Há várias rotas do vinho pelo mundo: Califórnia, França, Alemanha, Portugal, sul do Brasil, Itália e Espanha. Na minha viagem, em julho, o professor Félix Tomillo me levou para conhecer a região de Ribera del Duero, perto de Valladolid (Espanha), rica em história, vinhedos e vinícolas, restaurantes deliciosos e antigos mosteiros.
Um ponto alto da visita é o castelo de Peñafiel, onde do alto avista-se o povoado.
No caminho a abadia Retuerta, transformada em hotel de luxo e sofisticada loja de vinhos.
A região engloba quatro municípios (Valladolid, Burgos, Segovia e Soria), possui 66 mil habitantes, conta cm 21 mil hectares de vinhedos plantados e mais de 250 bodegas (vinícolas) que engarrafam anualmente quase 50 milhões de litros de vinho, uma economia inebriante.
Algumas safras mais excelentes e envelhecidas são vendidas em caxas especiais, juntamente com os sais do vinho.
Vinhedos, matas remanescentes, rodovias interioranas de ótima qualidade e grande oferta de hospedagem, gastronomia e produtos regionais garantem uma oferta variada e saborosa para os visitantes.
Nesses países compra-se garrafas de vinho de qualidade (crianza, reserva ou gran reserva) por preços altamente vantajosos, especialmente para nós brasileiros. Uma boa garrafa de vinho para uso cotidiano custa entre 5 e 20 euros; uma garrafa mais sofisticada de 30 a 50 euros e as safras top, acima de cem euros. A foto acima foi na Retuerta.
O grupo Emina tem um museu sobre a vinicultura em Ribera del Duero, por onde passa o rio Duero (ou Dourpo, no norte de Portugal). O setor foi iniciado pelos antigos monges cistercienses que desenvolveram o cultivo de uvas em seus mosteiros e abadias e depois passaram o conhecimento para os leigos.
Félix Tomillo, Alexandre Panosso e eu a caminho da Rota do Vinho.
A imensa vinícola Protos, em Peñafiel, possui um circuito de visitação pelos seus subterrâneos e áreas de estoque.
São centenas de metros com barris, garrafas e tonéis armazenados com a bebida clássica de gregos e romanos, de Dionisos e Baco, em um ritual que se repete a cada nova safra.
Os vinhedos são organizados de acordo com o tipo de uvas. O setor químico ajuda na preparação do néctar, para desespero dos puristas.
Dezenas de pequenos restaurantes servem carnes e cozidos, massas e peixes, com muito esmero e sabor. Tudo acompanhado por bons vinhos e digestivos marcantes.
Esse nós tomamos depois no final de um almoço digno de um abade medieval. Por Diós...
Monastério de Santa Maria de Valbuena, que surgiu como mosteiro beneditino em 1151, são 900 anos de história. O lugar está preservado e é um centro cultural regional.
Vista do castelo de Peñafiel, a partir do povoado.
Interior da igreja de Valbuena, com seus altares góticos refinados.
Do alto do castelo vê-se a região de Peñafiel ...
... em todos os seus ângulos. O castelo tem a forma de um navio de pedra, aí seria a proa.
Do alto percebe-se o tamanho da vinícola Protos.
No topo da torre, uma visão vertiginosa das torres e ameias do castelo.
O interior da Espanha (ou da Itália, da França, de Portugal, da Europa...) é pontilhado de tesouros históricos e arquitetônicos que nos remetem ao passado e a um mundo medieval marcado pelo misticismo e pela estética transcendental.
O mosteiro de Santa Maria de Espina possui obras de arte, é uma escola agrícola administrada pelo estado e por irmãos maristas e possui, segundo a tradição, um dos espinhos da coroa de Cristo...
... preservada nesse ampola de vidro.
Vinhos topo de linha da Vega-Sicilia, de Ribera del Duero, vendidos no free shop do aeroporto de Barajas, em Madrid. Eles chegam nos restaurantes de São Paulo custando entre R$ 1.500,00 a R$ 2.000,00 a garrrafa.
Para terminar uma curiosidade religiosa: nesse painel do altar, em Valbuena, vê-se a Cristo na cruz cercado pelos dois ladrões, uma raridade em iconografia cristã. Alguém conhece outra igreja onde as três cruzes são representadas em escultura, no altar?
E aqui deixo o mapa virtual do tesouro. Foi esse o roteiro que o prof. Félix Tomillo me passou para pesquisar os detalhes sobre a Rota do Vinho de Ribera del Duero. Degustem sem moderação.
ITINERARIO DE IDA
En Quintanilla de Onésimo, cruzamos el Duero hacia Olivares, Valbuena de Duero (http://www.emina.es/), San Bernardo (http://www.diputaciondevalladolid.es/turismo/municipio/san_bernardo), Pesquera, Curiel y Peñafiel
ITINERARIO DE VUELTA
Por Vega-Sicilia (http://www.vega-sicilia.com/) en Valbuena de Duero y Arzuaga (http://www.hotelarzuaga.com/) en Quintanilla de Onésimo.
WEB DE TURISMO DE CURIEL
WEB DE TURISMO DE PEÑAFIEL
PEÑAFIEL: BODEGAS PROTOS (Los fines de semana recibe muchos visitantes. Estamos pendientes de que nos confirmen si nos admiten)
CURIEL: BODEGAS COMENGE (Bodega nueva, menos conocida, alternativa a Protos)
PEÑAFIEL: MUSEO DEL VINO
PEÑAFIEL: RESTAURANTE LAGAR DE SAN VICENTE
PEÑAFIEL: HOTEL DE ALEJANDRO FERNÁNDEZ