Mais um ano escoa pelos mistérios incognoscíveis do tempo e as festas aproximam-se com a peculiar velocidade e capacidade de esgotar nossa paciência ante o caos e a agenda impraticável. Resta a busca pela estética e pelos significados que essas datas possam nos oferecer.
As casas e portarias recebem a decoração sazonal, sempre algo agradável que nos remete à infância, aos sonhos e à fantasia face a um mundo mais colorido e menos desagradável. Em suma, a gente se fantasia de esperança.
Esperança de algo mais legal, excitante e belo do que o cotidiano banal. Se bem que alguns dias são melhores que os outros e o cotidiano, para quem faz o que gosta, é tudo, menos banal.
Portanto que brilhem os enfeites e as cores, as formas e os estilos pós-estereotipados que cercam nossas existências.
É tempo de almoços, jantares e encontros com algumas pessoas. Acima estão Marcos e Laderlei conversando após um bacalhau honesto e um vinho adequado (a que, não sei).
Na mesma mesa, Timossi e eu rindo de nós e para nós, felizes após saciar a fome e os ouvidos ante tantos rumores e conversas pré-arquetípicas.
A rua Avanhadava (cetro, São Paulo) é um exemplo de discrição e postura sóbria natalina e de final de ano. Nada de over.
Já o buracão do metrô da Sé ostenta um cartaz da turma da Mônica jovem. Demorou 40 anos para essa molecada tornar-se adolescente. Antes tarde...
O céu paulistano está severo e úmido em dezembro. A primeira quinzena foi de temperaturas amenas (com exceções) e muita chuva, enchente, alagamento e trânsito estuporado. Nada de mais, apenas a tradicional falta de planejamento urbano e de ordem na cidade. Os políticos acham tudo muito normal.
Os entardeceres após as chuvas deixam antever uma cidade que brilha, limpa e grandiosa, indiferente aos anseios individuais e coletivos. A noite é uma dádiva que ameniza as dificuldades dos trabalhos e dias (Hesíodo). Dia 23 entro em recesso. Até lá as despedidas serão intensas, assim como as boas-vindas de 2010.
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