no cais, na cidade baixa (na alta seria bem difícil), maior que os prédios em volta...


... com a cidade o envolvendo com seus sons, cheiros, cores e sonhos.


A parte alta de Salvador, histórica, artística, sublime, paira sobre novos prédios como o Banco do Brasil, com sua fachada espelhada...

... onde o navio se reproduz em um mosaico iridiscente e meio cubista impressionista hiper-moderno.


A viagem termina nas praias tranquilas de Ilhabela (SP). Essa é a praia do Curral, onde na minha adolescência acampávamos em meio à natureza (quase) selvagem. Hoje é um dos locais mais descolados da ilha, onde estão vários bares e o resort DPNY. A gente tinha bom gosto desde moleques. 


O Costa Serena, fundeado em Ilhabela, um recanto móvel, um útero de entretenimento, como todos os navios de cruzeiros, para nos levar por uns dias às fronteiras dos mundos paralelos de nossos imaginários.

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