A ilha de Santa Catarina, onde está a cidade de Florianópolis, cerca de cem praias e vários vilarejos lindinhos, foi também conhecida por Nossa Senhora do Desterro, ou Desterro. O nome não agradava aos habitantes e, em meio a confusões políticas como a Revolução Federalista de 1894, Hercílio Luz (nome da atual ponte de ferro) mudou o nome para Florianópolis, homenageando o presidente Floriano Peixoto, o que continuou a desagradar um monte de gente. Por isso muita gente a denomina simplesmente de Floripa. No século 18, recebeu vários imigrantes dos Açores, o que contribuiu para formar a atual cultura insular com suas vilas coloniais, artesanato, pesca e uma aura de mistérios que foi bem explicada por Flanklin Cascaes, um estudioso da cultura popular local.
A ilha é bem grande. São 54 km de comprimento, por 18 km (em média) de largura, totalizando 436,5 km². Isso significa que é bom ter um carro, ou uma lancha ou um helicóptero para explorar os arredores. Nas vilas ou praias (Santo Antonio de Lisboa, Sambaqui, Ribeirão da Ilha, Campeche, Canasvieiras, Barra da Lagoa, Pântano do Sul, Lagoa da Conceição...) é bom sentar-se e contemplar paisagens como essa, no melhor estilo de slow travel, com toda a tranquilidade e preguiça do mundo.
Dali é só ficar observando o sol deslizar lentamente rumo ao horizonte enquanto coisas gostosas são tiradas do mar.
Do mar à mesa em minutos (ou despachadas para o Brasil todo), os frutos das fazendas marítimas são colhidos e ...
... expostos aos olhos famélicos. Não é todo mundo que aprecia (eu adoro), ...
... as ostras frescas são uma das delícias gastronômicas locais. Podem ser frescas, ao bafo, marinadas, ao vinagrete, gratinadas. Se você quiser ir no restaurante mais premiado da ilha (melhor ostra, segundo a Veja, de 2006 a 2009) vá ao Ostradamus, no Ribeirão da Ilha, mas chegue cedo ou faça reserva. Eu comi uma sequência de ostras ali ao lado, no Umas e Ostras que estava inebriante de deliciosa. Há dezenas de lugares para se comer, só fique atento à higiene pois frutos do mar são sensíveis e devem ser manipulados adequadamente. Como as ostras são criadas ali, você encontra pratos de uma dúzia a R$ 12,00 ou R$ 15,00.
Em Santo Antonio de Lisboa há vários restaurantezinhos com mesas em frente ao mar, com caipirinhas saborosas, cerveja gelada e bons vinhos.
Seja no agito da cidade ou dos shoppings, ou na tranquilidade das vilas, há opções para vários gostos, estilos e bolsos.
Um bom passeio é voar de helicóptero, no norte da ilha.
Aí está a praia de Canasvieiras ...
... com bastante ocupação urbana, mas pelo menos os prédios são de três ou quatro andares.
A ilha tem sérios problemas ambientais. Muitas dunas, mangues e praias já foram comprometidos, especialmente pela exploração imobiliária selvagem e irresponsável. Felizmente alguns moradores se mobilizam, mas a truculência de alguns políticos e empresários de construção civil avançou nos últimos anos. Um exemplo foi a destruição do Bar do Chico, perto de Campeche, demolido porque reunia moradores preocupados com a sustentabilidade da ilha. O próprio hotel Costão do Santinho teve empreendimentos ao redor que foram denunciados como sendo predatórios e uma ação ambiental envolveu seus dirigentes. Não deu em nada.
Ainda resta muita beleza natural mas se quisermos que a ilha permaneça linda e verde, é importante que a consciência social e ambiental esteja ao lado dos interesses imobiliários, que também são legítimos e garantem desenvolvimento, desde que respeitem os princípios de cidadania e sustentabilidade. O Brasil está cheio de maus exemplos de exploração imobiliária e turística que devastam comunidades e regiões e Floripa passa por esse perigo os dias atuais. Que vença a ética, a estética e a inteligência social.
Prof Trigo
ResponderExcluirMuito bom seu post! Mas, tanto ai como cá, os problemas de ocupação desordenada são muitos. Uma das maiores provas é o Porto Jangada na Av Beira Mar em Fortaleza. Tanto se tentou evitar a construção e nada se fez a não ser o Hotel em plena praia.
É isso aí...
cheiros do Ceará