domingo, 14 de junho de 2009

Mineridades

Eduardo Galeano definiu Minas Gerais como "um coração de ouro em um peito de ferro." Essa riqueza mineral forjou parte da história do Brasil e fez florescer nas montanhas mineiras uma cidade cujo nome já dizia o que era: Vila Rica. Os palacetes, as igrejas ricamente decoradas, os prédios públicos solenes e as ruas íngremes feitas de pedra talhada combinam com as pedras de cantaria dessas edificações que viraram arte e história.

Hoje as pessoas querem ver algo do passado que marcou o imaginário da República. Uma cidade calcada na riqueza mineral e na escravidão, com uma religião esplendorosa e fascinante expressa em artes sofisticadas, gastronomia forte e saborosa, que também foi berço das idéias republicanas.

As cidades históricas possuem, cada uma ao seu jeito, ângulos quase perfeitos e estilos que deixam assinaturas arquitetônicas marcantes na paisagem.

Um provavel estereótipo se desvela em signo graças ao sentido e o significado que emanam, por exemplo, de um velho canto da cozinha dita tradicional. Percebe-se algo que, ao longo dos séculos, simplesmente mostrou-se gostoso e reconfortante para o corpo.

Por mais belas que sejam por fora, o interior das igrejas supera as expectativas estéticas. Pena que é proibido fotografar... Aqui os detalhes da porta da Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Ouro Preto).

As ruas antigas ao sol matinal trazem saudades de um futuro que já aconteceu...

... e os quintais arborizados debruçam-se imponentes pelas pirambeiras que desafiam os saltos altos e as solas gastas dos tênis veteranos.

Uma cidade com muita madeira e pedra, quintais e costumes muito próprios que influenciam até a garotada das Repúblicas federais da cidade, precisa de lojinhas com produtos que desafiam ser identificados pela década.

Essa janela reveste-se da grandeza conceitual e visual que imaginamos uma janela possa ter. No mínimo, vasinhos frescos que se integrem à paisagem por ela apresentada.

Velhos e rabujentos colegas: João dos Santos Filho e eu no almoço de sexta-feira em Ouro Preto, no meio do evento promovido pela UFOP. Ele na Coca zero e eu na branquinha mineira (tomei só um copinho, os outros são dos outros). João e eu nos conhecemos a muitos anos, temos idéias diferentes mas gostamos do turismo, da boa comida e de uma boa conversa.

Pablo é aluno de Turismo da UFOP, da equipe organizadora e, como podem ver, segue a risca os ensinamentos da mamãe que "se não comer direitinho não ganha sobremesa".

Pablo, João dos Santos Filho, eu e Milton. Pablo e Milton são alunos da UFOP e nos fizeram companhia no almoço (e tomaram as outras pinguinhas, ao meu convite).
Os gregos antigos também pensavam que os templos dedicados a Deus deveriam estar nos morros, entre o céu e a terra.

Prédios abruptos em esquinas obtusas e ângulos acentuados. Geometria histórica urbana.

Os antigos sabiam introduzir rudimentos de transcendência por entre as brumas das serras selvagens...

... os modernos constroem novos palácios em concreto e vidro. Essas são as obras do novo centro administrativo do estado de Minas Gerais que o Aécio Neves está construindo perto do aeroporto de Confins.
Dizem que haverá um metrô ou trem urbano até o centro administrativo e depois até o aeroporto, por ocasião da Copa de 2014. Que seja verdade.


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